Economia

Agro Business debate futuro do agronegócio durante encontro no Paraná

Estado foi escolhido para sediar o encontro por ter uma produção agrícola consolidada, com agronegócio respondendo por cerca de 34% do PIB

Ariani Caetano

O Encontro Agro Business desembarcou em Londrina, no Paraná, na quinta-feira, dia 29 de junho, para discutir o futuro do agronegócio estadual e nacional. Lideranças do segmento de todo o Brasil estiveram reunidas para debater o cenário positivo de oportunidades para investimentos e melhorias.

Foto: H3 Filmes

Presente no evento, o vice-governador do Espírito Santo, Ricardo Ferraço, ressaltou que o Espírito Santo nunca vai ser o maior em relação ao agronegócio, mas que tem feito esforço para ser melhor.

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“Compartilhamos similaridades com o Paraná, como o cooperativismo e uma agricultura forte de base familiar. Recebemos uma indústria da Café Cacique, que é original de Londrina. E o participamos do fundo soberano administrado pela TM3, que é uma gestora paranaense. O Paraná e um estado que nos inspira”, disse.

Uma pesquisa realizada pela Futura e apresentada durante o Encontro Agro Business Londrina indicou um panorama do agronegócio paranaense. 

De acordo com levantamento do instituto de pesquisa, o Paraná apresentou um PIB de R$ 193 bilhões no primeiro trimestre deste ano, um crescimento de 9,16% em relação ao mesmo período de 2022. O agronegócio cresceu mais de 38%, e a atividade representa 34% do PIB do estado.

Em 2022, o Paraná exportou US$ 16,8 bilhões, sendo que, desse montante, 80% foram provenientes do agronegócio. Entre os itens de destaque estão produtos florestais, soja e proteína animal, que foram principalmente para China (21%), Estados Unidos, União Europeia, Índia, Japão e Coreia do Sul.

A soja é o principal produto do agronegócio paranaense, com uma safra que deve chegar a 23 milhões de toneladas em 2023. O aumento da produtividade deve-se também ao aumento da área colhida, marca da última década no Paraná.

Além disso, o desenvolvimento da agroindústria tem tido cada vez mais destaque, respondendo atualmente por um quarto dos empreendimentos de agronegócio no estado.

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A apresentadora do programa Agro Business, Stefany Sampaio, lembrou, em sua fala, que o sucesso do agronegócio em Londrina pode estar ligado aos investimentos em pesquisa e tecnologia e também ao fato de a produção ter valor agregado por meio da industrialização.

“Cada vez mais, o agronegócio vai influenciar na agricultura de baixo carbono, nas métricas ambientais que mostrem a sustentabilidade e no acesso ao mercado de capitais. As alavancas de crescimento mudaram. Se, antes, elas estavam ligadas à química e à biologia, agora estão mais no sentido de mercado de capitais”, disse.

A viabilização do agronegócio via mercado de capitais é a aposta do head de Agronegócio da Suno, Octaciano Neto. Ele defende que essa alavanca já tem sido e será ainda maior para o agronegócio brasileiro.

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“O mercado de capitais viabiliza o financiamento de longo prazo para as empresas, melhorando o fluxo de caixa e permitindo que elas cresçam. Já temos ótimos exemplos no Brasil de empresas que acessaram o mercado de capitais, como Suzano e Klabin. O maior investimento no estado do Paraná nos últimos anos, por exemplo, foi feito pela Klabin. O mercado de capitais permite que o dinheiro fique investido por muito mais tempo, tornando essa opção mais fácil. Ou seja, é a poupança dos brasileiros que está financiando o agronegócio, e esse movimento vai ser ainda mais relevante”, explica Octaciano.

O Encontro Agro Business é uma realização da Apex e da Rede Vitória.

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