Dar a chance a um cadeirante ou pessoa com mobilidade reduzida de praticar natação, permitir um sentido a mais na vida ou, quem sabe, incentivá-lo a se tornar atleta de seleção. Todos esses ingredientes compõem o núcleo de natação paralímpica da Prefeitura de Vitória no Álvares Cabral. O resultado de anos de trabalho já tem reconhecimento em todo o Brasil: hoje, o núcleo é referência nacional.
Leonardo, Erich, Charles, Pedro e Poliana integram a equipe que cuida de todos os paratletas, sejam eles iniciantes ou de alto rendimento. O trabalho passa por várias etapas, como adaptação, avaliação, encaminhamento e direcionamento. Uns querem apenas nadar e praticar esporte e outros sonham em recordes mundiais, como Tiozinho, Marquinhos, Patrícia, Ezequias e Stephany.
“Acho que, a partir do momento que passamos a ter apoio da Prefeitura, conseguimos alcançar grandes resultados, e isso acaba servindo de espelho para os outros que vêm por aí e para quem tem vontade de realizar esse sonho e compor a seleção brasileira”, disse Erich Chiabai.
Parapan de jovens
Na última quarta-feira (15), os paratletas Sthephany e Ezequias embarcaram com o técnico Erich Chiabai para o Parapan de Jovens, em São Paulo, com 1,5 mil atletas. Segundo o técnico, os dois possuem grandes chances de conquistar medalhas.
Sthephany Nobre, de 17 anos, está ansiosa com a estreia na seleção. “É a primeira vez que vou competir pela seleção. É extremamente motivador. Dá vontade de treinar mais e mais”, disse a atleta, que pertence à classe 9 e aposta no nado costas e nos 50m livre como suas provas favoritas.
Seleção brasileira
Medalhista de prata nos Jogos Paralímpicos de 2016, Patrícia dos Santos é atleta permanente da seleção brasileira e já tem na agenda duas importantes competições: o Open Internacional do Brasil, que integra o Circuito Mundial, e o Mundial do México. A atleta chegou ao projeto sem saber nadar e, hoje, desponta como uma das melhores nadadoras do mundo da classe S4.
A promessa é de que Patrícia seja atleta titular do revezamento, que deu medalha de prata para ela nos Jogos do Rio. “O nosso foco é que Patrícia chegue muito perto, ainda esse ano, da marca de medalha do ano passado. Aí é pensar daqui a dois anos em bater o recorde mundial”.
“Com a chegada da Patrícia à seleção, aconteceu um fortalecimento do projeto. Estamos crescendo. Posso dizer que somos um dos melhores projetos do Brasil, pois nossos atletas de alto rendimento foram formados aqui”, declarou o técnico Leonardo Miglinas.
Futuras competições
A equipe está crescendo tanto que, em maio, 15 atletas prometem representar Vitória na regional do Rio. Depois, o time se prepara para as etapas do Campeonato Brasileiro.
Vagas abertas
Para cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida que queiram participar do projeto, bastam procurar a equipe, na piscina do Álvares, de segunda a sexta, das 13h30 às 15h30.
Fotos: André Sobral
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