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O café arábica bateu recorde de preço na Bolsa de Nova York nesta semana. Chegou a 3,23 dólares a libra-peso. E a perspectiva continua sendo de alta, estendendo-se para o próximo ano. O mercado já olha para 2025 precificando temores em relação à oferta da safra 2025/26. Isso por conta, principalmente, de um cenário que se vislumbra de queda da produção brasileira por força de problemas climáticos.
Orlando Caliman | Para o produtor, com preço em dólar subindo e câmbio pressionado para cima, é o que mais se almeja. É o momento perfeito, em certos aspectos raro, é importante que se ressalte, no qual o elo mais fraco consegue obter resultados mais robustos. Fato que o motiva e o faz acreditar no que faz e investe.
Mas, as boas notícias para o setor cafeeiro não param por aí. Na semana passada, antecipando-se à assinatura de um conjunto de acordos de cooperação entre Brasil e China, que contou com a presença do presidente chinês em Brasília, o vice-presidente Geraldo Alckmin assinou acordo para elevar as vendas do café brasileiro para aquele país.
Não fosse a China talvez não despertasse tanto a atenção. Não podemos perder de vista que a China é hoje a segunda potência econômica no mundo e onde a classe média mais cresce. É também onde o mercado de café literalmente vem explodindo. Em resumo, o mundo do chá descobriu o café.
O acordo assinado por Alckmin foi com a Luckin Coffee, que conta atualmente com 22 mil lojas espalhadas por toda a China. Uma startup que já rivaliza com a americana Starbucks. No acordado, o Brasil compromete-se a vender 240 mil toneladas do produto até 2029. Esse volume equivale a cerca de 4 milhões de sacas de 60 quilos. Ou seja, praticamente se iguala à safra do café arábica prevista para o Espírito Santo neste ano.
No entanto, o que mais chama a atenção nesse mercado chinês é a velocidade de seu crescimento e a crescente adesão da população jovem. A China já é líder mundial em quantidade de lojas – cafeterias -, com cerca de 50 mil unidades, desbancando o maior mercado consumidor de café do mundo, os Estados Unidos, que conta com algo em torno de 43 mil unidades.
Assim, para o Espírito Santo, a China desponta como uma nova frente de oportunidades para o mercado de cafés. Uso a expressão no plural, pois temos o arábica e o conilon. E nessa perspectiva, nos favorece o já intenso e diversificado fluxo comercial – exportações e importações – que temos com aquele país: Segundo país nas exportações, com participação de 10%, e primeiro em importações, com 29%.
*Orlando Caliman é economista, ex-secretário de Estado do Espírito Santo e diretor econômico da Futura Inteligência
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