Buy ES: "Temos que ser o melhor Estado do Brasil", diz Casagrande
Participando do segundo painel do evento em Pedra Azul, o governador do ES falou sobre a posição do Estado em vista das competitividades nacionais
O governador Renato Casagrande (PSB) participou nesta sexta-feira (1º) do evento Buy ES, em Pedra Azul, Domingos Martins, na região Serrana do Espírito Santo. O encontro reuniu líderes empresariais para discutir as potencialidades econômicas do Estado.
Participando do segundo painel do dia, Casagrande falou sobre a posição do Estado em vista das competitividades nacionais e afirmou que o desenvolvimento do Espírito Santo depende de organização, para atrair pessoas e empresas.
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"Nós não somos o maior Estado do Brasil, então nós temos que ser o melhor Estado do Brasil. Com qualidade de vida, com organização, com desenvolvimento, um ambiente que seja atrativo tanto para empresas quanto para pessoas", disse.
Conhecido pela diversidade cultural e natural, o Espírito Santo apresenta um grande potencial para se conectar com o mundo. Por isso, segundo o governador é importante posicionar o Estado como um hub estratégico com desenvolvimento econômico e sustentabilidade.
Casagrande falou sobre os investimentos e avanços do Estado nos últimos anos, dentre eles, destacou o Fundo Soberano, que é pioneiro no Brasil.
"Quando nós criamos o Fundo Soberano, não imaginávamos que ele seria uma referência para o mundo. E, hoje, o nosso fundo já está com um saldo de R$ 1,8 bilhão. É como eu sempre digo: a administração pública não precisa vender o almoço para comprar o jantar, nós podemos ter um planejamento financeiro a longo prazo", afirmou.
A conversa foi mediada por Ricardo Frizera, sócio e diretor de Research da Apex. Nela, o governador afirmou que o trabalho em conjunto com parceiros e eventos realizados pelo mundo funcionam como uma forma de dar visibilidade ao Estado.
Apesar de ser um dos estados mais conhecidos do Brasil, Casagrande definiu o Espírito Santo como um "segredo bem guardado".
Exemplos para o Espírito Santo
Após a fala do governador, Frizera apresentou dados sobre a trajetória dos Emirados Árabes Unidos, que mostra como a economia vinculada ao petróleo conseguiu reinventar e transformar o turismo no país, tornando-o uma de suas principais atividades econômicas.
Os investimentos são principalmente da ordem de infraestrutura e projetos arquitetônicos opulentos, que fizeram com que o país em menos de duas décadas começasse a sediar eventos globais.
No ano passado, por exemplo, Dubai registrou um número recorde de turistas internacionais – 17,15 milhões.
"Este case é particularmente relevante para o Espírito Santo, que também possui uma economia forte no setor de petróleo e pode utilizar esse exemplo para investir em infraestrutura turística e desenvolver setores complementares à indústria de petróleo e gás, planejando-se para o futuro", disse Frizera.
Além de Dubai, também foram apresentados cases como Itajaí e Balneário Camboriú, localizadas no litoral de Santa Catarina. As duas cidades se destacam por seu crescimento econômico acelerado e por serem destinos atrativos tanto para investidores quanto para turistas.
A apresentação, conduzida por Lucas Schuller (especialista econômico da Futura), explorou as lições que o Espírito Santo pode extrair desse modelo, visando diversificar sua matriz econômica e impulsionar o turismo local.
Uma terra de potencialidades
As potencialidades do Estado continuaram a ser exploradas no painel "Buy ES: uma terra de potencialidades", que contou com Americo Buaiz Neto, vice-presidente da Rede Vitória; e Fernando Cinelli, fundador e presidente da Apex.
A conversa foi mediada por Ana Luisa Porto, sócia de Wealth da Apex, e os convidados relataram como o Espírito Santo tem se destacado como um polo de crescimento econômico e como a colaboração de atores é fundamental para a promoção da região no cenário nacional e internacional.
Americo Neto destacou que uma rede de comunicação precisa estar intimamente ligada ao desenvolvimento do Estado.
"Eu, pessoalmente, entendo que uma rede de comunicação precisa ter o seu DNA ligado ao desenvolvimento. E, de fato, o nosso papel é fazer com que tudo que está sendo debatido aqui, não fique aqui. Então, a gente é esse elo entre a população, o poder público e os tomadores de decisão", disse.
Ainda segundo ele, o Buy ES funciona como uma forma de impactar a percepção do Estado nos cenários nacional e internacional.
“Quando estamos aqui, a semente está sendo plantada. Saber que esse evento de alguma forma impactou a percepção sobre o nosso Estado, eu acredito que já estamos no caminho certo", afirmou.
Para o presidente da Apex, o Buy ES é um movimento que inspira o desenvolvimento do Espírito Santo e que cumpre um papel de atrair o reconhecimento e investimentos nacionais e globais para o Estado.
