Aos 76 anos, a corredora Maria Aparecida Pitol Ferreira está muito perto de realizar um de seus maiores sonhos: correr a São Silvestre, em São Paulo. Desde o ano de 1993, quando ela só fazia umas caminhadas, ainda morando em Santa Teresa, ela tinha esse desejo.
A corrida entrou literalmente em sua vida 17 anos depois, mas, desde quando começou a dar as primeiras passadas, ela não tinha dúvidas de qual prova desejava participar. “Só assistia à prova e sentia aquela vontade. É uma grande festa do esporte que fecha o ano com chave de ouro. Só comecei a correr há 13 anos, quando aposentou, e, desde então, nunca tive oportunidade de ir. Este ano, um casal de amigos vai correr pela terceira vez e vamos juntos num grupo de Vila Velha”, disse Maria Aparecida.
Sobre a expectativa para a prova, ela é objetiva: “Quero correr sério. Se der pra desenvolver um bom pace, melhor ainda. Como vai ser minha primeira vez lá, não tenho ideia de como vai ser”.
Para mandar bem em São Paulo e colocar a esperada medalha no peito, Maria Aparecida treina com o profissional de Educação Física e ultramaratonista Edinho Borges. “Antes, eu corria por conta própria, aí fazia muita coisa errada, seja de volume de treinos, postura, respiração… Este ano, um sobrinho que era treinado por ele me fez a indicação, já que eu estava há seis meses sem treinar por conta de lesão e queria correr a Dez Milhas Garoto. Desde quando comecei a treinar com ele, é uma evolução a cada dia. Melhorei o meu pace e estou muito satisfeita. Atualmente, ele tem feito um treino específico para eu correr a São Silvestre. Ele (Edinho) faz toda a diferença e me fez sentir mais encorajada para fazer a prova”, contou Maria Aparecida.
Medalhas
Correndo desde os 63 anos, ela tem um respeitável número de medalhas. São cerca de 80, entre as quais, provas muito tradicionais, como Dez Milhas Garoto, Meia Maratona de Vitória, Corrida das Luzes, Corrida dos Bombeiros, Corrida Santa Lúcia, Capixaba de Ferro…
Tudo começou quando o filho (Rodrigo) iria participar da Garoto e a incentivou. “Eu só corria na praia, mas me senti motivada. Hoje, não tenho problemas de saúde. Comecei a correr depois que aposentei, mas não aposentei da vida”, finalizou.
Edinho é só elogios à aluna: “Dona Cida, aos 76 anos, é um exemplo de dedicação, disciplina e amor pela vida. Ela encontrou na corrida de rua a sua terapia, que a mantém ativa e feliz. Com determinação, ela supera desafios, inspirando a todos com sua energia contagiante. Dona Cida nos ensina que nunca é tarde para buscar novas paixões e cuidar do nosso bem-estar físico e mental”, disse o treinador.