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Sabatina: “Vamos criar o Bolsa Moxuara”, diz Célia Tavares, candidata em Cariacica

Candidata do PT, ela falou sobre o projeto de ajuda financeira às pessoas em situação de pobreza, fez críticas à saúde e às escolas cívico-militares

Fechando a rodada de entrevistas com os candidatos a prefeito de Cariacica, Célia Tavares (PT) participou nesta quarta-feira (18) da sabatina promovida pela Rede Vitória com os principais candidatos às prefeituras das quatro maiores cidades da Grande Vitória.

Ela, que tem Hudson Vassoler como candidato a vice-prefeito, falou sobre criação do Bolsa Moxuara, despoluição dos rios de Cariacica e se opôs as escolas cívico-militares, alegando que elas são desvio de finalidade e um gasto sem retorno, entre outros assuntos. Por 30 minutos, Célia Tavares respondeu a perguntas e apresentou suas propostas para assumir o comando do município.

As entrevistas, realizadas pela Rádio Pan News Vitória (90.5 FM), são transmitidas simultaneamente pelo jornal online Folha Vitória e começam sempre às 11h30, de segunda a sexta-feira. A ordem dos candidatos foi definida por sorteio: na segunda-feira (16) foi entrevistado Ivan Bastos (PL) e na terça-feira foi a vez de Euclério Sampaio (MDB).

As sabatinas tiveram início na semana passada com os candidatos a prefeito da Serra. Na próxima semana será a vez dos postulantes à Prefeitura de Vila Velha.

Abaixo, confira a transcrição completa da sabatina com Célia Tavares:

Candidata, no seu plano de governo fica claro que a senhora é contra o modelo de escola cívico-militar. Cariacica tem três escolas nesse modelo. Se a senhora for eleita, vai acabar com esse modelo de educação?

Eu quero deixar muito explícito aqui que estão fazendo uma propaganda que as escolas cívico-militares têm o melhor Ideb. Isto não é verdade. E eu vou dar exemplo concreto. Cariacica tem três.

A Escola Cerqueira Lima, de Jardim América, se tornou cívico-militar. Entretanto, ela sempre teve um dos melhores Ideb de Cariacica. Não foi o fato de ter colocado com esse caráter. A escola de Itanguá foi criada como de tempo integral. Portanto, o Ideb citado como um dos melhores se deve ao fato dela ser escola de tempo integral. E uma terceira escola, que também é militar, não aparece entre os melhores Ideb e ela tem tempo parcial.

O que nós temos que fazer é garantir mais escolas de tempo integral. Inclusive, isso está no Plano Municipal de Educação, no Plano Nacional de Educação. Nossa proposta é ampliar as escolas de tempo integral no plano. Pelo plano você tem que ter pelo menos 25% dos estudantes em tempo integral ou 50% das escolas.

Tem que tomar cuidado de fazer. Você pode pegar pequenas escolas e falar que você já cumpriu a meta porque colocou 50%, mas na verdade você também tem que conjugar com quantidade. E Cariacica não vem cumprindo. Cariacica tem 13 escolas em tempo integral. O prefeito fala que são 15. É mentira. É só entrar lá no site e ler cada escola.

Então a gente precisa construir mais escolas. Entretanto, o prefeito fechou seis escolas em Cariacica, fechou escola em Porto de Santana, General Tibúrcio, fechou a Escola Larissa, o antigo Chapeuzinho Vermelho em Bela Aurora. Fechou a Escola Jones, no bairro Boa Sorte, fechou escola no bairro Antônio Ferreira Borges. Fechou a escola do bairro Moxuara. Os moradores, as famílias, fizeram abaixo-assinado, fizeram manifestação e ele fechou sem nem uma explicação.

Então esse modelo que ele fala que quer ampliar, gasta mais porque você está colocando o pagamento dos militares e aí a gente tem que afirmar também quando você vai à Constituição e verifica qual é a finalidade dos policiais é cuidar da segurança, não é estar dentro das escolas.

Mas você acabaria, então?

