Foto: Pedro Permuy

Rayssa Thebaldi recebeu este colunista na nova sede de sua Água Azul, em Vila Velha

O 2022 de Rayssa Thebaldi lhe rendeu um faturamento de mais de R$ 5 milhões, fruto de um investimento inicial, em 2017, de algo em torno de R$ 800 – que, hoje, mal-mal pagam o combustível de seu Jeep Compass, carrão que ela estacionou na garagem do galpão da marca que criou, em Vila Velha, no fim do ano passado, para receber com exclusividade a Coluna Pedro Permuy, que não é boba nem nada.

O bate-papo aconteceu ali, depois das mesas de qualidade, corte e separação da fábrica, que hoje se divide em quase duas dezenas de confecções pelo Espírito Santo todo, na sala de reuniões recém-reformada. “Ainda estou mudando tudo, tudo foi muito rápido e quero mudar muita coisa ainda. Mas já temos essa sala para reuniões e esses encontros”, conta ela, entusiasmada.

“O pessoal logo fala: ‘Impossível começar com R$ 800, minha mãe via o pessoal comentando. O pessoal acha que de R$ 800 vai pular para R$ 600 mil em um mês, não sei. E não é assim. É um reinvestimento importante e muito trabalho”, logo explica. De fato, a empresária de 33 anos de idade começou o negócio próprio – inicialmente só de moda fitness – com menos de um salário mínimo. À época, vendia de porta em porta e por vários meses não sacou nada do capital que estava criando: “Só usava para comprar mais e vender mais”.

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Hoje, além de ter consolidado as contas e adquirido uma folha de pagamento de 22 funcionários diretos e mais de 30 indiretos, ela também diversificou os produtos e, por mês, entrega uma média de 1,5 mil pedidos com uma produção de 10 a 12 mil peças no mesmo período.

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“Em 2019 começamos com 3, 4 pessoas. Em 2020, mais pessoas vieram. Fechei 2021 com cinco no total. E, agora, são 22 pessoas comigo e mais de 30, indiretamente, com as facções”, detalha a empreendedora que mora com suas duas cachorras resgatadas: “Peguei uma outra filhote agora, mas vou ter que achar uma família para ela, não vou dar conta (risos)”.

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Foto: Pedro Permuy

LARGOU SALÁRIO DE CARTEIRA ASSINADA

Antes de tudo, Rayssa tinha uma vida razoavelmente estabilizada em uma multinacional que tem sede em Jardim Camburi, em Vitória. Formada em tecnóloga de Química, se criou em família humilde e lembra que desde pequena se identificava com vendas e público. “Vendíamos picolé, churrasquinho na praia… Quando fui contratada, ganhava uns R$ 1,8 mil por mês e não estava satisfeita. Ter a minha marca sempre foi uma vontade”, relembra ela, que largou a faculdade de Engenharia no sexto período.

Quando decidiu que ia começar o empreendimento, a bonita elaborou três conjuntos – e nem produzia peças maiores que M, só para se ter ideia. “Lembro que nem um iPhone eu tinha. Pedia à minha prima para ir para a casa dela, que era mais bonita que a minha, usava o celular dela, tirava várias fotos e ia postando ao longo do tempo no Instagram. E assim foi um bom tempo no início, até conseguir abrir o primeiro espaço físico”, destaca.

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“À medida que ia vendendo, ia comprando novas peças e tentando diversificar. Quando chegou em dezembro, eu dei um jeito de me demitirem, porque eu precisava do FGTS (risos). E aí nessa época eu já vendia uns R$ 5 mil por mês. Peguei o fundo de garantia todo, fui para o Rio de Janeiro e busquei novidades. Comprei muita coisa lá… Quando voltei, investi em trabalho pesado para usar todo o material aos poucos e, de novo, reinvestir”, recorda ainda.

Do primeiro espaço físico, com pouco mais de 20 metros quadrados, ela passou para um outro CEP, já na Praia do Canto, bairro nobre de Vitória, para um verdadeiro salão em endereço privilegiado com mais de 100 metros quadrados. “Todo o processo me fez crescer consciente e esse período na Praia do Canto me deu uma visibilidade muito boa. Não era uma loja, era um espaço físico. Mas eu fiz toda a frente de vidro, com a marca, e todo mundo que passava conseguia me ver”, indica.

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R$ 12 MILHÕES PARA 2023

Com o faturamento já nas alturas, a expectativa para 2023 é dobrar a cifra milionária. Isso otimizando o custo fixo mensal que ela já possui atualmente, que gira em torno de R$ 450 mil a R$ 500 mil.

“Fechamos 2022 com um faturamento de R$ 6 milhões e já era esperado, sim. A gente que faz a meta de venda, conforme vendeu, e andamento de mercado, então temos essa noção. A projeção para este ano é o dobro, porque estamos em fase de investimento em estoque, aplicativo, operações internas…”, reflete.

“Meu segredo foi persistência, mas acho que autenticidade e ousadia foram primordiais também. Sou autêntica, ousada, divertida… Do jeito que estou te contando tudo, conto para todo mundo. É muito sobre conseguir me comunicar e comunicar a marca com as consumidoras como se fossem amigas. Hoje, me coloco na missão de ter uma conexão emocional com todo mundo que consome as nossas peças”, conclui. 

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Foto: Pedro Permuy

Rayssa e Gabriel Verdan: um dos braços que a ajuda na gestão executiva do negócio