Foto: Pedro Permuy

Ela é a dama do violino!

Vera Camargo celebrou 101 anos de idade na última segunda-feira (7). O “parabéns pra você” foi na casa da violinista que é das mais famosas do Espírito Santo, desde a fundação da Orquestra Sinfônica do Estado (Oses), de que fez parte. 

LEIA TAMBÉM: Narcisa posa com governador do RS, Eduardo Leite, e namorado capixaba

Ela, como a Coluna Pedro Permuy, que não dorme no ponto, também já noticiou, foi da Faculdade de Música do Espírito Santo (Fames) desde quando a instituição não graduava, quando era Escola de Música do Espírito Santo (Emes), e participou da transformação do colégio pré e pós-selo de reconhecimento superior do Ministério da Educação (MEC). 

Para soprar as 101 velinhas, Vera recebeu amigas mais chegadas e família, em Vitória. 

Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

Vera Camargo recebeu as amigas em sua cobertura na Dante Michelini, em Vitória: é festa!

QUEM É VERA CAMARGO

Viúva de um casamento de mais de 60 anos e sem filhos, pouco tempo depois de selar a união, ela e o marido, Alceu Camargo (também um dos fundadores e primeiros professores da Fames), eram 1ª violinista e spalla da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, em Belo Horizonte. 

LEIA TAMBÉM: “Não morreu”: Mãe Michelly da Cigana faz revelação sobre Silvio Santos

“Eu já estava casada nessa história toda de Emes e Fames. Alceu foi convidado para spallar (ocupar o cargo mais alto de uma orquestra depois da maestria) e eu, 1ª violinista. Em 1954, para você ter uma ideia, Belo Horizonte já era muito mais avançada que Vitória é hoje. Já tinha o mês da ópera e temporada lírica, que nós estávamos à frente. Eu levada daqui (de Vitória) e Alceu, de Curitiba, de onde ele era. Terminamos esse trabalho (no festival) e nos mudamos para o Espírito Santo”, continua.

LEIA TAMBÉM: Ex-Globo, ator Nikolas Antunes posta vídeo íntimo e choca: “Enorme”

Já aqui, foi uma das cinco fundadoras (incluindo o marido) da então Emes, atual Fames. Lá, foi professora até a aposentadoria, aos 60 anos de idade. “Agora não tenho rotina. Na minha idade, a rotina é costurar, ouvir música em um aparelho que ganhei agora, de 100 anos, que não estou sabendo lidar ainda… E cuidar dos meus dois gatinhos. Do violino, quando me aposentei, me aposentei de vez. Não podia mais tocar com a artrose que apareceu”, justifica.

Mas o violino de que Vera fala não é um qualquer que se compra por aí hoje em dia. Aliás, até à época em que ela mesma o adquiriu não era comum ver um deles dando sopa por aí.

LEIA TAMBÉM: Isis Valverde posta vídeo com filhos de Marcus Buaiz e diverte: “Família unida”

“Meu violino é o primeiro desde quando eu tinha 10, 11 anos e comecei as aulas. É datado de 1710. Um Borelli original”, fala toda orgulhosa.

Trata-se de uma das fabricantes mais antigas e mais bem conceituadas do mundo na manufatura do instrumento musical. “Um senhor um dia foi à casa de dona Paulina Barbieri, a italiana que me dava aulas, e apareceu com o violino puro, sem caixa nem nada. Ele era colecionador. Estava construindo uma casa e precisava de dinheiro para terminar a obra. Falei com mamãe, que juntou algumas pessoas da família e comprei o violino. Ainda pedi uma diferença porque ele estava sem caixa, sem estojo, sem nada. Ele me deu (o abatimento) e eu comprei um estojo logo depois de sair toda feliz com ele na mão”, detalha.

Tanto chama a atenção a verdadeira obra de arte que a violinista tem em casa que até a Christie’s, casa de leilão de artigos de luxo de Londres, na Inglaterra, já ofereceu algumas dezenas de milhares de dólares para leiloar o artigo considerado raríssimo. Só para se ter ideia, na internet, o violino da mesma marca mais antigo já leiloado datava de 1717. 

LEIA TAMBÉM: Filmando mãe fazendo sexo, filho de Andressa Urach se assume bi e revela valor de programa

“Em uma ocasião a Christie’s entrou em contato e ofereceu pagar uma fortuna pelo violino. Eles disseram que os lances seriam de 50 em 50 mil dólares, no mínimo. Mandaram e-mail, não deu meia hora entraram em contato de novo… Mas eu não vendo. Não venderia nunca. Não estou precisando, estou bem. É o tipo de coisa que não se vende, foi meu violino a vida toda”, confidencia.

Antes, Vera só teve um outro instrumento que tinha de beleza o que seu Borelli tem de raridade. “Ele era de madeira marchetada, com a borda mais amarelada e um dragão esculpido por ele todo com a cabeça pelo cabo. Lindo. Mas só isso. O som era horrível (risos)”, lembra, às gargalhadas.

LEIA TAMBÉM: Atriz que foi milionária fica falida e toma banho em banheiro público

ENTREVISTA