Já não são novidades os benefícios que a corrida traz para quem a pratica. O que poucos sabem é que correr te mantém jovem por mais tempo.
A prática ajuda o organismo a envelhecer de uma forma saudável. Um estudo da Universidade de Deakin, na Austrália, acaba de comprovar que a prática regular de corrida pode diminuir a velocidade com que a medula óssea se transforme em tecido adiposo (de gordura) à medida que envelhecemos.
“Os seres humanos nascem com a medula óssea produzindo, predominantemente, células sanguíneas. No entanto, com a idade, ela se converte em uma medula gorda ‘amarela’”, aponta o pesquisador principal Daniel Belavy, do Instituto de Atividade Física e Nutrição da universidade.
“Isso pode afetar negativamente o metabolismo do sangue e osso em áreas como a pélvis, vértebras, coxas e quadris e contribuir com outras condições crônicas, como diabetes e osteoporose”, explica.
No geral, o especialista diz para pensarmos no tecido da medula como um tipo de órgão regulador, que interfere o que acontece em todo o seu corpo. Como esse tecido de medula fica mais gordo, esses processos regulatórios se deterioram.
Publicada no Journal of Bone and Mineral Research, a pesquisa analisou o tecido adiposo da medula espinhal de quatro grupos de cerca de 25 pessoas com cerca de 30 anos.
Ela descobriu que a distância percorrida na corrida reduz os níveis de tecido adiposo da medula. A cada cerca de 10 km corridos, é um ano a menos de vida desse tecido.
Foram analisados corredores com média de 20 a 40 km percorridos, corredores com uma média de 49/50 km, ciclistas com uma média de 145 km por semana, e pessoas sedentárias.
Os dois grupos de corredores apresentaram os menores níveis do tecido. E embora os ciclistas sejam altamente ativos, eles tinham o nível de gordura na medula semelhantes ao dos sedentários.
Isso acontece porque os corredores sofrem ciclos repetidos de maior carga na região da espinha dorsal do que os ciclistas. Sem falar que possuem maior densidade óssea vertebral.
“Os achados sugerem podemos obter uma medula óssea mais jovem com pequenas doses de corrida”, disse Belavy. “As descobertas foram as primeiras a mostrar que a corrida pode manter a medula óssea jovem”, revela ele.
E tem mais. Belavy descobriu que o tecido da medula dos corredores mais ativos (49 ou mais km por semana) era oito anos “mais jovem” do que o dos sedentários.
O que poucos sabem é que a corrida pode interferir no funcionamento da medula óssea, evitando problemas como diabetes e osteoporose.
E isso não acontece pelo fato de corredores serem, em geral, mais magros que os sedentários.
“A gordura da medula é governada por regras diferentes dos estoques de gordura sob a pele. Não se trata apenas de queimar calorias”, aponta o pesquisador.