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Em sabatina, Coronel Ramalho propõe: “Terminal rodoviário de Vila Velha poderia ser hospital”

Na sabatina, candidato falou sobre questão partidária, ligação com governo do Estado, segurança, mobilidade, saúde e outros temas

O candidato a prefeito de Vila Velha Coronel Ramalho (PL) foi o quinto entrevistado na série de sabatinas promovidas pela Rede Vitória com os principais postulantes na cidade. Por 30 minutos, nesta sexta-feira (27), ele respondeu a perguntas e apresentou suas propostas para o município.

As entrevistas, realizadas pela Rádio Pan News Vitória (90.5 FM), são transmitidas simultaneamente pelo jornal online Folha Vitória e começam sempre às 11h30, de segunda a sexta-feira.

Alexandre Ofrante Ramalho tem a Enfermeira Laryssa como candidata a vice. Na sabatina, ele foi questionado sobre sua questão partidária, já que era do mesmo partido do atual prefeito de Vila Velha, assim como falou sobre segurança pública, mobilidade urbana, entre outros temas.

A ordem das sabatinas foi definida por sorteiosendo elaborada a partir dos cinco candidatos com melhor pontuação no cenário estimulado da pesquisa Futura. Nesta segunda-feira (30), iniciará a série de sabatinas com os candidatos de Vitória.

Abaixo, confira a transcrição completa da sabatina com Coronel Ramalho:

Candidato, o senhor fez parte do governo Casagrande até o início deste ano e até o início deste ano era do Podemos, partido do prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo, que tem o apoio do governador. O atual prefeito tem uma grande vantagem nas pesquisas eleitorais. Ele tem então essa preferência, de acordo com os eleitores que foram entrevistados. Como o eleitor de Vila Velha vai acreditar que o senhor tem realmente um projeto e quer ser prefeito de Vila Velha?

Eu sou morador de Vila Velha e entendi que Vila Velha precisava melhorar em algumas questões, na gestão, principalmente. Quando a gente faz a gestão da segurança pública percebe o quão importante o papel do líder municipal na cadeira do prefeito, como diversas outras ações das secretarias que dialogam com a segurança pública. Entendido isso, eu fui muito bem acolhido no PL.

Avisei o governador em janeiro que eu iria sair do governo, que a minha missão ali estava cumprida. Eu fui chamado num primeiro momento para a equipe de governo, no momento em que matavam 150 pessoas no mês de março, uma crescente de janeiro a março por conta dos homicídios. Nós trabalhamos muito com as equipes da segurança pública, entregamos o melhor resultado da série histórica em 27 anos.

No ano passado, nos números de homicídios, altos índices que reduziram, Vila Velha figurou como município mais violento do Estado do Espírito Santo. Eu entendi que a liderança municipal é importante na fomentação do Gabinete Integrado Municipal, na Articulação da Guarda Municipal, dando responsabilidade territorial à Guarda Municipal, mas, sobretudo, integrando a Guarda de fato com as equipes da segurança pública.

E, nesse contexto, avisei o governador que eu sairia do governo e que seguiria um outro caminho e que seria um caminho político. Meu relacionamento com o governo, até aquele momento, foi um relacionamento técnico. Eu fui tirado do Comando Geral da Polícia Militar quando o governador assumiu, em 2019, e fui chamado para ser secretário de Segurança em 2020.

Então fui chamado, não por questões ideológicas, partidárias, mas por questões técnicas que eu sempre apresentei ao longo de 35 anos na segurança pública.

Respondendo a sua pergunta, o eleitor pode confiar em um trabalho de 35 anos, que é um trabalho de honestidade, um trabalho de entrega, um trabalho onde nós fazemos a gestão de não só como comandante geral da Polícia Militar, mas secretário municipal de Viana, secretário municipal de Vila Velha, por duas oportunidades secretário de Estado de Segurança Pública.

Onde nós somos ordenadores de despesa, nós fazemos muitas compras para segurança pública. Isso sempre teve uma transparência, graças a Deus, uma lisura muito grande. Essas contas nunca foram questionadas.

