Para Aécio, conjunto de obra do governo levou ao rebaixamento de nota
"As contas do País vêm se deteriorando de forma extremamente grave e o que é mais sensível é a percepção de que o atual governo perdeu a capacidade de orientar uma retomada do crescimento"
Brasília - O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), afirmou nesta quinta, 15, que o rebaixamento da nota do Brasil pela agência de classificação de risco Fitch era esperado pelo conjunto da obra do governo. Embora tenha mantido o selo de bom pagador, a agência rebaixou o rating de longo prazo do Brasil em moeda estrangeira e local de BBB para BBB-. A Standard & Poor's já havia retirado o selo de bom pagador do País.
"As contas do País vêm se deteriorando de forma extremamente grave e o que é mais sensível a essas agências é a percepção de que o atual governo perdeu as condições, a capacidade de orientar, de sinalizar para uma agenda nova de retomada do crescimento, de controle da inflação e de reanimação da economia", disse.
Numa atitude rara, o tucano atacou o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que nessa quarta, 14, em audiência no plenário da Câmara, pediu apoio aos deputados para aprovar as medidas do segundo ajuste fiscal. Para Aécio, não é adequado Levy se comportar como um ministro de um governo novo e vir ao Congresso "terceirizar as responsabilidades" da gestão à qual ele pertence.
O presidente do PSDB disse que seria mais correto se o ministro admitisse que os "desatinos" da condução da política econômica dos últimos anos foram os responsáveis pelo caos na economia e vão levar, segundo o senador, a uma queda da economia de 3% do PIB e uma inflação em torno de 10% este ano.
Aécio afirmou que o ministro faria melhor se confessasse que o rebaixamento do Brasil pela Fitch foi responsabilidade "exclusiva" do governo.
"Não aceitaremos esta tentativa de transferência de responsabilidade que não é do Congresso, porque o Congresso, durante todos os últimos anos no governo da presidente Dilma, aprovou integralmente todas as medidas de interesse da área econômica que aqui chegaram, sem nenhuma exceção", afirmou.