Existe um desvio de finalidade. Então nós temos que cumprir a Constituição, que não se pode ter desvio de finalidade, gastar mais com escolas que não traz o retorno. Aí ele diz assim: é porque lá tem mais disciplina. A disciplina tem que ocorrer em todas as unidades de ensino.

Então a senhora vai acabar com as escolas militares?

Nós não vamos aumentar as escolas cívico-militares e vamos, gradativamente, provar para população e para aqueles que lá estudam que esse modelo não é um modelo que traz resultados, o que traz resultado é ela ser integral. Elas continuarão a ser de tempo integral.

Só para deixar claro para o eleitor que está nos escutando, a senhora pretende descontinuar? Vai acabar com as escolas cívico-militares?

Não haverá continuidade de expansão de escolas cívico-militares. O que vai acontecer é ampliação de escolas de tempo integral, que é isso que está na lei.

De que forma que a senhora vai fazer isso? Com que recurso?

Como eu disse, nós vamos rever as seis escolas que foram fechadas, voltar com essas escolas e precisamos ter mais construção. Aí você me pergunta quais recursos. Eu vou te dar exemplos de má-gestão dos recursos da educação.

A atual gestão fez um contrato para cuidar da saúde dos profissionais da educação, coisa que o Instituto de Previdência já fazia e pode fazer. Esse contrato é de mais R$ 10 milhões. Poderia ser feito pelo IPC que já existe, que faz esse trabalho com um custo muito menor.

O Brasil tem um dos melhores programas de livro didático do mundo. Os professores escolhem os livros e o Ministério da Educação envia. O que está fazendo essa administração? Comprando apostilas, apostilas estas que não dialogam com o projeto pedagógico da escola. Então esse é um gasto desnecessário. Temos também esse recurso. Tem ainda um contrato da atual administração de R$ 48 milhões para equipar as escolas.

Aí eu olho para trás, no período que fui secretária de Educação, nós equipamos as escolas com o que de mais moderno existia de tecnologia na época, e não foi esse custo. Isso precisa ser revisto. Esses contratos precisam ser revistos.

Candidata, a senhora é do PT, partido ligado ao PSB, do governador Renato Casagrande. Mas o atual prefeito e candidato à reeleição deixa claro a boa relação dele com o governador. Casagrande não apoia a candidatura da senhora?

O meu partido é aliado do governador e está na administração do governador. Nós também somos aliados. O governador é aliado daquelas administrações que dialogam com ele. Ele não é de Vitória. Prefeito de Vitória não dialoga com ele, mas onde tem o mínimo de diálogo, ele é aliado. Ele faz obras em todos os municípios. Em Cariacica ele faz muitas.

O que existe hoje em Cariacica é um prefeito tentando surfar nas ondas das obras que o governador faz e não cuida daquilo que é essencial, que a população mais precisa.

Por exemplo, nós estamos com sérios problemas na saúde. Nós tivemos uma reportagem de vocês, inclusive quero parabenizar o Folha Vitória, que fez uma matéria sobre saúde, e lá nós vemos a mãe, a Tânia com seu filho com esquizofrenia, não conseguindo atendimento.

Nós vemos a mãe Brenda, com sua criança, com seu filho precisando de atendimento, e não conseguiu. E o prefeito disse aqui para vocês que sobram mil vagas de consultas. De duas uma: ou tem e está escondendo e apadrinhando essas vagas ou é má-gestão mesmo. Eu imagino que as duas coisas podem ser verdadeiras.

O governador não faz falta no palanque da senhora?

Eu, inclusive, encontrei o governador outro dia, numa solenidade. Ele é botafoguense, como eu, e ainda brinquei com ele: “Governador, como é que nós estamos?”. Ele disse: “Continue firme na sua campanha, Célia”. Então eu considero que ele nos apoia indiretamente.

De acordo com o censo do IBGE, Cariacica tem 375 mil habitantes. Mais da metade, quase 189 mil vivem na pobreza ou na extrema pobreza. Essas famílias já recebem benefícios sociais. O que mais pode ser feito para tirar esses moradores da situação que eles estão?