Então, o eleitor pode acreditar que a nossa opção pelo PL foi uma opção nossa, da direita, de acreditar na direita, fomos chancelados pelo presidente Bolsonaro. Estamos representando a direita. O único candidato do Bolsonaro em Vila Velha é o coronel Ramalho. E é nesse sentido que a gente pede o voto no 22 para prefeito de Vila Velha.

Mas, candidato, não acha contraditório? O senhor está falando de Bolsonaro? Se eu estou falando de direita, mas o senhor apoiou a reeleição de Casagrande, do PSB, um partido de oposição, de espectro absolutamente contrário ao partido do ex-presidente Bolsonaro, que é o PL. O senhor fez parte da equipe de Casagrande. Embora seja um quadro técnico, isso não tem a menor sombra de dúvida, o cargo de um secretário é um cargo de indicação política. O senhor não acha contraditório porque agora o senhor é adversário do governador, embora tenha sido parte da equipe dele? Não é contraditório? O eleitor de Vila Velha não fica na dúvida sobre qual caminho o senhor vai seguir?

Não. Isso é a democracia política. Se for pensar dessa forma, o contraditório que acontece hoje em Vila Velha, onde os grandes políticos de Vila Velha sempre se degladiaram e hoje estão todos unidos do lado do atual prefeito. Eu falo de Neucimar Fraga, falo do Dr. Hércules, falo de pessoas que estão ligadas ao atual prefeito, juntando 13 partidos na sua coligação.

E a relação do governador sempre foi transparente. Eu sempre disse ao governador que eu era de direita, sempre coloquei as minhas pautas da direita nas entrevistas que eu sempre dei a todos vocês.

Defendi todas essas pautas e a questão de ter apoiado o governador, o meu partido na época estava coligado com o governador. Foi uma orientação partidária. Eu não entendia naquele momento o espectro da direita e da esquerda.

Hoje eu entendo com muita clareza que só existem dois espectros no Brasil, que é o da direita e o da esquerda. Eu escolhi ficar na direita. Isso foi muito transparente, muito tranquilo, colocado inclusive pelo governador.

O senhor não acha também que é contraditório deixar o partido do atual prefeito só para concorrer à eleição em Vila Velha?

Não, é processo democrático. Lembra você que eu deixei não só o partido como deixei a expectativa de me tornar deputado federal. Eu fui candidato na eleição passada e estava como primeiro suplente dentro do Podemos. Poucos fazem isso de largar essa suplência, de você partir para um outro projeto dentro de um outro partido.

Entendi que hoje o meu caminho era na direita e para eu concorrer à eleição de uma vez eu tinha que estar em outro partido. Graças a Deus fui muito bem acolhido dentro do partido pelo nosso senador Magno Malta, que me levou até o presidente Bolsonaro.

Nós tivemos a passagem da Michelle Bolsonaro conosco numa carreata duas semanas atrás. Nós vamos ter segunda feira, dia 30, a presença do presidente Bolsonaro levando o nosso nome Vila Velha. Então, estou muito bem acolhido, muito feliz, muito satisfeito. Isso tudo faz parte da política.

O quadro técnico virou político?

O quadro técnico, até aquele momento que eu era secretário, que eu me entreguei para a segurança pública, até o momento que eu fui comandante geral da Polícia Militar, que eu me doei muito nessas pastas para levar o melhor para a população de Vila Velha.

Nós prendemos mais de 1.100 homicidas, apreendemos mais de 4 mil armas de fogo ilegais nas mãos de vagabundos. Retiramos muitos indivíduos que fazem mal à sociedade capixaba para proteger a sua e a minha família.

Aquele quadro técnico, naquele momento, nunca se envolveu com política, nunca disseminou a questão política, nunca foi cobrado pelo governo questão partidária ou ideológica. Até porque eu tenho a minha. Hoje, sim, o quadro técnico se desvinculou do político. Mas a partir do mês que nós assumimos a cadeira de prefeito de Vila Velha, o quadro técnico se junta com o quadro político.

