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Há anos, o Espírito Santo se consolida como a principal porta de entrada para aeronaves importadas, sobretudo da aviação executiva. Em 2024, as importações vêm atingindo patamares ainda maiores: entre janeiro e outubro deste ano, o estado já importou mais de US$ 1,38 bilhão em aviões e helicópteros, o equivalente a mais de R$ 8 bilhões na cotação atual. O número supera – com folga – o total de US$ 910 milhões importados em todo o ano de 2023. Desde 2019, o crescimento foi de 214%. Entenda.
O segmento de aviação executiva na América Latina projeta um crescimento significativo de 103% nos próximos cinco anos, segundo um recente levantamento da Mordor Intelligence. Hoje, o continente possui uma estimativa de US$ 640 milhões em jatos executivos e, de acordo com a pesquisa, esse valor deve subir para US$ 1,31 bilhão até 2029.
Esse crescimento é puxado pelo Brasil, que é o maior detentor de jatos executivos em operação nessa região e o segundo maior mercado aéreo do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Segundo o levantamento, o país deve chegar à marca de 10 mil aeronaves executivas ainda neste ano.
A economia capixaba ganha com esse cenário, afinal, o estado é a porta de entrada de cerca de 90% dos aviões e helicópteros importados no país, de acordo com Rodolpho Pandolfi, sócio da APD Advogados, escritório especializado em importações de aeronaves
“A posição geográfica do Espírito Santo é, sem dúvidas, um ponto favorável quando falamos na movimentação de aeronaves, o que normalmente envolve custo elevado. O estado concede incentivos fiscais que reduzem significativamente o peso tributário dessas operações”, explica Pandolfi.
O especialista ainda explica que, além dos incentivos fiscais, o estado capixaba se destaca por ter mais agilidade e eficiência nas operações aduaneiras.
“Essa vocação também está ligada à facilidade dos importadores cumprirem com os processos burocráticos, já que no estado temos uma maior agilidade da Receita Federal, com muitas das aeronaves chegando a serem liberadas no mesmo dia. Em outros estados, existe maior escassez e maior lentidão. Então, na prática, as tradings capixabas dão entrada nessas aeronaves pelo Espírito Santo, e a aeronave segue para o estado em que será utilizada”, completa o advogado.
2024 (janeiro a outubro): US$ 1,38 bilhão
2023: US$ 910 milhões
2022: US$ 908 milhões
2021: US$ 682 milhões
2020: US$ 740 milhões
2019: US$ 439 milhões
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