Nosso plano de governo consta que nós vamos criar o Bolsa Moxuara. Para o que é o Bolsa Moxuara? Existe o Bolsa Família do governo federal, criado pelo presidente Lula, que tem o objetivo de tirar essas famílias da situação de pobreza, acabar com a fome. As pesquisas já provaram como o Bolsa Família atinge os seus objetivos: tirar as pessoas da situação de pobreza.

Além disso, faz girar a roda da economia. Esse recurso é utilizado para as pessoas comprarem comida, para as pessoas melhorarem a sua vida. Mas a gente sabe, os índices mostram que ainda não é suficiente, que a gente precisa melhorar mais, atender mais essas famílias.

Então nós estamos colocando o Bolsa Moxuara nos nossos estudos para a gente começar inicialmente com mil famílias do CadÚnico, aquelas em situação mais precarizadas, com uma bolsa de R$ 200.

Inicialmente, os nossos estudos comprovam que é possível porque você vai ter um investimento, porque a gente não chama isso de gasto. A gente tem um investimento anual de R$ 2.000.400. Existe esse recurso para a gente iniciar com mil famílias em situação de vida muito precária.

Mas são cerca de 189 mil pessoas, para apenas mil é muito pouco.

Na verdade, a gente tem essa quantidade de pessoas de baixa renda. Eu estou me referindo a começarmos por aquelas em situação mais precária. Nós não teríamos recurso para atender esse quantitativo. Mas quando você melhora a vida dessas pessoas e esse recurso chega às localidades, você gera economia. Se arrecada mais, isso vai fazer mais investimentos.

Inclusive, é importante a gente citar aqui uma coisa: diminuiu muito, mas ainda existem pessoas que falam mal do Bolsa Família, dizem que as pessoas não querem trabalhar.

Isso não é verdade. As pessoas melhoram de vida, elas têm condições, elas saem do Bolsa Família porque conseguem se inserir no mercado. E o elemento que eu quero colocar é aquilo também que se falava muito: de que eles vão ter muitos filhos porque querem receber o Bolsa.

A gente sabe que isso não existe. O Brasil vem melhorando. O seu índice de planejamento familiar é o elemento central para que as pessoas possam fazer o seu planejamento de quantidade de filhos. É a educação. Quanto mais alta a escolarização de uma pessoa, melhor o seu planejamento. E essas bolsas conjugam a obrigação de estar na escola com a obrigação de ter atendimento na saúde.

Mas já existe o Programa Bolsa Família do governo federal. Tem necessidade de ter mais um programa local da Prefeitura de Cariacica? Não seria melhor investir, como a senhora falou, em educação para tirar essas pessoas da pobreza ou pedir um incremento, já que a senhora é do PT, o mesmo partido do presidente da República. Não seria melhor fazer uma articulação para aumentar os repasses do Bolsa Família para o município?

Eu sou da educação, com mais de 30 anos de experiência de chão, de sala de aula. Quando você consegue melhorar a vida das crianças, você melhora o seu desenvolvimento, melhora a sua aprendizagem.

O Bolsa Família teve um incremento no início do governo Lula e a própria orientação do Ministério do Desenvolvimento Social é que aqueles municípios que puderem também criar uma política de distribuição de renda, que o façam.

Eu concordo com você que, se o governo federal puder ampliar, é melhor, mais o governo federal pensa no Brasil inteiro. Eu, como prefeita, tenho que pensar nos cidadãos e cidadãs da minha cidade.

A gente vê recursos, como hoje no município, mal-empregados, mal-geridos. E vou dar um outro exemplo de má-gestão de recurso público: nós temos em Cariacica um contrato de limpeza da cidade que começou em 2020 com R$ 35 milhões, hoje com os aditivos está em R$ 54 milhões e diversas ruas e bairros não têm limpeza.

Então você pode fazer revisão desses contratos não para não fazer a limpeza, mas para fazer a limpeza e você ter R$ 2,4 milhões anual, isso é possível fazer.