Aí tem que respeitar o quadro político, mas não esquecer a sua trajetória de honestidade e de lisura, principalmente com o dinheiro público, que é o dinheiro do povo.

Vamos falar agora um pouquinho de segurança candidato. Vila Velha lidera o ranking de cidades com o maior número de homicídios pelo segundo ano consecutivo, segundo o Anuário da Segurança Pública. O senhor critica a violência em Vila Velha? Os números do Anuário são de quando o senhor era secretário estadual de Segurança Pública, em 2023. Onde a secretaria falhou?

A secretaria cuida de 78 municípios. Secretaria fomenta integração entre as instituições de segurança pública. Secretaria cobra dos municípios que utilizem ferramentas tecnológicas que possam nos ajudar na questão do combate ao crime. E, principalmente, o secretário de Segurança busca a integração entre as instituições.

Vejo em Vila Velha que houve falhas. Vila Velha não tem o sentido, não tem conotação, não tem a interpretação do que é ordem pública, ordem pública é diferente de segurança pública.

É muito comum o atual gestor jogar a pauta da segurança pública para o governo do Estado e ele vir numa beirada muito branda, como ele fala. Comprou fuzil, comprou pistola, comprou colete.

Todos esses materiais foram doados pela Secretaria de Segurança Pública por intermédio das nossas instituições de segurança. Então, enquanto secretário, contribuí muito para o município de Vila Velha, doando armamento, colete, drone, viatura. Todos esses equipamentos foram doados pela Secretaria de Segurança Pública e entendo que o prefeito de uma cidade pode ajudar muito.

Naquele contexto, como secretário de Segurança Pública, nós comentávamos todas essas questões nos 78 municípios, como hoje, como fora da secretaria, enxergando apenas Vila Velha, percebo que Vila Velha está desordenada.

Vila Velha tem muita pessoa em situação de rua, viciada no crack. Muita pessoa em situação de rua com problema mental, muitos roubos, muitos furtos advêm dessas pessoas perambulando pela cidade, os comerciantes não aguentam mais. Vila Velha tem problemas crônicos na questão da sua Guarda Municipal, que é o pior salário hoje do Estado, do Espírito Santo.

Tem problema de saúde nesse quadro de funcionários da Guarda Municipal com dispensas médicas nunca vistas antes por questões psicológicas, psiquiátricas. Um guarda agora aposentou por invalidez por questão psiquiátrica.

Então nós temos que acolher esse conjunto de funcionários, não só da Guarda, mas também da assistência social, da saúde, da educação, para a gente poder fomentar as políticas de segurança pública.

Percebo segurança pública efetivamente. Segurança pública passa efetivamente por educação, por emprego, por renda. Essa é a questão que o município tem que fomentar. Então, segurança pública tem muito a ver com o gestor de uma cidade.

É nesse sentido que nós agora queremos contribuir com a experiência que tivemos com 35 anos na segurança pública, mas entendendo que todas as outras pastas dialogam e se conectam com a segurança pública.

Candidato, seu plano de governo propõe a construção de um hospital veterinário, hospitais, ciclovias e até um túnel ligando Vila Velha a Vitória. O senhor fala em parcerias com o governo do Estado para essas construções. Como o senhor vai conseguir essas parcerias? Como Vila Velha consegue agora nessa gestão, sendo que a relação entre o senhor e o governo não está tão boa.

Não tem nada de “relação não está tão boa”. Apenas escolhemos caminhos políticos diferentes, que é natural. O meu caminho político foi o da direita.

Sim, mas isso influencia.

Nós vamos buscar, assim que a gente assumir a prefeitura, o compromisso com o governo do Estado, buscar o governo federal. Nós temos uma disputa eleitoral.

É natural que as pessoas sigam o caminho político que elas quiserem. Mas nós não temos nenhum problema de relacionamento. Eu estou entendendo que o relacionamento é institucional, para o bem do Estado e para o bem do município.

Só corrigindo sua fala, eu não falei que vou criar túnel, eu falei que vou criar um diálogo porque Vila Velha levantou essa proposta. Eu pretendo estabelecer um diálogo, sim, para entender. Porque a questão hoje, infelizmente, da mobilidade urbana em Vila Velha é um problema seríssimo.