“O Buy ES é um movimento que busca inspirar o desenvolvimento do nosso Estado, conectando oportunidades com o objetivo atrair reconhecimento e investimentos nacionais e globais para o Espírito Santo. Aqui, a gente cumpre um papel de difundir e propagar boas pautas para a população. O que um ambiente desse gera? Mais colaboração entre os entes públicos e privados, destravar fatores para aumentar a produtividade", relatou.
Prefeitos eleitos falam de urbanização e mercado imobiliário
Mediado pelo diretor-executivo da Rede Vitória, Felipe Caroni, o painel "Urbanização, cidades e mercado imobiliário: o Espírito Santo como 'case' para o Brasil" reuniu os prefeitos eleitos Wanderson Bueno (Viana), Lucas Scaramussa (Linhares) e Arnaldinho Borgo (Vila Velha).
Na oportunidade, os prefeitos falaram sobre os investimentos que estão consolidando o Estado como um case de sucesso em urbanização e no mercado imobiliário, um modelo a ser analisado e replicado em outras regiões do Brasil.
O crescimento dos setores da indústria, construção civil e comércio, aliado a melhorias na infraestrutura, tem posicionado o Espírito Santo como um dos estados mais promissores para investimentos imobiliários.
Dados apresentados no Buy ES mostram que em 10 anos, a valorização dos imóveis no Estado cresceu mais de 140%, mesmo diante de desafios políticos e econômicos.
Nas últimas décadas, o Espírito Santo tem experimentado um processo de urbanização que se estende muito além da capital, Vitória.
De Norte a Sul do Estado, cidades como Vila Velha, Viana, Linhares, Serra, Cariacica, Cachoeiro de Itapemirim, Guarapari e São Mateus emergem como polos de desenvolvimento, sendo responsáveis por um avanço econômico e urbano regionalizado.
Pioneirismo na exploração de petróleo e gás
O Espírito Santo é um Estado pioneiro na exploração de pré-sal no Brasil e o terceiro maior produtor de petróleo do país, o que coloca o setor importante papel na geração de empregos qualificados e no crescimento do PIB capixaba.
O petróleo, que serviu como base de crescimento para Dubai, também pode ajudar a impulsionar a evolução do Espírito Santo, como foi discutido no painel "Estratégias de crescimento da cadeia de Petróleo e Gás no Espírito Santo".
O painel contou com Victor Casagrande, diretor institucional da Apex; e Lilian Melo, gerente executiva da Petrobras. Além deles, Fabio Bertollo, CEO da ES Gás; Juan Alves, fundador e presidente da Integres; e Márcio Félix, presidente da ABPIP também participaram.
Segundo Juan Alves, adotar estratégias para consolidar e expandir a cadeia produtiva do petróleo capixaba é essencial para fortalecer o setor: fortalecer parcerias público-privadas, diversificar os produtos derivados do petróleo e investir na exploração de novos campos offshore.
Além disso, também é necessário modernizar a infraestrutura existente e no desenvolvimento tecnológico e sustentável. Essas são algumas ações que podem ampliar ainda mais o protagonismo do Espírito Santo na indústria de petróleo e gás, segundo os especialistas.
"Nosso trabalho no Integris é revelar essa força para o Brasil e o mundo, promovendo negócios que beneficiem a comunidade e a economia local. É hora de mostrar ao mundo o que o Espírito Santo pode fazer, com inovação, governança e ambição", disse Juan Alves.
Perspectivas de futuro
A diversificação e o turismo foram pauta no painel "Espírito Santo pós 2032: diversificação da economia na estratégia de desenvolvimento", que reuniu o empresário e investidor, Maely Coelho; e o secretário estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Felipe Rigoni.
Além deles, o diretor superintendente o Sebrae ES, Pedro Rigo; e o presidente do ES em Ação, Nailson Dalla Bernadina; também participaram das discussões. O debate teve mediação da coordenadora de produção do Folha Business, Fernanda Batista.
De acordo com os convidados, 2032 marcará um ponto de virada para o Espírito Santo, à medida que o Estado se prepara para o término dos atuais incentivos fiscais.
Além disso, o turismo tem o poder de diversificar a base econômica do Estado, que hoje é altamente dependente de indústrias como petróleo, aço e setor portuário, além de ser um setor resiliente e menos vulnerável às oscilações dos mercados globais.
Segundo eles, são mais de R$ 600 milhões em investimentos anunciados até 2025; uma nova rota dos cruzeiros que atrairá mais de 100 mil turistas por ano no litoral capixaba; além dos resorts e hotéis frutos dos investimentos de R$ 500 milhões realizados pelo empresário Maely Coelho.
Isso serviria para para revolucionar o turismo em Guarapari; e as primeiras concessões de parques capixabas que devem gerar um impacto econômico de R$ 1,7 bilhão ao ano para o Estado.
*Com a colaboração de Valentina Burzlaff