Mariana Gesteira, da natação paralímpica, é a única paratleta que treina em solo capixaba com chances de conquistar vaga olímpica. Sob o comando do treinador capixaba Leonardo Miglinas, Mariana que é carioca, está em São Paulo para participar de seletiva que vale vaga para a Paralimpíada de Tóquio, que será realizada de entre 24 de agosto e 5 de setembro.
A seletiva será de 2 a 5 de junho, no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo e serão quatro dias, oito etapas, para a formação da Seleção Brasileira para os Jogos Paralímpicos de Tóquio. A atleta cai na piscina em busca de vaga na sexta-feira (4).
“A seletiva começa na quarta e estamos aqui no sistema de bolha por conta da Covid. Estamos em um hotel aqui no Centro Paralímpico e só é permitido no máximo duas pessoas por quarto. Estamos treinando em grupos separados e em horários específicos. Serão 45 atletas participando da seletiva. Provavelmente a seleção terá 35 atletas e todos que estão aqui possuem chances de classificação e a seletiva será baseada nos tempos de índice. A expectativa é a melhor possível. Ela está preparada e os tempos estão bem animadores e ela está alcançando as melhores marcas da vida dela durante o treino. Mariana teve uma evolução muito grande”. disse o treinador Leonardo Miglinas.
Fera na piscina
Mariana Gesteira tem 24 anos, é carioca, começou a nadar muito cedo. Aos dez anos já era atleta federada pelo Botafogo do Rio de Janeiro. Aos quatorze anos foi descoberta a síndrome de Arnold Chiari tipo 1, e foi necessário passar por uma neurocirurgia onde teve muitas complicações e a falta de equilíbrio, coordenação motora e perda de força foram algumas das sequelas. Em meados de 2013, a atleta retornou às piscinas já como atleta paralímpica da classe S10. Seu talento fez com que todos os recordes brasileiros fossem quebrados por essa extraordinária atleta, fato que a levou para a seleção Brasileira.
Ela foi oito vezes medalhista em parapanamericanos e é a atual campeã e recordista brasileira nas provas de 50livre, 100livre, 100costas, 200medley e foi finalista em quatro provas da Paralimpíada do Rio.
Mariana fala sobre sua trajetória nas vésperas da seletiva: “Estou com expectativas boas. Traçamos um caminho muito bonito até agora. Desde que cheguei em Vitória, foram oito meses de um trabalho muito. Nosso objetivo maior sempre foi esse momento mas estou vivendo um dia de cada vez. Deixar simplesmente acontecer. ”, falou Mariana.
Brasil nas Paralimpíadas
No total, o Brasil já conquistou 102 medalhas na natação em Jogos Paralímpicos, sendo 32 de ouro, 34 de prata e 36 de bronze. É a segunda modalidade que mais medalhas deu ao Brasil nas Paralimpíadas, atrás apenas do atletismo (142).