O campeão olímpico Eliud Kipchoge ficou a 26 segundos de fazer história neste sábado e se tornar a primeira pessoa a correr uma maratona em menos de 2 horas. O queniano correu os 42,2 quilômetros em Monza com um impressionante tempo de 2h00min25, destroçando a marca mundial de Dennis Kimetto, de 2h02min57, em mais de dois minutos em meio, e despertando esperanças de que uma das mais famosas barreiras do esporte possa ser rompida.
“Somos humanos”, disse o queniano. “Estou contente de ter reduzido o recorde mundial em dois minutos e meio. O muro está a apenas 25 segundos”. “Estamos escalando a árvore”, disse o atleta. “Eu subi uma parte e vou para a próxima. Esta não é o fim da tentativa dos corredores de chegarem às duas horas”.
Kipchoge, considerado o melhor maratonista do mundo, também superou a sua marca pessoal de 2h03min05, estabelecida no ano passado na Maratona de Londres. Já o recorde mundial foi obtido por Kimetto em 2014 em Berlim.
“Considero que esta foi a maior exibição da minha vida”, disse Kipchoge. “A meta do ‘Breaking2’ era enviar a mensagem de que é possível correr uma maratona em menos de duas horas. Essa mensagem é muito especial para mim”.
O tempo marcado no circuito de Monza, tradicional palco do GP da Itália de Fórmula 1, em uma prova organizada pela Nike, não será considerado como um recorde mundial oficial pela Associação Internacional das Federações de Atletismo devido a algumas variáveis da prova, como a entrada de “coelhos” durante a disputa e fornecimento de bebidas aos corredores.
Os competidores deram 17 voltas e meia ao redor do circuito italiano no 63º aniversário da data em que Roger Bannister correu uma milha – equivalente a 1,609km – em menos de quatro minutos em 1954. O projeto patrocinado pela empresa esportiva Nike também serviu para divulgar um novo tênis, que, segundo a empresa, faz com que os atletas sejam 4% mais eficientes em suas corridas.
Lelissa Desisa, da Etiópia, e Zersenay Tadese, da Eritreia, também participaram da prova, mas ficaram distantes da marca de Kipchoge. O queniano, de 32 anos, teve média de 4min36 por milha, mas necessitava de 1s a menos, uma evolução de 2,5% em relação ao recorde de Kimetto. “Tratei de manter o ritmo”, disse. “Sou humano, não uma máquina, assim não pude esses 2,5% exatamente, e esses microssegundos realmente contam”.