A gente continua com os empregos lamentavelmente fora de Vila Velha: em Vitória, em Cariacica, em Serra. E temos únicas vias, também a terceira ponte. Então, como Vitória levantou essa discussão, levantou-se essa possibilidade.

Eu quero integrar esse grupo de estudo, quero integrar essa conversa. Não estou prometendo nenhum túnel, porque senão daqui a pouco vão dizer que eu estou prometendo coisas que eu não vou cumprir e coisas mirabolantes só para ganhar a eleição.

Pretendo estabelecer o diálogo, que é a convivência com o governo. O relacionamento institucional é querer o bem de Vila Velha. O governador governa também sob a perspectiva do Estado, para todos os 78 municípios. Obviamente que nós não vamos romper nenhum tipo de diálogo, nenhuma obra de 18 anos estabelecida em nenhum projeto futuro.

Baterei sempre á porta do Palácio de Anchieta, do governo do Estado, do governo federal. Não baterei para comungar com as mesmas ideologias ou questões partidárias, mas baterei à porta para desenvolvimento do nosso município.

Como resolver essa questão dos congestionamentos em Vila Velha?

É um problema seríssimo. Principalmente porque o desenvolvimento econômico fala muito alto. A gente fala da ciclovia.

No nosso plano de governo, a gente fala da questão dos ônibus, da bicicleta como qualidade maior, de você poder acessar o aquaviário, o terminal, a gente fala da qualidade, quantidade dos ônibus, que hoje é muito precário em Vila Velha. Mas, sobretudo, eu vejo que a questão de mobilidade se resolve também com emprego e renda.

Lamentavelmente, Vila Velha não trouxe grandes empresas para o município nesses últimos quatro anos. A gente está vendo o Porto de Vila Velha, que foi privatizado graças ao governo Bolsonaro, e, infelizmente, o município de Vila Velha não se planejou para essas áreas que a gente chama de retro áreas portuárias.

Enquanto isso, Cariacica fez seu dever de casa. Viana fez muito bem. Viana saiu daquela questão que falava que Viana era cidade-presídio e se tornou a capital da logística do Estado.

Vila Velha dormiu em berço esplêndido. Então, por exemplo, chegaram 74 mil veículos no Espírito Santo do ano passado até julho, muitos desses por Vila Velha. Esses carros chegam em Vila Velha e, lamentavelmente, enquanto desenrola a questão alfandegária, eles têm que ir para outro município porque Vila Velha não tem área para abrigar esses carros. Vila Velha não trouxe grandes empresas.

Quando você traz grandes empresas, você permite que a mobilidade urbana melhore porque as pessoas vão ter empregos. Florianópolis fez muito isso. E olha que Florianópolis não tem área portuária, mas trouxe a questão da privatização da saúde, grandes empresas de saúde, evitando que os seus munícipes fossem buscar isso em outros estados ou municípios.

Trouxe a questão da hotelaria e do turismo para dentro de Florianópolis. É um passo que Vila Velha não deu ainda que não dá para entender.

É a questão tecnológica. Tecnologia hoje fala muito alto. Então Florianópolis avançou muito nisso e aumentou a oferta de emprego, aumentando assim também a sua arrecadação.

Infelizmente, Vila Velha dormiu em berço esplêndido. Então, a logística, o desenvolvimento econômico do nosso município fala muito alto também nessa questão da mobilidade urbana.

Candidato, a nota do Ideb de Vila Velha caiu de 2021 para 2023, tanto nas séries iniciais quanto nas finais das escolas municipais. Qual sua proposta para melhorar a qualidade da educação na cidade já no primeiro ano de governo se o senhor for eleito.

Tem três dados que são estarrecedores na educação de Vila Velha. E isso passa uma invisibilidade muito grande aos olhos até dos munícipes. Só quem sofre com isso é quem sente.