Então eu digo para você que se o governo federal puder ampliar, ótimo. Mas um prefeito, uma prefeita, precisa cuidar dos seus cidadãos e daquelas situações muito precárias. Aí eu volto a falar como professora.

A gente sabe que se essa criança e esse estudante tiver uma condição de vida melhor, tem um melhor aproveitamento dos seus estudos.

Candidata, na eleição para presidente Lula teve mais de 103 mil votos lá em Cariacica, quase 40% do total. Na última pesquisa Futura que a gente encomendou, a senhora aparece com 6,8% das intenções de voto. Por que até agora a senhora não conseguiu atrair essa intenção de voto do eleitor do Lula?

Quando a gente fala de pesquisa, a gente tem que falar de diferentes institutos. Tem um outro instituto que nos colocou com 18%. Aí a gente tinha iniciado a campanha, não tinha material na rua ainda andando pelas ruas de Cariacica. Eu volto a afirmar o que eu disse em um outro momento: existe em Cariacica uma revolução silenciosa.

As pessoas vêm no ouvido da gente dizer: eu vou votar em você, mas não posso falar porque, quando o novo prefeito assumiu, foi instituída em Cariacica a lei da mordaça, as pessoas são vigiadas, inclusive na sua rede social.

Eu vou dar um exemplo concreto: uma pessoa no dia do meu aniversário me mandou um cumprimento no privado falando: “Célia, eu vejo suas coisas na rede social, mas eu não posso te cumprimentar publicamente”.

Olha que situação, uma cidade silenciada, as pessoas não podem se expressar. Então eu atribuo o nosso crescimento, que já é mais de 18%, posso garantir para vocês. Eu atribuo a performance que nós temos pelo fato de ter sido secretária de Educação, o fato de ser do time do Lula, o fato de ter apoio do deputado federal Helder Salomão, muito querido.

A gente anda nos bairros e as pessoas têm muita saudade do período em que existia diálogo, em que existia orçamento participativo, quando a população podia definir o que ela quer, o que era prioridade a prefeitura fazer. Não existe mais isso em Cariacica.

Bom a senhora citar o deputado federal Hélder Salomão. Ele faz parte da bancada capixaba, dos dez deputados capixabas. Bancada também com os três senadores do Espírito Santo. E aí eu queria perguntar o seguinte: em junho do ano passado, a senhora fez duras críticas ao senador Marcos do Val em uma postagem no X, antigo Twitter. Disse que ele deveria ser preso, cassado, que é uma fraude, que é nítido o despreparo, a incompetência dele. São palavras da senhora. Como prefeita, se for eleita, como será a relação com membros da bancada em Brasília para captar recursos para o município?

Nossa relação será uma relação dialógica. Sou uma pessoa muito fácil de lidar porque eu converso com todo mundo. Eu não faço distinção se a pessoa é de partido A, B, C ou D. Entretanto, você menciona um comentário que eu fiz e eu imagino que é o Espírito Santo inteiro que faz o que deve fazer.

Um comentário a respeito desse senador, que tem envergonhado. Ele não tem cumprido a contento o que deve ser o papel de um senador da República. Ele vota contra o país, ele vota contra os trabalhadores, ele é a favor de golpe.

Então, meu comentário é nesse contexto. Como cidadã, devo sempre defender a democracia. Foi isso que eu fiz e a relação vai ser sempre uma relação de respeito institucional. A pessoa ganhou um mandato, ela tem o papel, a obrigação de ajudar a todos os municípios e nós vamos buscar com todos eles.

Mas quando eu falo de relação, de respeito, a senhora fala que o senador é uma fraude, é uma relação respeitosa?

Mas é uma fraude inclusive na formação dele. A formação dele é uma fraude. Ele se apresentou durante muito tempo numa emissora de rádio como grande especialista de segurança e se verificou isso, constatou-se que é uma fraude a formação dele.

Mas a senhora se sentiria à vontade ou confortável para solicitar demandas para o município de Cariacica pensando assim do senador?

