Ela é a dama do violino!
Vera Camargo celebrou 101 anos de idade na última segunda-feira (7). O “parabéns pra você” foi na casa da violinista que é das mais famosas do Espírito Santo, desde a fundação da Orquestra Sinfônica do Estado (Oses), de que fez parte.
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Ela, como a Coluna Pedro Permuy, que não dorme no ponto, também já noticiou, foi da Faculdade de Música do Espírito Santo (Fames) desde quando a instituição não graduava, quando era Escola de Música do Espírito Santo (Emes), e participou da transformação do colégio pré e pós-selo de reconhecimento superior do Ministério da Educação (MEC).
Para soprar as 101 velinhas, Vera recebeu amigas mais chegadas e família, em Vitória.
QUEM É VERA CAMARGO
Viúva de um casamento de mais de 60 anos e sem filhos, pouco tempo depois de selar a união, ela e o marido, Alceu Camargo (também um dos fundadores e primeiros professores da Fames), eram 1ª violinista e spalla da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, em Belo Horizonte.
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“Eu já estava casada nessa história toda de Emes e Fames. Alceu foi convidado para spallar (ocupar o cargo mais alto de uma orquestra depois da maestria) e eu, 1ª violinista. Em 1954, para você ter uma ideia, Belo Horizonte já era muito mais avançada que Vitória é hoje. Já tinha o mês da ópera e temporada lírica, que nós estávamos à frente. Eu levada daqui (de Vitória) e Alceu, de Curitiba, de onde ele era. Terminamos esse trabalho (no festival) e nos mudamos para o Espírito Santo”, continua.
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Já aqui, foi uma das cinco fundadoras (incluindo o marido) da então Emes, atual Fames. Lá, foi professora até a aposentadoria, aos 60 anos de idade. “Agora não tenho rotina. Na minha idade, a rotina é costurar, ouvir música em um aparelho que ganhei agora, de 100 anos, que não estou sabendo lidar ainda… E cuidar dos meus dois gatinhos. Do violino, quando me aposentei, me aposentei de vez. Não podia mais tocar com a artrose que apareceu”, justifica.
Mas o violino de que Vera fala não é um qualquer que se compra por aí hoje em dia. Aliás, até à época em que ela mesma o adquiriu não era comum ver um deles dando sopa por aí.
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“Meu violino é o primeiro desde quando eu tinha 10, 11 anos e comecei as aulas. É datado de 1710. Um Borelli original”, fala toda orgulhosa.
Trata-se de uma das fabricantes mais antigas e mais bem conceituadas do mundo na manufatura do instrumento musical. “Um senhor um dia foi à casa de dona Paulina Barbieri, a italiana que me dava aulas, e apareceu com o violino puro, sem caixa nem nada. Ele era colecionador. Estava construindo uma casa e precisava de dinheiro para terminar a obra. Falei com mamãe, que juntou algumas pessoas da família e comprei o violino. Ainda pedi uma diferença porque ele estava sem caixa, sem estojo, sem nada. Ele me deu (o abatimento) e eu comprei um estojo logo depois de sair toda feliz com ele na mão”, detalha.
Tanto chama a atenção a verdadeira obra de arte que a violinista tem em casa que até a Christie’s, casa de leilão de artigos de luxo de Londres, na Inglaterra, já ofereceu algumas dezenas de milhares de dólares para leiloar o artigo considerado raríssimo. Só para se ter ideia, na internet, o violino da mesma marca mais antigo já leiloado datava de 1717.
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“Em uma ocasião a Christie’s entrou em contato e ofereceu pagar uma fortuna pelo violino. Eles disseram que os lances seriam de 50 em 50 mil dólares, no mínimo. Mandaram e-mail, não deu meia hora entraram em contato de novo… Mas eu não vendo. Não venderia nunca. Não estou precisando, estou bem. É o tipo de coisa que não se vende, foi meu violino a vida toda”, confidencia.
Antes, Vera só teve um outro instrumento que tinha de beleza o que seu Borelli tem de raridade. “Ele era de madeira marchetada, com a borda mais amarelada e um dragão esculpido por ele todo com a cabeça pelo cabo. Lindo. Mas só isso. O som era horrível (risos)”, lembra, às gargalhadas.
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