Temos 75% das crianças de 0 a 3 anos que não têm como se matricular em Vila Velha porque não têm vaga. Apenas 9% das escolas funcionam em tempo integral. E o pior dado que eu vejo em duas disciplinas que são fundamentais para o mercado de trabalho que é português e matemática, Esses alunos só conseguiram assimilar em português 34% e em matemática, pasmem, 12%.

Ou seja, nas séries finais, no momento em que o aluno já está indo para a rede estadual ou para uma rede privada, mas sobretudo, que começa a se preparar para o mercado de trabalho, que aluno é esse que nós vamos entregar para o mercado de trabalho? Que mão de obra é essa? Que Vila Velha está se qualificando se apenas 12% conseguem interpretar o conteúdo de matemática?

Matemática é um conteúdo que vai precisar de cálculos rápidos, que vai precisar da administração financeira dentro da sua residência, que vai precisar de um conhecimento maior para absorver o emprego que nós vamos implantar em Vila Velha, que é a tecnologia.

Então nós precisamos melhorar muito a educação. O nosso projeto é focar muito no pé da infância e oferecer oportunidade para a criança de 0 a 3 anos.

E é ali que a gente começa a formatar a personalidade dessa criança, trazendo essa criança para o mundo realmente que ela vai enfrentar. É ali que tem oportunidade da mãe poder trabalhar e deixar essa criança num local seguro.

Nosso projeto é aumentar o número de oportunidades para essas crianças de 0 a 3 anos e continuar trazendo a educação, primando pela educação integral.

Obviamente que a educação integral em tempo integral não é só disciplina. Eu me recordo muito bem que estudei em escola pública no Maria Ortiz. Eu lembro que a gente era obrigado a estudar de manhã e à tarde fazer uma atividade física. Eu fui para Deares fazer natação. Ali eu me destaquei, ali fui convidado depois para ir para o Praia Tênis Clube. Disputei competições em outros estados.

Trazer as possibilidades do esporte em tempo integral traz a qualificação. Começar a preparar esses alunos no mercado de trabalho, de lazer. Mas não teve uma qualificação para os jovens nem para as famílias nesses últimos quatro anos.

Mas, candidato, imediatamente, no primeiro ano de governo, chegando lá, porque são todas medidas que vão dar resultado daqui a cinco, dez anos, começando nas séries iniciais. Agora, para resolver todos esses problemas, qual seria a medida do senhor se for eleito?

Pente-fino nas contas públicas de Vila Velha, entender o que foi feito com os recursos, os empréstimos feitos na gestão anterior. Foi tudo gasto nessa gestão. Nós não vimos melhorar a qualidade de vida principalmente da Região 5, onde era e deveria ser empregado parte maior desse recurso.

Não dá para admitir que Vila Velha fique gastando, por exemplo, R$ 30 milhões em estruturas metálicas para eventos. Isso é um absurdo. Nos últimos três anos, R$ 30 milhões em estrutura metálica.

Com R$ 30 milhões, eu vi que Florianópolis construiu muti-hospital com Caps, com UPA, com exames, com uma ótica e ainda tem uma delegacia da mulher.

O dinheiro público tem que ser valorizado. A gente tem que ter prioridade, a gente tem que dialogar com a dor, com sentimento das pessoas. E é isso que não está acontecendo em Vila Velha. Talvez a prepotência e arrogância da administração pública atual não consigam enxergar a dor das pessoas e gastam dinheiro público.

E aí eu chamo o ouvinte para uma reflexão: é como se fosse o síndico do seu prédio. Você está vendo que o síndico do seu prédio tem um padrão de vida fora do recurso que ele ganha e que ele está aplicando o recurso que é seu. É você que paga o condomínio de outra forma que não deveria ser aplicado. É a mesma coisa, é a prefeitura.

Então, para a gente enxergar como que essas coisas acontecem no município, a primeira providência nossa é enxergar como foi gasto o dinheiro, como que está sendo empregado esse dinheiro? Como que foi gastado isso? Quais são os outros empréstimos que o município fez?

No calar da noite, a Câmara Municipal de Vila Velha aprovou um novo empréstimo de R$ 250 milhões sob a perspectiva e a desculpa de energia solar para os prédios públicos.

