Finais da NBA: Quando o herói venceu o rei

Mais uma contribuição do meu parceiro, louco por NBA e especialista no assunto.

Por Léo Silveira.

A tônica dos esportes americanos é criar heróis, mitificar o número da camisa. O esporte é coletivo mas sem o herói a conquista não aconteceria. O herói define, o herói inspira, o herói motiva. Isso torna o vencedor um semideus e o derrotado um ser abaixo do normal.

Stephen Curry joga um basquete fenomenal. Franzino, ele não sobreviveria num jogo dentro do garrafão. Então ele se especializou em reinar na linha dos 3 pontos. E faz isso com maestria. Ninguém faz isso tão bem quanto ele. Mas ele não tem carisma, não é lider, não é motivador, ele não comanda, ele não “incendeia” o time, não faz cara feia. Quando ele sofreu uma marcação forte nos jogos 2 e 3 das finais que até então nenhum time tinha feito na temporada, o seu basquete sumiu e o time sentiu. Foi preciso o time jogar pra Stephen Curry pra que ele voltasse a fazer o que saber fazer melhor. Aí poderia ser melhor de 15 jogos que o Cleveland Cavaliers não seria campeão. Como não foi. Assim surgiu o “semideus” que mencionei mais acima. Na imagem da postagem Curry é citado por ter enfrentando e vencido todos os outros 4 melhores jogadores da temporada.

Quando o Cleveland Cavaliers chegou as finais da NBA, um agito tomou conta da liga. Tudo estava preparado para a festa do The King. Imprensa, TV, Internet, fãs do esporte, todos especulavam em qual jogo seria comemorado o aguardado título dos Cavs. Era a consagração definitiva que estava preparada para LeBron James. Cinco finais consecutivas mas “apenas” 2 títulos. Ele levou, sim ele levou, o Cleveland Cavaliers às finais. E Lebron foi gigante nos 6 jogos das finais. Vários Triplos-Duplos, estatísticas lá em cima. Mas era apenas LeBron contra o Golden State Warriors. Sem Kevin Love, sem Anderson Varejão, sem Kyrie Irving, contusões desmontaram a base do time e o restante do time entregava a bola para LeBron e ficava na torcida pra ele resolver o jogo.

Não daria certo, como não deu. Agora Lebron tem que “dar explicações” pela perda de mais uma decisão. Agora ele é um “ser abaixo do normal” como mencionei mais acima. Ninguém lembra (ou não quer lembrar) de como era o Cleveland Cavaliers há uma temporada atrás sem Lebron e como o time é hoje com ele. Forte, respeitado, temido. Não, isso não importa. Não importam as estatísticas altíssimas que LeBron conseguiu nas finais.

Não importa. Importa que pela segunda vez Lebron James não levou o título para a cidade de Cleveland, uma cidade que não comemora um título (entre os 5 esportes em que a cidade participa) desde 1964 (na época com o Cleveland Browns, time de futebol americano).

Num esporte altamente profissional como é o basquete já começam as especulações: Golden State Warriors iniciou uma dinastia de títulos? LeBron James fica nos Cavs ou vai para o New York Nicks? “Quem tem um time em que LeBron possa ser campeão novamente?” pergunta a imprensa americana.

É tudo um pouco cruel? Sim e muito. Mas sempre foi assim. É o jeito americano de lidar com os esportes. Por isso são os melhores porque pra vencer, você precisa ser o melhor entre os melhores.

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