O capixaba Leonardo Seabra faz parte do seleto grupo de ultramaratonistas que encara a maior Ultramaratona da América do Sul, a 1000km Brasil, entre os dias 21 e 30 de setembro, na cidade de Paulo de Frontin, no Rio de Janeiro. Ao lado de outros 21 corredores, o representante do Espírito Santo terá que correr, no mínimo, 100 km por dia. Em 10 dias, serão 834 voltas no percurso da prova que tem 1,2km de extensão. Vence aquele que concluir os 1000km primeiro.
Os atletas terão das 6h à meia-noite para concluir os 100km diários. Caso não atinja a quilometragem exigida por dia, o corredor será desclassificado. Essa regra só poderá ser quebrada no último dia de prova, se faltar menos de 100 km para o atleta completar a distância de mil quilômetros.
“Todos terão 18 horas para correr os 100km por dia. De meia-noite às 6h da manhã todo mundo é obrigado a parar. Os participantes ficarão acampados no local de prova e terão que respirar a prova durante os 10 dias”, explica Márcio Villar, idealizador da 1000km Brasil.
Cada participante da 1000km Brasil poderá contar com o apoio de um equipe durante o desafio. A organização da prova vai disponibilizar estrutura com café da manhã, almoço, jantar, isotônico, água e frutas durante os 10 dias.
O idealizador da 1000km Brasil – O organizador da maior Ultramaratona da América do Sul é o recordista Márcio Villar, que entrou para o Guinness Book em 2015, após percorrer 827,16 km em uma esteira por sete dias. Dois anos depois, em 2017, quebrou o recorde mundial correndo o Caminho de Santiago de Compostela. Foram 820 km em 6 dias, saindo da França até chegar em Santiago, na Espanha.
“Falta uma semana para a maior ultramaratona da América do Sul, se eu já estou com o coração disparado, imagino os 22 campeões que estão indo buscar 4 dígitos correndo 1.000 Km. Estou proporcionando a eles o que eu queria fazer, mas não tive a oportunidade. Suas vitórias serão as minhas vitórias”.
Os 22 desafiados – O ultramaratonista capixaba Leonardo Seabra venceu, em julho deste ano, a Ultramaratona dos Anjos Internacional (UAI), com percurso de 235km nas montanhas de Minas Gerais, na categoria survivor (modalidade em que o atleta corre sem carro de apoio), e conquistou uma inédita e importante marca para o estado do Espírito Santo.
Em 2017, Seabra se tornou o capixaba mais rápido a concluir os 217km da BR 135, considerada a corrida a pé mais difícil do Brasil e uma das mais duras do planeta, com 10 mil metros de subidas e descidas acumuladas no trecho mais difícil do Caminho da Fé, na cadeia de montanhas da Serra da Mantiqueira.
Seabra vai correr ao lado de 21 ultramaratonistas, que representam 7 estados brasileiros (Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais, Rondônia, Santa Catarina). Entre eles, estão 5 mulheres, todas do sul do país. Confira a relação dos desafiados:
Para serem aceitos na 1000km Brasil, os atletas passaram por uma rigorosa avaliação curricular. “Fiz uma série de exigências, pois não gostaria de aventureiros na prova. Só foram aceitos quem comprovou correr pelo menos 150km em 24 horas ou ter concluído ultramaratonas como a BR 135, Ultra dos Anjos, Jungle Marathon ou provas semelhantes acima de 200 km”, conta Márcio Villar.
Villar conclui fazendo um alerta aos participantes. “Vai perder quem tentar ganhar a prova. A 1000km Brasil é uma prova de cabeça. Não de perna. Nos três primeiros dias o atleta tem que administrar tempo e distância. Se tentar ganhar logo no início, vai perder”, alerta.
Achou a 1000km Brasil difícil? Márcio Villar quer propor um desafio ainda maior e prepara para março de 2019 a “Resta 1”, uma ultramaratona que só vai terminar quando sobrar um atleta em pé. “A prova não vai ter fim. Só vai acabar quando ficar um em pé”.