Serra fez isso com R$ 20 milhões. Colocou energia solar nas escolas. O Rio de Janeiro comprou energia no Mercado Livre.

Vila Velha está atrasada e aí você não tem um estudo? Você aprova um projeto desses em 15 minutos? Isso é um absurdo. Sem apresentar uma perspectiva de um estudo do que vai se fazer com esses R$ 250 milhões?

Então, primeira providência é trazer um grupo de secretários que realmente sejam técnicos, que tenham compromisso com o município, que tenham lisura com dinheiro público, transparência.

Outra coisa, não dá para admitir que um grupo de secretários receba o Pix secreto, que é o que aconteceu em Vila Velha, apontado pelo Tribunal de Contas. Não estou inventando isso.

Está todo exposto, um grupo de secretários ligados ao gabinete do prefeito. Eles receberam quase meio milhão de reais sem mostrar na transparência, sem mostrar nos seus contracheques. Isso não dá para admitir. Nos dias atuais, então, essas coisas precisam ser explicadas. A gente ouve muito isso na rua. Então, criaram o tal do Pix Secreto.

A nossa primeira providência é passar um pente-fino nas contas do município e acabar com a farra do dinheiro público.

O senhor falou sobre o multi-hospital, que está inclusive no seu plano de governo criar um hospital para Vila Velha e que teria o UPA Atendimento psiquiátrico psicológico para crianças, jovens, adultos, assim como uma ótica para realização de exames e produção de óculos, um centro de especialidades médicas e um centro para pequenas cirurgias. Como pretende mudar a realidade da saúde no município com essa obra? Em quanto tempo ela ficaria pronta? E, até lá, como ficaria a saúde do município?

Uma obra que eu vi projeto pronto foi em Florianópolis. Eu não estou inventando nada. Custou R$ 30 milhões, mas demorou. Quanto tempo? Claro que isso tem um prazo que você tem que licitar. Você tem toda o ordenamento jurídico necessário para uma obra dentro do município.

É claro que isso vai demorar um tempo. Enquanto isso, algumas outras medidas a gente pode ir contemplando. Os postos de saúde de Vila Velha são uma vergonha, estão caindo aos pedaços e precisamos reformar e abrigar melhor o nosso povo.

Não dá para entender por que Vila Velha não licitou a telemedicina. É um outro programa sensacional que eu vi em Florianópolis: de casa, o indivíduo liga para um número, que vai cair como se fosse o 190 da Polícia Militar. Uma empresa vai atender já com o enfermeiro. Se for questões básicas, ele resolve. Se for alguma coisa mais mais aprofundada, passa diretamente para o médico, abre um link com o contribuinte e ali ele mostra exame, ali o médico passa a receita.

Então tem outras ferramentas. Podemos nos conveniar com clínicas particulares. O governo do Estado não comprou leito na época da pandemia? Por que a gente não pode minimizar a dor do nosso povo olhando pelo povo sob a perspectiva do dinheiro público? Quais são as alternativas que nós temos enquanto essa obra, esse hospital, não sai?

Nós temos um terminal rodoviário em Vila Velha que não serve para absolutamente nada, que não está sendo usado para nada. Ali poderia ser um hospital que atenderia a região, que atenderia o bairro de Araçás, mas sobretudo aquela região carente da região.

Sim, porque não tem saúde, não tem educação, não tem esgoto, a região está abandonada pela tal gestão. Então é trabalhar, obviamente, com planejamento, com uma equipe técnica, mas sobretudo com responsabilidade do dinheiro público.

No seu plano de governo, o senhor também fala em aprovar a legislação e a efetivação da política de internação humanizada sem consentimento de moradores de rua. Mas o município não pode legislar sobre esse assunto. Como é que o senhor vai conseguir colocar essa promessa em prática?

Chamando para o diálogo a nossa Assistência Social, a nossa Secretaria da Saúde, a nossa Guarda Municipal, sobretudo o Ministério Público, o Poder Judiciário e dizendo: “Olha, existem pessoas nas ruas que estão jogando barra de ferro, matando as pessoas, jogando pedra e trazendo traumatismo craniano, jogando fezes nos nossos filhos, nos nossos familiares, e nós vamos achando que isso é o normal de uma cidade do cotidiano”.

