No Parapan de Torotno, Canadá, realizado em agosto deste ano, o Brasil ficou em primeiro lugar no quadro de medalhas com 257 no total, sendo 109 de ouro, 74 de prata e 74 de bronze. (No Pan ficou em terceiro, com 141 medalhas).
O paradesporto no Brasil está ganhando destaque.
No Espírito Santo, muitos nomes, como Daniel Mendes e Renata Bazone (paratletismo) colecionam medalhas e, hoje, estão entre os melhores do mundo em suas categorias. Na natação, outro atleta tem sido motivo de orgulho para o paradesporto da capital: Waldir Alvarenga Júnior, mais conhecido como “Tiozinho”.
No dia 10 de maio de 1999, Tiozinho estava de carona e sofreu um acidente de carro, ficando tetraplégico. Foi na natação, nove anos depois, que ele encontrou uma força gigantesca e vontade de viver. A cada dia, uma batalha e uma vitória. O ritmo de treinos é pesado: de segunda a sexta pela manhã, musculação; e de segunda a sábado à tarde, natação, sempre acompanhado do seu técnico, Leonardo Miglinas, no Álvares Cabral.
Tanta dedicação alimenta o sonho de disputar as Paralimpíadas do Rio/2016. Ele vai buscar a vaga na competição em maio. E quem pensa que Tiozinho só quer participar está enganado. “Eu quero o ouro paralímpico”, disse o nadador, que é um dos três melhores do mundo nos 50 metros borboleta.
Além da natação, Tiozinho já possui títulos no rugby, sua segunda paixão.
Lembranças
“Quando eu andava, sempre praticava esportes. Joguei futebol no Vitória. Depois do acidente, um amigo meu já falecido foi quem me jogou na piscina. Ele contou do projeto e, desde o primeiro dia, me apaixonei. Isso me dá vida. Tudo que fazemos com amor é assim. Hoje, digo que o esporte me ajuda bastante pois a minha lesão dificulta na respiração. Graças à natação, eu tenho saúde de sobra. Só vou ao hospital para fazer exames de rotina”, contou.
Conquistas
“Fiz minha primeira viagem a Brasília para um torneio regional que dá índice para o Brasileiro, onde ganhei três medalhas de prata. E a motivação cresceu bastante. A partir dali, em 2012, comecei a quebrar recordes. Já bati quatro vezes meu próprio recorde nos 50m borboleta. Sou ranqueado entre os melhores em cinco provas: 50 livre, 50 costas, 50 borboleta, 100 costas e 100 livre. Eu cheguei pocando e tenho muita determinação. Minha vida mudou mesmo: virei atleta profissional. Tenho uma esposa que me incentiva e quatro filhos. O projeto de paradesporto no Álvares Cabral só nos coloca para cima”.
Open Rio
Tiozinho está treinando forte para o Open Rio, em maio, já na piscina onde serão disputados os Jogos Paralímpicos. O torneio será o evento-teste das Paralimpíadas 2016 e vai garantir vaga para a competição. “É a competição da minha vida. Estou entre os três melhores do mundo nos 50m borboleta e necessito fazer uma classificação internacional. É uma somatória de pontos: quanto mais pontos, melhor. Tenho que ir até o Open Rio provar que mereço a vaga nas Paralimpíadas Rio 2016”, falou.
Ele finaliza seus treinamentos de 2015 no dia 20 de dezembro e retorna no dia 5 de janeiro.
Tiozinho nasceu em Vitória e é morador de Santo Antônio. Para ir aos treinos, ele utiliza o transporte porta a porta, que atende as pessoas com deficiência. “O porta a porta nunca me deixou na mão. O município tem um bom trabalho, falando por mim, com as pessoas com deficiência”.
Em busca de patrocínio
Tiozinho conta com o Bolsa Atleta, que ajuda nossos atletas/paratletas. Mas os custos para o atleta de alto rendimento são altos: inscrições para competições, passagens, hospedagens, alimentação (que no caso dele inclui suplementos, para o dia a dia) e muito mais.
Quem puder agregar ainda mais ao benefício que o Bolsa Atleta oferece, é só entrar em contato com ele (9.9622-6889). Nosso atleta paralímpico quer buscar vaga para as Paralimpíadas do Rio 2016 em maio e precisa de apoio. E conseguindo, há uma chance enorme de vermos o Tiozinho com uma medalha no peito.
E de ouro.
Fotos: André Sobral
Viu algo interessante no mundo do esporte?
É só enviar sua sugestão para: [email protected]