Eu posso pensar assim porque, de fato, a formação dele é uma fraude. Mas ele, enquanto senador, e eu, como prefeita, vou pedir. Agora caberá a ele exercer a contento o seu mandato de ajudar os munícipes que precisam.

Saúde é prioridade para 48,9% da população de Cariacica, segundo pesquisa recente da Futura. Mas nós já mostramos várias reportagens sobre a dificuldade de acesso à saúde, principalmente quando a gente fala de especialidades, realização de exames. Qual a sua proposta para essa questão da saúde pública?

Eu vou voltar a falar porque o prefeito veio aqui dizer para vocês que sobram mil vagas de consultas todo mês. Aí eu vou até usar essa expressão que a gente acabou de falar: isso é uma fraude. Isso é uma mentira, apadrinhamento ou está escondendo vagas da população.

Quais são as nossas propostas? Nós temos a proposta de construir o Centro de Especialidades. Em Cariacica não existe. E aí a gente precisa ter mais médicos, ter mais contratação.

Nós precisamos que as nossas Unidades Básicas de Saúde tenham estrutura para atender a nossa população, garantindo a ela o agendamento.

Vou também fazer uma referência de que o formato criado em Cariacica do agendamento online, que deveria ser uma coisa boa, não é porque eles fazem errado.

Agora a gente sabe que esconde vaga porque o prefeito mesmo diz, mas as pessoas não conseguem porque têm uma única data no mês. Dia 25, às 14 horas, as pessoas vão fazer o seu agendamento. Dez minutos não tem mais, isso é prova concreta. Aí sobram 1000. Então, o que está acontecendo no município?

As pessoas estão reclamando do agendamento online, que deveria ser uma coisa boa. As pessoas não precisariam estar de madrugada nas filas. Elas relatam que têm saudade de estar em uma fila porque sabiam que até 30, se estivessem entre esses 30, conseguiriam fazer o agendamento.

Então nós vamos reorganizar esse agendamento, dando transparência para que as pessoas consigam fazer seu agendamento. Não vai ser um único dia do mês como hoje é feito. Então, vamos reorganizar o agendamento das estruturas, as unidades, os PAs que nós temos, que são quatro, só dois funcionam 24 horas. Nós precisamos que os outros dois, as outras duas unidades (Nova Rosa da Penha e Bela Vista), também atendam 24 horas.

Como diz a nossa população, a necessidade de saúde, o adoecimento não escolhe hora. Nós precisamos fazer uma expansão do horário. Grande parte das unidades só funciona até as 17 horas, o que acaba criando muitos problemas e lotando hospitais porque lá você não precisa ter agendamento.

Então nós temos várias propostas. O nosso vice, Hudson, trabalha na área da saúde, e tem grande conhecimento da saúde, vai nos ajudar muito a atender a saúde com dinheiro.

Como seria feito o agendamento? Porque saudade de fila eu de fato acho triste demais de sentir, até porque as pessoas, quando iam para a fila, elas madrugavam lá para poder chegar na frente. Tinha gente que dormia na fila. Já inúmeras vezes mostramos pessoas com cadeira dormindo. Levar filho porque não tem com quem deixar a criança. Então, como seria feita essa organização do agendamento? A marcação dessas consultas vai ser fila de novo?

Nós vamos continuar fazendo nesse modelo, porém fazendo uma transição e garantindo aquelas pessoas que não têm acesso à internet, que não têm habilidade de entrar nesse sistema de consulta. Vamos colocar na própria unidade de saúde profissionais e equipamentos para ajudar essas pessoas, colocar em outros equipamentos, como os CRAS, por exemplo.

A pessoa se dirige ao CRAS e lá vai ter um profissional onde vai entrar no sistema junto com ela para fazer essa marcação. Há uma confusão muito grande por parte dessa administração de que o fato de grande parte das pessoas ter um celular, elas estão na era digital. Isso não é verdade.

