O Espírito Santo, com toda sua riqueza cultural, enfrenta inúmeros desafios relacionados à preservação de seu patrimônio histórico e ambiental. No intuito de proporcionar às crianças uma conexão profunda com as raízes culturais e o ecossistema do Espírito Santo, O Centro de Educação Infantil Recriar idealizou e operacionalizou o projeto Diversidade em Cores: Conectando a Cultura e o Ecossistema do Espírito Santo à Primeira Infância.
O projeto advém como uma resposta concreta à necessidade de fomentar essas reflexões dentro do ambiente escolar e familiar, de forma inclusiva e acessível, envolvendo crianças, famílias e a comunidade em um processo contínuo de educação e conscientização. “Entendemos que, desde a primeira infância, é essencial cultivar a valorização das tradições locais e o respeito pela biodiversidade”, explica Leila Milli Fernandes, coordenadora do Centro de Educação Infantil Recriar e idealizadora do projeto.
Preservação é uma das palavras que representam a essência dessa proposta pedagógica, direcionada ao meio ambiente natural, como também aos processos culturais e sociais. A premissa é propiciar na criança, desde a primeira infância, a contemplação e a reflexão que levam ao respeito às diferenças, ao cuidado com a cultura – suas simbologias e representações (monumentos históricos e outros elementos do patrimônio cultural das sociedades) e sobretudo, a noção de cuidar do meio ambiente natureza.
Leila Milli intuiu que o ambiente escolar tem um papel crucial na educação para a vida, para a interação respeitosa com o outro, fixando em cada indivíduo, desde a mais tenra idade, a ideia de corresponsabilidade na garantia de um mundo melhor. O projeto “Diversidade em Cores” surge a partir da reflexão sobre a importância de se trabalhar a diversidade cultural e a conscientização ambiental já na primeira infância, uma fase crucial para a formação de valores sociais, culturais e ecológicos.
O estado do Espírito Santo se destaca pela sua rica pluralidade cultural, resultado da fusão de influências indígenas, africanas e europeias. Exemplo disso são a capoeira, as tradicionais panelas de barro, as danças do congo e a musicalidade vibrante que utiliza instrumentos únicos como a casaca e o agogô.
Com a crença de que a formação do cidadão consciente e crítico começa na primeira infância, fase da vida em que os valores sociais e culturais ainda estão em construção, a pretensão da escola é a de contribuir para sedimentar estruturas humanísticas e de interação social e ambiental pautadas no respeito e no cuidado, já desde a mais tenra idade.
“Muito sabemos que nossas ações são moldadas por nossa bagagem sociocultural, nosso meio e influências a que somos expostos, com esse projeto acreditamos estar propondo formas positivas e responsáveis de se estar no mundo e em interação saudável com ele”, enfatiza Leila. A abordagem multidisciplinar e o conectar de forma lúdica, interativa e contextualizada fez toda a diferença para suscitar o pertencimento dos alunos às suas raízes culturais e ao meio ambiente que lhes rodeia.
Paralelamente, o estado também abriga um ecossistema extraordinário, com a desova das tartarugas marinhas, o bioma da Mata Atlântica, a visita das baleias Jubarte ao litoral e os esforços de preservação dos manguezais. Diante dessa diversidade cultural e natural, o Centro de Educação Infantil Recriar viu a oportunidade de integrar cultura, arte e meio ambiente, oferecendo às crianças uma experiência única e enriquecedora de aprendizagem.
A implementação do projeto “Diversidade em Cores: Conectando a Cultura e o Ecossistema do Espírito Santo à Primeira Infância” envolveu professores, a psicóloga, a pedagoga e a coordenadora geral. As principais atividades realizadas foram: contação de histórias para contextualizar os temas e a fim de se delinear um ser humano mais atencioso às causas coletivas, após a interação com o meio ambiente em passeios e visitas técnicas realizados em espaços culturais e ambientais. Foram oportunizadas vivências tanto em ambientes culturais como ambientais.