Curiosidade: você sabia que a cultura africana chegou ao Brasil com os povos escravizados trazidos da África durante o longo período em que durou o tráfico negreiro transatlântico?
A diversidade cultural da África refletiu-se na diversidade dos escravos, pertencentes a diversas etnias que falavam idiomas diferentes e trouxeram tradições distintas.
Os africanos trazidos ao Brasil incluíram bantos, nagôs e jejes, cujas crenças religiosas deram origem às religiões afro-brasileiras, e os hauçás e malês, de religião islâmica e alfabetizados em árabe.
Assim como a indígena, a cultura africana foi geralmente suprimida pelos colonizadores. Na colônia, os escravos aprendiam o português, eram batizados com nomes portugueses e obrigados a se converter ao catolicismo
Portal da Cultura Afro-Brasileira
Muitos nomes de destaque da cultura negra nacional participam da 5º edição do Festival Torta Black, que acontece nesta sexta (05) e sábado (06), com transmissão pelo YouTube! 😉
Uma luta pela igualdade! O festival trará a diversidade de manifestações, atrações e expoentes da cultura negra. Serão 7 horas de programação, incluindo shows, painéis e performance ao vivo de graffiti.
O diretor e curador artístico do festival, Fábio Carvalho, destaca que os participantes foram cuidadosamente selecionados e vão evidenciar pontos importantes a respeito da valorização da cultura negra no Brasil e no mundo.
“Esse festival vai ficar gravado pra sempre! Os outros festivais, quem viu viu, mas esse não. Ficará disponível e trazendo a potência, musicalidade e resistência do povo negro pro festival online. Está todo mundo muito feliz de participar! Temos uma carência muito grande no País e principalmente no Espírito Santo de ter um festival com esse formato abordando temas da negritude e da arte negra. Esse festival tem cunho importantíssimo”.
A CEO do Instituto Manguerê e coordenadora do festival, Alcione Dias, explica que, neste momento delicado de restrição dos eventos presenciais, foi necessário ajustar a programação para que o evento acontecesse, afinal, mais do que nunca as reflexões sobre as diferentes formas de resistência cultural que permeiam as manifestações do povo negro ao longo da história devem ser realizadas. Ela também falou sobre o novo formato.
“As expectativas pra esse festival são muito grandes. Nós mudamos o formato, mas estamos mantendo a mesma entrega das edições anteriores em relação a diversidade, manifestações e atrações da cultura negra. Vamos abordar temas de bastante relevância para o movimento antirracista”.
Música, debates, homenagem e grafitti 🎼🎨
Com a programação dividida em dois dias de evento, o Festival Torta Black vai contemplar diversos segmentos de manifestações artísticas da cultura negra. Para dar o start no evento, na sexta-feira, haverá a homenagem com entrega do Troféu Lameirão ao Mestre Zé Bento, fundador da primeira banda e congo mirim do Espírito Santo, que será seguida de apresentação da Banda de Congo São Benedito e São Sebastião, de Nova Almeida.
Ainda no primeiro dia de atividades, acontece o painel de abertura “Ancestralidade e Resistência Cultural: Passado, Presente e Futuro”, com as participações de Leonor de Araújo, Maurício Tizumba e Castiel Viturino. O encerramento desta sexta será com o show do artista mineiro Mauricio Tizumba.
O segundo dia de festival já começa com a performance do DJ Zapie e o início do grafitti assinado pela artista plástica Keka Florêncio. Essa ‘dobradinha’ de atividades acontecerá entre os intervalos da programação. O ritmo segue embalado pelo R&B do artista Fabriccio, com show em formato voz e violão. O jovem artista negro é compositor, produtor musical e multi-instrumentista. Com vasto repertório musical e uma sonoridade plural, tem como referências grandes nomes da música negra como Djavan, Simonal, Marvin Gaye e Michael Jackson.
A tarde ainda terá o painel “Afrofuturismo: conceituação, narrativas e estéticas”, comandado pela capixaba Kênia Freitas, referência nacional no assunto, com extenso currículo e inúmeras publicações.
O encerramento terá muita música com o grupo Melaninas MCs. O show ‘Sistema Feminino’ vai apresentar um repertório com narrativas sobre as vivências das mulheres em vários aspectos da sociedade, as lutas contra o preconceito racial e de gênero. É sobre o lugar de fala sendo ocupado por quem ainda tem direitos a serem conquistados. O diálogo é feito através das músicas autorais compostas por quatro mulheres negras periféricas e um DJ, que se manifestam culturalmente através do Rap.
Programação 💻
05 fevereiro (sexta-feira):
- 19h – Abertura Oficial do Evento
- 19h10 – Homenagem com entrega de troféu ao Mestre Vacinto Rosário Bento: Mestre Zé Bento é fundador da primeira banda de congo mirim do Espírito Santo.
- 19h20 – Show Banda de Congo São Benedito e São Sebastião de Nova Almeida: Uma das mais antigas e tradicionais da Serra, município da região metropolitana de Vitória e berço do congo.
- 19h40 – Escambo Cultural – Painel de abertura – Ancestralidade e Resistência Cultural: Passado, Presente e Futuro.
- O painel vai abordar a diversidade de narrativas em torno do legado trazido pela diáspora Africana, como é mantido e as perspectivas futuras. Com as participações de Leonor de Araújo (Mediadora), Maurício Tizumba e Castiel Viturino.
- 20h45 – Show com Mauricio Tizumba: artista mineiro com um percurso de grande relevância para cultura afro-brasileira, uma vez que, em toda sua história musical, traz consigo o congado mineiro – manifestação religiosa com mais de três séculos de existência.
22h – Encerramento
06 fevereiro (sábado)
- 18h – Fala de abertura
- 18h10 – Perfomance do Dj Zapie e início do Graffiti ao vivo – Artista Keka Florêncio: performance musical e visual com a discotecagem de música preta do Dj Zapie, e a pintura ao vivo de uma obra exclusiva de graffiti da artista plástica Keka Florêncio. Essa performance se estenderá durante todo o evento entre os intervalos da programação.
- 18h30 – Show Fabriccio (voz e violão): trará toda a cadência R&B do artista em seu novo formato acústico.
- 19h30 – Performance do Dj Zapie e Graffiti ao vivo Artista Keka Florêncio.
- 19h50 – Escambo Cultural – Painel II – Afrofuturismo: conceituação, narrativas e estéticas. Participação de Kênia Freitas: movimento criado na primeira metade do século XX que, com base na ficção científica e no realismo fantástico, aborda a condição afrodescendente a partir da cultura e da estética africana e diaspórica, oferecendo a perspectiva de um futuro diferente para as populações negras.
- 20h50 – Performance do Dj Zapie e Graffiti ao Vivo – Artista Keka Florêncio
- 21h10 – Sistema Feminino – Show Melaninas MCs (com DJ): o show traz um repertório que aborda narrativas sobre a vivência das mulheres em vários aspectos da sociedade, suas lutas contra o preconceito racial e de gênero.
- 22h10 – Fala de encerramento do V Festival Torta Black
Festival Torta Black 2021
Quando: 05 e 06 de março de 2021
Transmissão: Canal Festival Torta Black no YouTube. Clique aqui!
Instagram: @festivaltortablack
Facebook: Festival Torta Black
Realização: Instituto Manguerê
Você não pode perder. Vai ser lindo! 😍