E não é isso. É uma invisibilidade que foi dada pela atual gestão. Quando nós falamos na internação humanitária é porque existem nas ruas três tipos de pessoa.

Tem a pessoa que realmente escolheu viver na rua e essa pessoa você tem que entender, o histórico, o descontentamento, se houve depressão. Qual o problema que ela teve que escolheu a rua e abandonar a família? O outro é o dependente químico de crack, principalmente o com problema mental. E o terceiro é aquela pessoa que está fugindo da polícia. É muito bom viver na rua. Eu estou fugindo da polícia, ninguém me acha.

Então, nós primeiro precisamos fazer uma triagem, identificar quem são essas pessoas, quais são de outros estados, estabelecer um relacionamento com outros estados, mas sobretudo a nossa assistência social.

Procurar a família. Se a família não quiser se envolver, procurar o Ministério Público, Poder Judiciário, falar que a pessoa está trazendo transtorno e nós queremos a internação compulsória dela. É nesse sentido, é no diálogo. Eu não vou pegar ninguém à força e tirar da rua, não é essa interpretação. A interpretação é construtiva com os órgãos que têm responsabilidade sobre essa questão.

O que não dá é para aceitar o que ouvi ontem na Avenida Carlos Lindenberg, o comerciante fechando a sua loja porque não aguenta mais o furto e roubo. Porque para o cara fumar a pedra de crack dele, ele vai roubar, vai furtar, porque ele não tem dinheiro. Então, essas questões é que nós precisamos dialogar e ter sensibilidade para sentir a dor das pessoas que estão fechando porque não aguentam mais arrombamento.

Um camarada me relatou outro dia que foi ligar o ar-condicionado do seu comércio e não ligava. Ele chamou o técnico e descobriu que roubaram a máquina do ar que ficava na parte externa. Roubam tudo. Então, esse transtorno que traz para a cidade, além de violência contra as pessoas aqui, eu na minha gestão não vou admitir. O prefeito tem que liberar isso. Ele tem que ser o líder desse processo e não é o que acontece na atual gestão.

O senhor critica o salário da Guarda Municipal, mas o salário líquido, o valor líquido que o agente recebe em Vila Velha é o segundo maior da Grande Vitória, ficando apenas atrás da Serra. No Portal da Transparência, o salário líquido médio é de R$ 5.500.

Negativo. Porque aí eles colocam algo que não está implícito no verdadeiro salário. Você tem que diferenciar o que é salário. Se o guarda aposentar hoje ou se ele tiver uma validez, ele vai receber R$ 2.500.

Candidato, isso é o que está no Portal da Transparência.

Eu trago o contracheque, te mando o contracheque de um guarda que está aposentado. É R$ 2.500.

Mas a gente não está falando de guarda aposentado. A gente está falando de guarda na ativa.

Mas você não pode confundir salário com outros benefícios, com tíquete-alimentação. Você não pode confundir salário com hora extra de trabalho. Isso está embutido. Salário é apenas o que ele recebe sem esses penduricalhos que são dados.

O que você pretende fazer em relação a isso?

Acolher todos os servidores, não só os guardas municipais. Entender o problema deles, entender o problema dos professores, entender o problema da saúde, que é um sofrimento tremendo hoje. As pessoas têm medo de falar.

Dentro de Vila Velha, para eu me reunir com um grupo da Guarda Municipal, tem que ser às escondidas. Para eu me reunir com um grupo de servidores tem que ser às escondidas, porque eles têm medo das ameaças, que inclusive ontem foram feitas aqui a mim, dizendo sempre que vai processar, que vai fazer. As pessoas têm medo disso.

Então é entender isso e dialogar. Ver o que o município tem, ver o que o município arrecada, ver o que o município pode oferecer, mas sobretudo, é abrir o diálogo, abrir a transparência.

Quanto você acha que tem que ser o salário do Guarda Municipal em Vila Velha hoje?