Então nós temos que fazer uma transição de modelo, garantindo as pessoas nas unidades de saúde e outros equipamentos públicos profissionais, equipamentos para ajudá-las a fazer o agendamento.

Vamos falar sobre segurança pública. Cariacica é uma das cidades mais violentas do Estado. A gente tem taxas altas de homicídios. Há bairros que às vezes têm toque de recolher, tem ônibus que é incendiado, ônibus que não circula por conta da violência. Qual é a proposta da senhora para melhorar a segurança pública no município, sendo que Cariacica tem um número muito baixo de guardas municipais?

Quando a gente vai falar de segurança pública tem sempre que pensar em ações intersetoriais. Você tem as polícias, tem a guarda. Mas você também precisa fazer uma articulação com as políticas sociais e sempre conjugado.

E nós vamos criar o Observatório da Segurança Pública. O que é esse observatório? Ele vai reunir dados e fatos para que você possa fazer uma articulação com os diferentes setores responsáveis pela segurança para incidir naqueles locais.

Por exemplo, determinado bairro em determinados horários ocorre incidência muito grande de violência. Então, o que nós vamos fazer ali: é um problema de não ter assistência social? Secretaria de Assistência Social vai intervir naquela região. É um problema da educação? A Educação vai intervir. É um problema da Saúde? É um problema das polícias? Então, é sempre conjugada essa ação.

O Observatório vai ter essa competência. É um problema de iluminação? Que muitas vezes é, temos que ter a parte de estrutura do município cuidando dessa iluminação. É um problema dos horários dos ônibus? As pessoas têm muita espera? Então precisamos fazer uma articulação com o setor público para pensar no tempo que as pessoas ficam aguardando seu ônibus.

Existe uma Guarda que fica muito centralizada nos pontos comerciais do município e as periferias ficam sem atendimento. Precisamos reorganizar, valorizando e ampliando a nossa Guarda e articulação com a Polícia Militar.

Portanto, situação complexa implica que você faça uma articulação com os diferentes setores, com as diferentes polícias, desde Militar, Civil, se necessário Federal, para garantir dignidade e garantia da vida e do patrimônio das pessoas.

Vai ter contratação de mais guardas? Porque hoje o quantitativo é baixo para o município de Cariacica.

Nós vamos fazer uma reorganização da Guarda. Com certeza a gente precisa fazer uma ampliação para que não fique centralizado, como acontece hoje.

Candidata, seu plano de governo não tem projeto para combater os alagamentos na cidade, nem para ajudar as pessoas que vivem em áreas com risco de deslizamento de terra. Como um problema tão antigo, tão crônico de Cariacica, não entrou no seu plano de governo?

O nosso plano de governo tem sim. Porque a gente fez um plano de governo bastante discutido em todas as regiões do município. Quando chegou o período de fazer a nossa inscrição de candidatura, a gente não tinha feito a conclusão dele, mas a gente colocou lá.

Se você puxar de novo, você vai encontrar. Inclusive, nós estamos para fazer um zoneamento, fazer uma identificação de todos os locais em que a gente tem problemas de barreiras, fazer a identificação de todos esses locais, dos alagamentos. A gente sabe, já de antemão, que tem problema às margens do Rio Tanguá, tem problema do Bubu, tem o problema do Rio Formate e a nossa proposta é fazer um trabalho e de um projeto de despoluição dos nossos rios.

É muito triste a gente chamar o rio de valão, que é o que acontece com o Rio Itanguá. É triste demais. Então nós vamos fazer captação de recursos para despoluir os nossos rios.

Nós precisamos fazer os parques lineares, à margem desses rios, o que muitas cidades já fizeram. Se você não tem períodos de grandes chuvas, esses parques servem para a nossa população usufruir de lazer.

Então, como você vai fazer isso? Nós vamos fazer bons projetos e captar recursos, porque nós sabemos que temos órgãos nacionais e internacionais que têm a obrigação de investir no meio-ambiente e o fazem se tivermos bons projetos.

Parece uma solução muito distante, sendo que a necessidade da população é muito imediata.

