Responsabilidade social: entenda a aplicação do "S" da sigla ESG
Responsabilidade social: entenda a aplicação do "S" da sigla ESG

Pensar e Agir

Responsabilidade social: entenda a aplicação do "S" da sigla ESG

Traduzida do inglês, significa Ambiental, Social e Governança; confira as iniciativas realizadas pela Faesa

Responsabilidade social: entenda a aplicação do "S" da sigla ESG

ESG é uma sigla que tem se tornado mais popular na economia e na sociedade. Traduzida do inglês, significa Ambiental, Social e Governança, o comprometimento triplo que é cada vez mais buscado nas empresas pelos consumidores e mais cobrado pelo mercado.

Um levantamento da Amcham Brasil, Câmara Americana de Comércio para o Brasil, aponta que 71% das empresas implementaram ou iniciaram algumas dessas ações de boas práticas buscadas pelo ESG.

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Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o setor que mais contribui para a questão social é o comércio, com 61% das empresas brasileiras que possuem uma veia social.

Para a doutora em comunicação e especialista em ESG, Fabiana Franco, a demanda do consumidor é muito importante, já que cada vez mais os consumidores buscam empresas que são transparentes, possuem comprometimento ambiental e social. Ou seja, atualmente, as boas práticas estão ligadas à lucratividade.

Fabiana Franco. Foto: Reprodução/TV Vitória

“Atualmente, 8% dos consumidores escolhem marcas que não agridem o meio ambiente, que não são testados em animais e que possuem comprometimento social. O ESG hoje é uma necessidade, uma mensuração de lucratividade. As empresas precisam ser inclusiva não só externamente, como também internamente. Precisam avaliar se contratam pessoas com deficiência, negras e LGBTQIAPN+. Precisam, principalmente, investir no terceiro setor, que é onde a política pública acontece”, explicou.

Essa engrenagem entre os setores da economia precisa funcionar bem para atender, principalmente, os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015. Entre esses objetivos, está a redução das desigualdades.

Programas universitários buscam transformação social

Alguns programas nascem no meio acadêmico e se exportam para a comunidade, na busca por uma troca de conhecimento e assistência. Na Faesa, por exemplo, o Centro de Pesquisa e Extensão (Cepe) desenvolve programas que tem auxiliado à população em diversas áreas, como no direito e na saúde. São cerca de 150 projetos de extensão por semestre.

O coordenador do Cepe, Lucas Passamani, explica que os projetos buscam parcerias para serem desenvolvidos e, então, são postos em prática para a comunidade.

Lucas Passamani. Foto: Reprodução/TV Vitória

“O desenvolvimento de projetos de responsabilidade social é transformador. É transformar o conhecimento trabalhado, dentro do meio acadêmico, e levar para os desafios e oportunidades da comunidade. Para os nossos alunos, é uma formação cidadã e profissional”, disse.

Um dos projetos é o Papel de Pai, do curso de Direito, que possibilita para dezenas de pessoas a inserção do nome do pai no documento, por meio de processos judiciais. Ainda há outros como Faesa Finance, que fornece educação financeira para o público; o projeto Guardiões do Sorriso, na parte de atendimento odontológico, e a clínica veterinária.

Na prática: a mudança para quem precisa

O motorista Robson Almeida precisou levar seu gato Lutero, de sete meses, para uma consulta veterinária. Quem tem pet em casa, sabe que esses bichinhos precisam de investimento financeiro e alguns procedimentos, como a castração, podem custar caro no bolso.

Robson Almeida. Foto: Reprodução/TV Vitória

Procurando um atendimento mais acessível, Robson levou o Lutero para se consultar na clínica veterinária da Faesa. O local fornece atendimento para moradores de Vitória a baixo custo, utilizando dos estudantes, com supervisão, para a prática da medicina veterinária.

“Procurei atendimento, porque o meu gato está com princípio de hérnia e também vai castrar. É um serviço excelente. Devido às condições de algumas pessoas, ajuda bastante. Quem ganha um salário mínimo não tem condições de fazer esses tratamentos”, contou.

O professor de Medicina Veterinária da Faesa, Carlos Henrique Tavares Matias, explicou que os atendimentos são realizados pelos estudantes, com supervisão. A ideia, além de ajudar pessoas que não têm condições de pagar um procedimento cirúrgico, é reduzir a população de animais de rua.

Carlos Henrique Tavares. Foto: Reprodução/TV Vitória

“Grande parte dos animais são encaminhados pela Prefeitura de Vitória, mas nós não deixamos de atender a população que busca atendimento. Nossa intenção é fazer um controle dos animais, por isso, também, fazemos um valor abaixo do mercado”, completou.

E não é uma via de mão única. A transformação social acontece também para quem está dentro do meio acadêmico, que adquira conhecimento em contato com a população ainda durante a formação profissional. É o caso da Débora Ulich, estudante do 8º período do curso.

“É muito gratificante participar desse projeto e levar atendimento aos animais e aos tutores que, muitas vezes, não têm condições de tratar as animais. Nós oferecemos todos os cuidados e estamos com muitos resultados bons. Ainda não somos formados, mas já temos o sentimento de dever cumprido como médico veterinário”, compartilhou.

Débora Ulich. Foto: Reprodução/Folha Vitória

A clínica veterinária funciona de segunda a sexta-feira, de 8h às 17h e está localizada na ladeira da Faesa, na rua Anselmo Serrat, 199, em Vitória. Também é possível entrar em contato pelo número (27) 2122-4535.

Para ter acesso aos demais projetos citados nesta reportagem, basta acessar o site da Faesa na área de pesquisa e extensão ou a página Pensar e Agir, no Folha Vitória.

Carol Poleze, repórter do Folha Vitória
Carol Poleze

Repórter

Graduada em Jornalismo e mestranda em Comunicação e Territorialidades pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

Graduada em Jornalismo e mestranda em Comunicação e Territorialidades pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).