Set 2024
21
Ricardo Frizera
MUNDO BUSINESS

porRicardo Frizera

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"Economia capixaba confirma, no momento, uma retomada mais firme"

Sem dúvida, trata-se de uma valiosa ferramenta de informação que nos ajuda na tarefa de prescrutar e avaliar tendências, mas, principalmente em como estas poderão direcionar e impactar   decisões em negócios privados e nas políticas públicas.

São informações que de alguma forma mexem com as expectativas. E expectativas, como bem sabemos, movem decisões econômicas, mais até do que nos lega o passado.

Numa primeira leitura dos números e contrapondo-os à longa série histórica das publicações passadas, eu me sinto confortável em afirmar que a economia capixaba confirma, no momento, uma retomada mais firme. Depois de um longo período de baixo crescimento entre 2015 e 2020, é algo que soa como alento.

Porém, não sem nos chamar a atenção para o fato dos números comprovarem a força inercial e dependência do legado que nos trouxe até aqui. Refiro-me especialmente à concentração dos investimentos no setor extrativa mineral, principalmente na extração de petróleo e gás, com valores que chegam a R$ 35,5 bilhões, que corresponde a 36% do total (R$98 bi) e 50% dos investimentos em execução (R$71 bi)

Longe de representarem algo que fosse indesejável, tais investimentos aproveitam oportunidades que não devem ser relegadas. Muito ao contrário, estes podem funcionar como forças coadjuvantes e complementares ao esforço, necessário, de diversificação, qualificação e sofisticação da economia local. Como, aliás, defendi no meu último artigo: diversificar com as commodities.

Mas, a informação que chama a atenção é o fato de 71% do total dos investimentos anunciados já se encontrarem em execução enquanto 29% são classificados como oportunidades a serem confirmadas. Aliás, uma novidade em relação às versões anteriores da publicação e uma boa notícia.

Isso ajuda no desempenho futuro da economia como um todo ao prover maior previsibilidade dos impactos, dentre os quais na taxa de investimentos em capital fixo, requisito básico do crescimento. Em 2018, que não foi um ano bom para a economia capixaba, segundo a última estimativa do IBGE, a taxa de formação bruta de capital fixo daquele ano foi de cerca de 15%. Certamente teremos taxas bem acima neste e nos próximos anos.

Se a indagação é para onde, regionalmente, esse conjunto de investimentos anunciados apontam em termos de maior impacto e efeitos transformadores, nem tanto em volume de investimentos, eu diria que na microrregião Rio Doce. E internamente, no eixo Aracruz-Linhares, e com ancoragem na plataforma logística de Aracruz. E ali estamos falando de investimentos portuários – portos multiusos -, industriais, serviços e logísticos.

*Orlando Caliman é economista, ex-secretário de Estado do Espírito Santo e diretor econômico da Futura Inteligência

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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