Não tem salário que pague você entregar sua vida para proteger a vida de outro. Você pode botar o valor que for que ele nunca vai ser justo, porque você está doando a sua vida para salvar a vida de outro.

Nós temos que discutir sob a perspectiva do que está acontecendo no Estado do Espírito Santo, fora do estado do Espírito Santo, entender a realidade familiar daquele guarda e ver se o que está sendo pago hoje é condizente ou o que nós podemos chegar.

O senhor falou que não tem salário que pague, mas você tem que ter uma referência.

Não tem salário que pague. Isso é uma referência que estamos dando de forma abstrata, obviamente, pelo sentido de se entregar. Nenhuma outra profissão a pessoa entrega sua vida para salvar a vida de outro.

Qual o salário você pagaria para quem entrega sua vida para salvar a vida de outro? Eu não tenho a definição agora concreta do que é o salário, do que é o melhor. Eu vou discutir com a categoria. Vou ouvir a categoria, assim como outras categorias de servidores. Sempre com respeito, atenção e muita humildade.

O senhor falou que a saúde piorou em Vila Velha, educação, social, segurança, mas o que explica então, de acordo com a nossa pesquisa Futura, o candidato Arnaldinho Borgo, o atual prefeito, ter mais de 70% das intenções de votos?

Nós respeitamos todos os institutos de pesquisa e isso nos motiva ainda mais a caminhar. O que a gente tem visto na rua não é efetivamente isso. São as reclamações que eu citei, são questionamentos. É continuar trabalhando e isso nos motiva ainda mais. Mas respeito todos os institutos de pesquisa e nós vamos continuar lutando para que nós sejamos vencedores. Alguns candidatos, inclusive o atual gestor, em épocas passadas, nesse mesmo momento, talvez tivessem o mesmo percentual que eu e ganhou.

Candidato, a gente terminou aqui o tempo das perguntas, mas o senhor tem dois minutos para as considerações finais.

Agradeço a oportunidade e parabenizar por esse momento democrático. Eu quero dialogar agora diretamente com você que está nos assistindo, nos ouvindo. Nosso plano de governo está colocado nas nossas redes sociais, nossas propostas, a nossa trajetória é dentro da segurança pública, graças a Deus com muita honestidade, muita lisura, entrega.

Nós trabalhamos muito na segurança pública, fomos gestores como comandante geral da Polícia Militar, como secretário de Segurança Pública do Estado, do município de Vila Velha, no município de Viana. Tivemos sempre as nossas contas aprovadas e entregamos o melhor resultado na segurança pública numa série histórica de 27 anos.

A minha promessa a vocês é trabalhar, é arregaçar as mangas, trabalhar em Vila Velha sob a perspectiva da segurança pública, ombro a ombro com os nossos guardas municipais, como eu fiz com a nossa Polícia Civil, com a nossa Polícia Militar, com o nosso Corpo de Bombeiros.

Valorizar os nossos servidores, mas, sobretudo, entender a dor, a dor da Dona Deusdete, lá de Terra Vermelha, lá de 23 de Maio, da Grande Terra Vermelha, que me chamou quando eu fazia uma gravação para mostrar a sua fossa cheia de fezes até o limite do que ela podia suportar e o esgoto correndo a céu aberto.

O plano da esquerda está montado em Vila Velha. O atual vice na chapa do atual prefeito foi o presidente da Cesan. Ele é do PSB. As mãos dele estão sujas porque o esgoto está correndo a céu aberto em Vila Velha e nada foi feito. Vila Velha não cobrou da Cesan a questão sanitária, a questão do esgotamento correndo a céu aberto.

Então é importante que você nesse momento compreenda com muita clareza um projeto da esquerda montado em Vila Velha. Nós somos da direita. Nós somos o único candidato representado pelo presidente Bolsonaro. Convido você para dia 30 estar conosco na Prainha, o presidente estará aí. Peço humildemente, respeitosamente, o seu voto no 22.

VEJA A ENTREVISTA COMPLETA COM CORONEL RAMALHO:

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