A gente tem que começar. Então eu sonho em despoluir os nossos rios. Para isso você tem que fazer os projetos e você tem que fazer as limpezas permanentes. Isso aí são ações imediatas.

Infelizmente a gente sabe que muitas pessoas jogam lixo e isso acaba não permitindo o escoamento das águas. Então você faz aquilo que deve ser do cotidiano, a limpeza permanente. E você faz os projetos de médio e longo prazos porque em algum momento você tem que começar.

Candidata, a gente teve um caso muito triste divulgado nesta terça-feira (17). Uma criança de quase quatro anos foi deixada no PA de Alto Lage e morreu com sinais de violência e suspeita também de abuso sexual. Em entrevista, o diretor-clínico do PA disse que é rotina esse tipo de atendimento. São frequentes os casos de crianças que chegam lá vítimas de algum tipo de violência, seja física ou sexual. O que a senhora tem de propostas para crianças e adolescentes, para proteção dos menores?

Uma das propostas que nós temos, e que é muito importante, foi muito atacada em períodos da polarização política, que é a educação sexual nas escolas. Por que eu falo isso? Porque quando você tem profissionais especializados para abordar essas questões, as crianças que sofrem essas violências encontram um ambiente para poder fazer os relatos.

Inclusive, está no Estatuto da Criança e do Adolescente que, se um profissional, seja da educação, seja da saúde, identificar situação de violência, tem que fazer as denúncias.

Então, quando você faz essas abordagens, quando você faz essas escutas sensíveis, a gente consegue identificar e sabemos que grande parte dessas violências acontecem com pessoas conhecidas da famílias. E essas crianças não têm escuta nesses locais.

Elas vão ter escutas onde? Onde? Nas escolas? Nos CRAS? Onde o poder público pode dar a elas condições de se expressarem com todo o respeito que essa questão requer.

Então, seria levar a educação sexual para dentro das escolas. Articulação com os conselhos tutelares que fazem as visitas também para identificar, uma articulação de diferentes setores, para fazer a escuta e identificação dessas violências.

Preparar os profissionais para poderem perceber os sintomas nas crianças?

Sim, são muitos os relatos nas escolas. Muitas identificações acontecem no ambiente da escola, com profissionais preparados para fazer essa identificação.

Candidata, nosso tempo acabou para a senhora responder as perguntas. A gente está se aproximando dos 28 minutos. Vamos então zerar o nosso cronômetro e a senhora vai ter dois minutos para suas considerações finais.

Eu quero dizer para você, leitor e eleitora de Cariacica, nós temos uma gestão que fecha escolas. Nós temos uma gestão que não cuida bem da saúde, que inclusive afirma que sobram vagas quando a população não consegue fazer o seu agendamento. A saúde está mal-cuidada, a segurança está mal-cuidada. Fecha a escola. Fechou General Tibúrcio, de Santana. Você de Santana sabe o quanto as famílias se ressentem de não ter a escola.

Você que é morador de Boa Sorte, de Bela Aurora, você, morador de Cariacica, viu o fechamento da Escola Olivino Rocha, o fechamento da Escola de Moxuara. A escola tem que abrir.

Esse é o projeto que existe, o projeto da mordaça. O projeto do silenciamento da cidade. E tem o nosso projeto: o projeto do time do Lula, do time do Helder Salomão, que tem o melhor plano de governo, que vai voltar o orçamento participativo, que a população vai conhecer o que se arrecada, o que tem de recurso e ela definir onde devem ser feitos os investimentos.

Isso se chama transparência, coisa que não existe mais em Cariacica. Portanto, eu convido você a fazer parte dessa revolução silenciosa que está acontecendo no nosso município, onde as pessoas estão dizendo: basta de mordaça, basta de silenciamento.

Nós queremos ser escutados! Nós queremos saúde de qualidade, educação de qualidade. Nós queremos segurança, queremos uma cidade bem cuidada. Por isso eu peço a vocês quando estiver você e a urna, vote Célia, Vote 13.

Assista à sabatina completa com Célia Tavares:

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