A prática regular de atividade física melhora a qualidade de vida, proporcionando o bem-estar físico e mental. Em meio à pandemia da Covid-19, os cuidados com a saúde do corpo e da mente se mostram ainda mais necessários, mas é preciso estar atento na hora de se exercitar.
Isso porque a necessidade de isolamento social para reduzir o contágio da doença impede a realização de exercícios em ambientes fechados e esportes coletivos. Nesse sentido, a corrida de rua pode ser uma alternativa viável, já que se trata de uma prática individual e ao ar livre.
De acordo com o ortopedista especialista em joelhos e médico da Seleção Brasileira de Futebol Feminino, João Hollanda, entre os principais motivos para a restrição de atividades físicas em ambientes fechados, está o compartilhamento de aparelhos. Apesar de os protocolos sanitários das autoridades de saúde determinarem a desinfecção dos equipamentos com produtos específicos, a medida é difícil de ser implementada na prática, segundo ele.
Outra dificuldade é com relação ao distanciamento entre as pessoas que estão no ambiente. “Não há informações precisas de qual a distância necessária entre os praticantes para uma proteção adequada, mas sabe-se que é bem maior do que os tão falados dois metros, quando na prática de exercícios. Dependendo da atividade, podem ser necessários mais de dez metros”
Esportes coletivos não devem ser realizados
Apesar da possibilidade de serem realizados ao ar livre, a recomendação para amadores é evitar a prática de esportes coletivos (no Estado, esta prática está proibida no momento). Enquanto, no esporte profissional, atletas, equipes técnicas e de apoio são constantemente testados e realizam protocolos de biossegurança para manter suas atividades, o controle da disseminação da doença fica mais difícil no esporte amador, já que não há regulação.
Para a prática recreativa, é preciso aguardar a melhora dos índices epidemiológicos da Covid-19 no país.
O especialista esclarece que a orientação se deve ao fato de que os esportes coletivos exigem maior proximidade entre os atletas e, por isso, o contato físico é mais frequente. É válido destacar que a transmissão da Covid-19 acontece por meio de gotículas de saliva, tosse, espirro, catarro e, também, ao levar a mão aos olhos, nariz e boca depois de tocar em superfícies e objetos contaminados.
Corrida de rua: veja a maneira correta de praticar
A corrida de rua é uma alternativa para quem deseja começar ou dar continuidade à prática de exercícios físicos neste momento, em que há a necessidade de isolamento social. Mas antes de iniciar, é preciso assegurar que a atividade está liberada. No Brasil, cada localidade tem seguido um protocolo de segurança específico, de acordo com a evolução dos índices da Covid-19. No ES, ela está liberada individualmente.
Se a prática estiver liberada, é preciso atenção aos outros cuidados, que se dividem entre a prevenção contra a Covid-19, como o uso de máscara e o distanciamento social, e a realização da atividade de forma correta para evitar riscos de lesões e fraturas.
Com relação ao uso de máscara, João Hollanda alerta para que ela seja utilizada apenas quando estiver seca. “A máscara se torna inefetiva quando molhada. Mantê-la seca é possível durante atividades leves ou moderadas, realizadas por quem quer apenas movimentar o corpo e se manter ativo, mas não na prática de exercícios intensos, nas quais a máscara logo fica molhada pelo suor. Uma dica é ter máscaras reservas para substituição”.
Sobre o distanciamento social, o médico orienta atenção à escolha de onde correr. “Quando praticada em locais e horários onde o contato com outras pessoas será mínimo, a corrida parece uma opção muito mais plausível. Obviamente, que não estamos falando de correr no calçadão da praia às seis horas da tarde.”
Prevenção contra lesões e fraturas
Por ser uma atividade de alto impacto, é possível que a corrida cause sobrecarga nas articulações quando não há técnica e/ou preparo muscular. Por isso, também é importante tomar cuidados para prevenir lesões na corrida e fraturas por estresse.
O corredor deve buscar orientação profissional para a atividade e realizar uma carga progressiva de treinos, respeitando sempre o período de descanso. “O afastamento esportivo prolongado exige um ajuste nos treinos realizados até o início da pandemia. No caso de pessoas sem experiência prévia com a corrida, a orientação é ainda mais importante”, avalia João Hollanda.
Quando não correr
Em caso de sintomas de doenças respiratórias, é recomendado não correr. Isso porque a Covid-19 tem sinais similares aos destas enfermidades, como febre, tosse, coriza, dor de garganta, dentre outros. “A prática nessas condições envolve riscos tanto para o corredor como para outras pessoas próximas.”