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Com a chegada do final do ano, muitas pessoas aproveitam para incluir atividades físicas na rotina, buscando melhorar a saúde e o bem-estar. No entanto, é comum perceber sintomas como vermelhidão, coceira e irritações na pele durante ou após o exercício. Esses sinais podem preocupar, especialmente em quem está começando a prática ou não tem o hábito regular de se exercitar.
Segundo Julinha Lazaretti, cofundadora da Alergoshop, fabricante referência em produtos de saúde e beleza hipoalergênicos, esses sintomas não são uma reação alérgica ao exercício em si, mas sim consequências de outras condições.
“As reações podem ser desencadeadas por condições como urticária colinérgica, irritação pelo suor, alergia ao tecido da roupa utilizada, ao desodorante aplicado antes da prática ou até mesmo a produtos de cuidados com a pele”, esclarece a profissional. De acordo com Lazaretti, identificar a causa exata é fundamental para adotar medidas preventivas e evitar desconfortos durante a prática esportiva.
Urticária colinérgica: uma reação ao aumento da temperatura
A urticária colinérgica é um tipo de urticária física desencadeada pelo aumento da temperatura do corpo. Situações que elevam a temperatura corporal, como exercícios intensos, banhos quentes, estresse emocional e consumo de alimentos quentes ou apimentados, podem provocar os sintomas.
Segundo Julinha, embora muitas pessoas associem essa condição ao suor ou aos esportes, é importante notar que a reação é uma resposta ao aumento da temperatura do corpo, e não ao exercício em si. “A liberação de histamina resulta em pequenas erupções avermelhadas, coceira intensa e sensação de ardência na pele. Essas lesões geralmente surgem no tronco, pescoço e rosto, mas também podem se espalhar para outras áreas”, explica.
Conforme atesta a profissional, essa condição é mais comum em pessoas com histórico de atopia, como rinite alérgica ou dermatite atópica, que têm maior predisposição a reações alérgicas. O diagnóstico é feito por meio de uma avaliação clínica detalhada, onde o médico pode realizar testes de provocação, como exercícios monitorados, para observar o surgimento dos sintomas e confirmar a condição.
Anafilaxia induzida por exercício
Diferente da urticária colinérgica, a anafilaxia induzida por exercício é uma condição mais rara e potencialmente grave. Nessa situação, a atividade físico desencadeia uma reação alérgica sistêmica, que pode incluir sintomas como dificuldade para respirar, inchaço na face e garganta, queda de pressão arterial e, em casos extremos, risco de choque anafilático. Essa condição exige cuidado imediato e é considerada uma emergência médica.
“Esse quadro pode ser agravado pelo consumo de certos alimentos antes da prática esportiva, como trigo, frutos do mar e álcool. Nesses casos, a comida não provoca a reação isoladamente, mas em combinação com o esforço físico, potencializando a resposta do organismo”, conta Julinha. Identificar os gatilhos específicos e evitar o consumo desses alimentos antes do exercício são passos essenciais para quem já apresentou esse tipo de reação.
E quanto ao desodorante?
Além do suor e do aumento da temperatura corporal, outro fator que pode provocar irritações na pele é o uso de desodorantes convencionais. Julinha ressalta que, neste cenário, os sintomas não estão relacionados ao exercício físico – “a confusão ocorre pois, antes da prática, geralmente o produto é aplicado em uma quantidade considerável, o que leva a associação equivocada”, esclarece. Desodorantes comuns frequentemente contêm cloridróxido de alumínio, um componente que pode penetrar na pele e causar irritação em pessoas mais sensíveis.
Neste caso, as fórmulas hipoalergênicas, como os desenvolvidos pela Alergoshop, utilizam ingredientes menos agressivos, como tetracloridróxido de alumínio, zircônio e glicina, que possuem moléculas maiores e não penetram na pele facilmente, reduzindo o potencial irritativo. Vale ressaltar que esse tipo de produto inclui substâncias como o MetilGluceth-20, que promove maciez e hidratação, ajudando a proteger a pele e minimizar reações adversas.
Adaptações na prática esportiva
Para pessoas com predisposição a reações alérgicas ou irritações cutâneas, ajustar a intensidade dos exercícios e fazer pausas para resfriar o corpo são ações eficazes para reduzir o risco de sintomas. Atividades de alta intensidade, como corrida ou treino funcional, podem exacerbar reações, enquanto práticas de menor impacto, como caminhadas e ioga, tendem a ser mais seguras.
Julinha também ressalta que é importante optar por roupas de tecidos leves e respiráveis, evitar alimentos conhecidos por desencadear reações antes do exercício e utilizar produtos de cuidados pessoais adequados para peles sensíveis. A personalização da prática esportiva e o acompanhamento por profissionais de saúde são essenciais para garantir segurança e conforto.