Era uma vez um mundo cheio de contadores de histórias… Esse mundo ainda é real. Apesar de todo avanço tecnológico dos últimos tempos, que agregou à educação uma série de ferramentas digitais, o tradicional contador de histórias, homenageado deste domingo, dia 20, continua tendo espaço garantido nas escolas como estratégia pedagógica para trabalhar diversas habilidades na primeira infância.
É o que garante a coordenadora pedagógica da Educação Infantil do Centro Educacional Leonardo da Vinci, Telma Berno Mattos. Para ela, o papel desempenhado pelas professoras de contar histórias não perdeu a relevância e continua encantando as crianças. “O momento de contação de histórias é muito rico em aprendizagens, pois instiga a imaginação, estimula a criatividade e a oralidade, incentiva o gosto pela leitura e a escrita, trabalha sentimentos, aumenta o repertório cultural, transmite conhecimento de forma lúdica e contribui para a formação da personalidade a partir da associação dos fatos dos contos às próprias vivências”, cita Telma.
A coordenadora conta que na escola a atividade é levada tão a sério que existem espaços dedicados a ela, como a Casa do Conto. Trata-se de uma casinha colorida, enfeitada com doces, como a Casa de João e Maria, que fica na entrada do acesso da escola à Reserva do Itapenambi, cercada de árvores, que conta com cadeira de balanço, fantoches, minibiblioteca e um tapete onde as crianças sentam para ouvir as histórias. “Para os alunos é sempre um momento mágico, de grande expectativa. Esse comportamento é muito positivo para a recepção do conteúdo que queremos trabalhar com aquela história”, explica a coordenadora.
Para ela são tantos os benefícios que a contação de histórias traz que a prática não deve ficar restrita à escola, mas ser levada para dentro de casa. “O ato de escolher um livro juntos, sentar perto, entrar no universo da história e transmiti-la com emoção para o seu filho ou sua filha aproxima, fortalece os laços afetivos e cria momentos inesquecíveis em família para que a criança sempre associe o livro a um momento de prazer”, sugere Telma.
E quem acha que não tem capacidade para contar uma boa história, ela deixa algumas dicas:
· Escolha a história de acordo com a faixa etária para que a criança entenda e tenha interesse no assunto;
· Escolha um espaço confortável e sem distrações;
· Narre com empolgação, entonação, envolvimento, gestos, expressões e vozes diferentes para cada personagem;
· Para as crianças bem pequenas, antes de contar, leia o livro para familiarizar-se com a história. Assim, poderá resumi-la e contar com suas próprias palavras, mostrando as figuras;
· Olhe nos olhos de quem ouve a história;
· Use recursos adicionais como desenhos, fantoches, músicas, objetos que emitam sons. De preferência, deixe-os escondidos em uma caixa ou bolsa até o momento certo de mostrá-los;
· Faça perguntas e estimule a participação da criança durante a história ou ao final;
· Lide com imprevistos e, caso uma história não agrade muito, não desista, escolha outra e continue praticando.
