Assim como acontece no esporte profissional, vez ou outra, pode ocorrer uma lesão no esporte amador e voltar à prática esportiva depois de ter se machucado causa um pouco de medo.
“É muito comum o atleta ter receio de voltar a praticar esportes ou exercícios após uma lesão que exigiu um período de afastamento de suas atividades. Mesmo sendo considerado apto, existe, em maior ou menor grau, uma memória da dor e da limitação causadas pela lesão, mas isso pode ser minimizado com um bom processo de reabilitação”, explica Marcos Henrique Ferreira Laraya, médico do esporte e diretor da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE).
De acordo com o médico, um dos critérios para liberar o retorno ao esporte é o conforto do atleta na execução dos movimentos. “Mesmo assim, algum desconforto pode surgir. Caso venha a ocorrer, deve-se relatar a queixa ao médico que, com os demais profissionais envolvidos no tratamento, avaliará se o sintoma é ou não relevante”, diz.
Um passo importante é não ignorar a lesão nunca. “Toda lesão deve ser valorizada e bem conduzida, tanto pelos profissionais de saúde quanto pelo atleta, afinal uma lesão tratada de forma inadequada pode trazer prejuízos, por vezes, irreversíveis”, alerta.
O primeiro cuidado que o esportista deve tomar para poder voltar a se exercitar sem medo é seguir todas as orientações do médico. Se a indicação é parar totalmente com a atividade física, fazer fisioterapia ou tomar remédios, só um especialista pode dizer, de acordo com cada caso.
“A partir do momento que ocorreu a lesão, um médico habilitado a tratar de lesões esportivas deve ser consultado. Neste momento, faz-se o diagnóstico e define-se a melhor opção de tratamento. Importante ressaltar que existem lesões que são de tratamento clínico e outras em que a cirurgia é a melhor escolha”, afirma Laraya.
O médico do esporte faz uma comparação que deve ser levada em conta, principalmente, por aqueles que tentam pular etapas. “Instituída a forma de tratamento, ela deve ser seguida e respeitada pelo paciente do início ao fim da reabilitação. Pode-se dizer que um processo de recuperação de lesão é um treinamento, porém em condições específicas. Caso as etapas não sejam cumpridas, o risco de uma recidiva ou até mesmo de uma nova lesão é iminente”, diz.
“Quando todas as etapas da reabilitação são realizadas de maneira adequada, respeitando o tempo de reparo dos tecidos envolvidos, esse risco diminui consideravelmente”, complementa.
Também não adianta ir ao médico quando se machuca, cumprir o que ele disse na primeira consulta e não voltar para ele fazer uma nova avaliação.
“É fundamental que a liberação final do atleta para voltar ao esporte seja realizada pelo médico assistente. Durante o tratamento, o fisioterapeuta, o educador físico e os demais profissionais envolvidos no tratamento têm papel preponderante. Diversos testes clínicos podem ser empregados para avaliar a possibilidade de retorno, mas a responsabilidade da liberação final deve ser sempre do profissional médico”, diz o presidente da SBMEE.
Fonte: Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE)