Economizar para a aposentadoria, planejar os gastos mensais e evitar o endividamento e escolher uma opção de pagamento que cobre juros menores são atitudes desejadas para qualquer cidadão. Contudo, pesquisas diversas apontam que o brasileiro é uma das populações do mundo com maior índice de analfabetos financeiros. Essa realidade pode começar a mudar com a recente obrigatoriedade, em 2020, da introdução da disciplina de Alfabetização Financeira na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do Ensino Fundamental.
No Centro Educacional Leonardo da Vinci, esse conteúdo, que já era oferecido há alguns anos como um projeto, agora é uma disciplina ofertada uma vez por semana, durante uma hora, nas turmas do 5º ano integral, ou seja, com crianças em torno dos 10 a 11 anos de idade. De acordo com o coordenador pedagógico do Ensino Fundamental I Alexandre Zanotelli, não é mais aceitável que as instituições de ensino foquem em conhecimentos que não tenham relacionamento com a vida futura do indivíduo. “Faz-se necessário cada vez mais a inclusão de disciplinas que permitam ao aluno se integrar ao meio em que ele vive. É quase unânime entre os educadores financeiros o desconhecimento do brasileiro com relação às questões envolvendo finanças, muito por sermos um país de desigualdades enormes e pela complexidade de nosso sistema monetário. Grande parte disso é decorrente de uma falta de educação formal a respeito do tema”, explica Alexandre.
Nas aulas de Alfabetização Financeira os alunos aprendem sobre história do dinheiro e do comércio, conceitos de finanças, moedas e câmbio, formas de poupar e investir, consumo consciente, tomada de decisões mediante análise de cenários, e autocontrole, disciplina e equilíbrio para o uso responsável do dinheiro. Além disso, desenvolvem ações de geração de renda e trabalhos interdisciplinares, abordando Matemática e Ciências Sociais, sempre refletindo sobre o fato de que toda atitude tem reflexos na vida deles e da sociedade.
Alexandre explica que, além da aceitação ter sido muito boa, os alunos estão trazendo uma boa bagagem de informação sobre o tema. “É interessante notar o conhecimento avançado que eles já têm. Muitas famílias já conversam em casa com seus filhos pequenos sobre o assunto e isso tem ajudado muito a despertar o interesse deles e avançar nos conteúdos”, conclui o coordenador.