Beatriz Schwan trabalha até 20h por dia na China. De domingo a domingo. A quase 12 horas à frente do horário de Brasília, em Shangai, a modelo capixaba comemora: “Nem os grandes mercados da moda internacional, como Milão, Paris e Nova York, estão tão aquecidos quanto a China está. A produção no Oriente é muito diferente, o chinês está em um outro nível de ser”.
Na rotina da jovem de 24 anos de idade do outro lado do mundo é comum pegar um avião, chegar a uma cidade cenográfica e fotografar. Aliás, esse é um dos diferenciais de ser modelo na China. O país oriental possui municípios, sim, delimitados, que são construídos “só” para agências trabalharem com publicidade. “Tem tudo normal, restaurantes, cafeterias, supermercados, lojas… Mas quando você abre, como se fosse entrar, é tudo de mentira. E são cidades enormes que são construídas só para isso”, completa.
A captura das imagens é tão enorme quanto os cenários, como ela mesma confidencia à Coluna Pedro Permuy: “Geralmente são vários fotógrafos, grua, imagens aéreas e drones que as produções posicionam para fazer as fotos”.
Beatriz deixou o Espírito Santo há quase dois anos para morar na China. De lá para cá, fotografou para as maiores labels do mundo todo: a famosa Shein, Harry Winston, de joias de luxo, Nissan, Gap, Tommy Hilfiger e Ellassay.
Por enquanto, não pensa em sair de lá. “Para mim está sendo maravilhoso. Meu fluxo de trabalho aqui é maior. Eu tenho que considerar isso. A carreira de modelo está mais duradoura, mas é uma oportunidade que muita gente queria ter e não tem. Porque não é todo mundo que consegue estar aqui, fazendo o que eu estou fazendo. E tenho vontade de conhecer outros países, mas eu amo a China e penso em ficar aqui por enquanto”, adianta.
No Brasil, Beatriz é agenciada pelo booker Anderson Bonella, da Andy Models, de Vila Velha. Segundo ela, o profissional a aconselhou a dar uma desacelerada e avaliar, sim, a possibilidade de trabalhar em outros países para diversificar a carta de trabalhos.
Sobre fazer tanto sucesso na Ásia, Beatriz avalia: “Os clientes me conhecem, minha agência me ajuda muito. Muito modelo vem para cá e só quer ficar 3 meses, não leva tão a sério… E eu entendo que eu trabalho com isso, que isso é a minha empresa, confio nisso. É uma qualidade de vida muito boa que eu tenho aqui. E tem a questão de a conta bancária crescer, né? (Risos)”.
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Com Beatriz a trajetória foi mais ou menos assim, só que a dedicação foi integral. “Minha primeira vez (na China) foi em 2019. Passei 3 meses e voltei ao Brasil. Aí depois vim para cá em março do ano passado e aqui estou há um ano e 7 meses. Vim para ficar sem data para voltar, mas a pandemia trouxe oportunidade também. Os modelos que já estavam aqui não podiam sair e os de fora não podiam entrar, então todos os trabalhos foram demandados para a gente. E eu percebi que em outros mercados internacionais a moda não teve tanta força como aqui”, pondera.
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“Acho que o sucesso que faço aqui também se dá pela aparência física, que os orientais valorizam muito. Eles gostam de cabelo escuro, sobrancelha marcada, o olho não tão redondo, a pele muito branca…”, enumera.
O próximo grande plano da capixaba é, definitivamente, aprender a falar chinês fluentemente. “Eu sei o básico, mas, Nossa Senhora, só consigo me comunicar. Quero fazer aulas para aprender direito, que será muito bom para o dia a dia aqui”, termina.