Economia

Empresa Neoenergia construirá rede de transmissão elétrica que ligará o ES à Bahia

De acordo com a Aneel, a previsão é de que a obra seja responsável pela criação de 4 mil empregos diretos no Espírito Santo, Bahia e Minas Gerais

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A empresa Neoenergia S.A. será a responsável pela construção de uma rede de transmissão de energia elétrica que vai ligar o Espírito Santo à Bahia, passando por Minas Gerais. A companhia arrematou o lote 2 no Leilão de Transmissão nº 1/2020, realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), nesta quinta-feira (17), na sede da B3, em São Paulo.

De acordo com a Aneel, o valor ofertado pela empresa foi de R$ 159,63 milhões, o que representa um deságio médio de 42,6% em relação à Receita Anual Permitida (RAP) inicial estabelecida pela agência, de R$ 278,1 milhões. A RAP é a receita a que o empreendedor terá direito pela prestação do serviço de transmissão a partir da entrada em operação comercial das instalações.

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Rede de transmissão ligará o Espírito Santo à Bahia, passando por Minas Gerais

Ao todo, o lote 2 recebeu lances de 13 proponentes. Ele prevê a interligação da subestação de João Neiva, no norte do Espírito Santo, às localizadas nos municípios baianos de Teixeira de Freitas, Medeiros Neto, Poções e Morro do Chapéu. Parte da rede de transmissão elétrica, cuja extensão total será de 1.091 km e potência de 300 mega-volt-amperes (MVA), também passará por quatro cidades de Minas Gerais.

O prazo para a conclusão das obras da rede de transmissão e início de suas operações é de 60 meses (5 anos), contados a partir da data de assinatura do contrato, com a entrega prevista para 31 de março de 2026. De acordo com a Aneel, a previsão é de que a obra seja responsável pela criação de 4 mil empregos diretos no Espírito Santo, Bahia e Minas Gerais.

A subestação de João Neiva será ligada diretamente à de Medeiros Neto, em uma linha de transmissão de 283 km de extensão, que passará também por outros 11 municípios capixabas: Pedro Canário, Montanha, Pinheiros, Boa Esperança, Nova Venécia, São Gabriel da Palha, Águia Branca, São Domingos do Norte, Governador Lindenberg, Colatina e Marilândia.

De acordo com a Aneel, a finalidade da obra é expandir a rede básica da área sul da Região Nordeste, de forma a possibilitar o pleno escoamento das usinas já contratadas no Nordeste e ampliar as margens para conexão de novos empreendimentos de geração. Além disso, visa realizar ampliações complementares na região do extremo sul baiano, a fim de proporcionar atendimento elétrico de qualidade aos consumidores da região.

Leilão

A agência reguladora destacou que o Leilão de Transmissão nº 1/2020 foi o maior certame de 2020 no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do governo federal. Segundo a Aneel, ele encontrou ampla concorrência para todos os 11 lotes ofertados, com um deságio médio de 55,24%, o terceiro maior já verificado em certames de empreendimentos de transmissão realizados pela agência. 

Ainda de acordo com a Aneel, o investimento previsto é da ordem de R$ 7,34 bilhões, com expectativa de criação de mais de 15 mil empregos diretos em nove estados: Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e São Paulo, além do Espírito Santo.

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Leilão da Aneel foi realizado nesta quinta-feira, na sede da B3, em São Paulo

Ao todo, participaram do leilão 51 empresas, sendo 38 delas nacionais e as demais oriundas da China, Colômbia, Espanha, França, Itália e Portugal. Em alguns lotes, a disputa foi compartilhada por 19 proponentes. O certame conferiu às empresas vencedoras o arremate de 1.959 km de linhas de transmissão e 6.420 MVA de potência de subestações. 

“Com este leilão, estimamos mais de R$ 7 bilhões em investimentos, o que deverá representar a criação de mais de 15 mil empregos diretos. Essa concessão de linhas de transmissão encerra um ciclo vitorioso de leilões realizados este ano nos setores elétrico e de petróleo do País”, destacou o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, durante o evento.

O próximo leilão de transmissão, previsto para junho, deverá atrair investimento de R$ 1 bilhão, segundo Erik Rego, diretor de Estudos de Energia Elétrica da Empresa de Pesquisa Energética. Segundo a previsão do diretor-geral da Aneel, André Pepitone da Nóbrega, até o fim de 2022, os leilões de geração e de transmissão de energia a serem realizados pela agência deverão alavancar investimentos de R$ 88 bilhões para o país, com a criação de 626 mil empregos.

As empresas vencedoras terão direito ao recebimento da Receita Anual Permitida (RAP) para a prestação do serviço a partir da operação comercial dos empreendimentos. O prazo das obras varia de 42 a 60 meses. As concessões de 30 anos valem a partir da assinatura dos contratos.