Fátima Regina, Nelcina, Patrícia, Dilma e Maria Djalma são alunas do programa Vitória Alfabetizada, da Secretaria de Educação da Prefeitura de Vitória. Buru, Mão, Bruno Xavier, Maylla Venturin, Natalia Gáudio, Monika Queiroz e Valesca Rocha são as estrelas do esporte capixaba. Todos têm em comum o esforço, a garra e a dedicação.
De um lado, essas feras do esporte treinam pesado em busca de títulos; de outro, as alunas do Vitória Alfabetizada se dividem entre os afazeres do dia a dia e o sonho de aprender a ler e escrever. E é através do programa que esse sonho será realizado. Elas ainda terão os ídolos do esporte como seus “padrinhos”.
Cada atleta vai escrever uma carta ditada pelo seu “afilhado”. Este aluno, depois de concluir o curso no Vitória Alfabetizada, vai ler e ditar a carta durante a solenidade de formatura. As aulas acontecem na Pastoral da Criança do Morro do Cruzamento.
O encontro entre eles aconteceu na tarde desta segunda-feira (11), na Prefeitura de Vitória.
Padrinhos
Buru, veterano da seleção brasileira e capixaba de futebol de areia e que já foi eleito o melhor jogador do mundo na modalidade, apadrinhou a aluna Fátima Regina. “Estou com uma grande responsabilidade, que é escrever para essas damas e senhoras. O esporte traz isso, uma responsabilidade com a sociedade. É mais um desafio da minha vida”, falou.
Também eleito o melhor do mundo no futebol de areia, Bruno Xavier ficou emocionado. “O maior valor do ser humano é a humildade. O mais importante de chegar à conquista é o processo do dia a dia. E essa humildade de vocês, de se permitirem serem ajudados, é importante. Quem está recebendo somos nós”.
Mônika Queiroz, treinadora e professora de ginástica rítmica, ressaltou: “Hoje faço parte do time de vocês. Espero que nossas contribuições sejam gratificantes. Vocês vão passar muito mais para a gente”.
Valesca Rocha, campeã mundial do powerlifting, estava ansiosa: “É um momento especial. Fico feliz em ser convidada e, com certeza, vamos ajudar todos vocês”.
Sonhos
Dona Maria Djalma, 56 anos, já faz planos. “Eu trabalho na gastronomia. O prefeito viu minha barraca e sabe como preciso estudar. Leio pouco, mas tenho dificuldades de juntar as letras”, contou.
Cartas
Além de repassar toda a sua história de vida no esporte, cada atleta escreveu uma carta ditada pelo seu afilhado. Este aluno, depois de concluir o curso no Vitória Alfabetizada, vai ler e ditar a carta durante a solenidade de formatura.
Padrinhos e afilhados
Buru – Fátima Regina
“Meu esposo não me deixava estudar, dizia que eu tinha que tomar conta dos filhos e da casa, só depois de muito tempo e muita luta ele deixou. Conheci o projeto através da pastoral. Foi muito legal conhecer o Buru e ser apadrinhada por ele. Já estou muito ansiosa para aprender a escrever e mandar a carta para ele”, disse Fátima Regina Marques, de 51 anos.
Maylla Venturin – Nelcina
“Conheci o projeto pela pastoral, e soube que eles estavam matriculando as pessoas que não sabiam nem ler e escrever. Já mudou bastante a minha vida, já sei escrever meu nome e quero aprender cada vez mais. A carta foi para o meu filho que está desaparecido, e meu sonho é poder escrever para que ele possa ler. Gostei muito da Maylla, me ajudou muito na hora de escrever a carta”, disse Nelcina Ramos, de 69 anos.
Valesca Rocha – Patrícia
“Teve um dia eu não estava mais conseguindo pegar os ônibus para ir a casa da minha mãe e resolvi aprender. Fiquei muito emocionada de ter uma atleta do meu lado e estou ansiosa para começar a escrever a carta para ela, e chamá-la para se juntar com a minha família”, disse Patricia Feitosa.
Bruno Xavier e Mão – Dilma
“Eu sempre trabalhei e não tive oportunidade de estudar. Conheci o projeto pela televisão e soube que ia ter no meu bairro. Logo após a professora veio até nós e nos explicou como seria o processo de aprendizagem. Minha vida mudou muito com esse aprendizado. Eu conhecia os atletas pela televisão, mas me senti muito honrada em poder receber essa homenagem e poder escrever essa carta”, contou Dilma Machado Amaral, de 65 anos.
Mônika Queiroz e Natália Gaudio – Maria Djalma
“Eu trabalho na gastronomia. O prefeito viu minha barraca e sabe como preciso estudar. Leio pouco, mas tenho dificuldades de juntar as letras”, disse Maria Djalma, de 56 anos.