Dez 2024
22
Ricardo Frizera
MUNDO BUSINESS

porRicardo Frizera

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Orlando Caliman | Compõem o PIB mais cíclico aquelas atividades cujos movimentos de aceleração ou de desaceleração estão preponderantemente vinculados à dinâmica interna da economia, sujeitas às forças domésticas de demanda. Integram esse bloco a indústria de transformação, da construção, o comércio varejista, e serviços em geral. Seriam estes segmentos também mais sensíveis à política monetária.

Já as atividades não cíclicas ou menos cíclicas se resumem basicamente às atividades extrativas minerais, sobretudo minério de ferro e petróleo, e da agropecuária. São atividades menos propensas às oscilações cíclicas internas, em grande medida por estarem mais atreladas a mercados internacionais.

Se bem observarmos os movimentos das economias nacional e capixaba em anos mais recentes vamos ver que o crescimento dos componentes cíclicas superou o dos não cíclicos. No caso nacional, enquanto o PIB cíclico cresceu 3,4% nos quatro trimestres findos em setembro, o não cíclico 2,4%.  Ou seja, fatores internos do lado da demanda vêm impulsionando, com destaque para os gastos das famílias.

No caso do PIB capixaba, a pegada do PIB não cíclico sempre foi historicamente mais forte, principalmente pelo peso das atividades extrativas minerais – petróleo e pelotas de minério de ferro -, que respondem atualmente por cerca de 11% do PIB, mas já chegou a 26% em 2012. Quanto à pecuária, com peso menor, cerca de 5%, a maior concentração está no café, com boa parcela atrelada à demanda externa.

No caso do Espírito Santo, essa distinção de comportamentos torna-se mais compreensível ao analisarmos o desempenho da economia em 2022. Expurgando o efeito preço vamos ver que o PIB cíclico cresceu cerca de 2,6% enquanto o PIB total sofreu queda de 1,7%, ou seja, seguindo o movimento cíclico nacional.

Tudo indica que o desempenho do PIB de 2024 terá a contribuição positiva dos seus componentes cíclicos, com destaque para os serviços, que já acumulam 6% de crescimento no ano.

*Orlando Caliman é economista, ex-secretário de Estado do Espírito Santo e diretor econômico da Futura Inteligência

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As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória

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