Elas são trabalhadoras, esforçadas, possuem suas profissões, e contam com uma paixão em comum: o jiu-jitsu. E é no tatame que Fernanda Mazzelli e Jackeline Gomes transformam toda sua energia, empenho e força de vontade em títulos na modalidade.
Fernanda é mestre em Educação Física, tem 32 anos e mora em Guarapari. Começou a praticar jiu-jitsu aos 11 anos, em 1999. “Sempre gostei de esporte. Já tinha feito natação, balé e voleibol, mas foi o jiu-jitsu que me conquistou. Minha família sempre foi amante do esporte, meu avô paterno foi remador olímpico. Fui influenciada no jiu-jitsu por minha prima e minha irmã e estou até hoje. Minha mãe sempre me apoiou. Meu pai, no primeiro momento, não gostou por ser um esporte ‘masculino’, mas depois aprovou. Meu primeiro campeonato foi em 2000 e desde lá não parei”, revelou.
Com 22 anos de carreira, o currículo da Fernanda é extenso: três vezes campeã Mundial na faixa preta, campeã World Pro Abu Dhabi 2012, 12 vezes campeã brasileira e duas vezes campeã Mundial No Gi (sem kimono). A rotina da atleta é árdua, como todo competidor de alto rendimento. Ela mora em Guarapari e trabalha em Vitória e, para conciliar os treinos com as obrigações, ela aproveita cada gancho de tempo livre para treinar e, às vezes, troca até os horários de almoço.
E ela não para: após enfrentar as dificuldades da pandemia, quando ficou afastada dos treinos (fez a parte física), agora, ela se prepara para o Sul-Americano em agosto e o Mundial No Gi no final do ano. Fernanda está em quarto lugar geral no ranking do International Brazilian Jiu-Jitsu Federation (IBJJF).
Jackeline Gomes, que é professora e jornalista, tem 46 anos começou no esporte por causa da saúde. “Comecei a praticar o jiu-jitsu há 16 anos por causa de uma lesão na coluna. Tive de fazer várias sessões de fisioterapia para recuperar o movimento e, depois, musculação para o fortalecimento do local. Depois, com o tempo, meu fisioterapeuta me indicou o jiu-jitsu e estou até hoje nesta arte maravilhosa”, disse.
Após quatro meses de treino, já entrou nas competições. “Logo na minha primeira competição, fiquei em segundo lugar. Depois disso, continuei a competir e ganhar todos os campeonatos internos. Nunca tinha competido aqui no Estado e minhas lutas tinham que ser casadas com faixa preta e marrom, mesmo eu sendo faixa roxa. Até que meu professor falou para competir fora do Estado. Assim, me aventurei a competir fora e fui campeã Mundial e Pan-Americana. Fui campeã estadual por cinco anos consecutivos pela Federação de Jiu-Jitsu do Espírito Santo”, relembrou
“O jiu-jitsu é uma arte que quem faz se apaixona! Faço também por conta de várias inspirações: minha mãe, que é guerreira, e me espelho muito nela e meu mestre Agnaldo Góes. Ele tem uma enciclopédia de golpes na cabeça. Sempre com um golpe e contragolpe ensinando para a galera. Sou apaixonada por ele ser quem ele é e, ‘quando eu crescer’, quero ser igual a ele: uma faixa preta de ponta (risos).”
Três mundiais, campeã Pan-Americano, 3º lugar no Sul-Americano, cinco vezes campeã Estadual e campeã de vários campeonatos internos. Essas são algumas das principais conquistas de Jaque, como é carinhosamente chamada.
Saiba mais sobre o Jiu-Jitsu
O Jiu-Jitsu é uma arte marcial baseada no uso do corpo como alavanca e no aproveitamento da força do adversário. Ele tem raízes na China e Índia, mas foi desenvolvido no Japão.
Esta arte marcial chegou no Brasil em 1914, trazida pelo japonês Mitsuyo Maeda, também conhecido como Conde Koma. Ele ensinou o Jiu-Jitsu a Carlos Gracie. Com o tempo, a família Gracie foi adaptando esta arte marcial e a transformou no Brazilian Jiu-Jitsu, que é atualmente é a modalidade do Jiu-Jitsu mais praticada no mundo.
O Jiu-Jitsu tradicional é praticado em pouquíssimos lugares do mundo e é dividido em subestilos, sendo que alguns envolviam apenas torções, já outros somente quedas, etc. Já Brazilian Jiu-Jitsu abraça todas essas técnicas. Graças à família Gracie, o Brasil também se tornou o país referência do Jiu-Jitsu.
(Fonte: Minha Vida / International Brazilian Jiu-Jitsu Federation)
Parabéns a essas guerreiras q enobrecem o esporte, nosso estado e nossa Cariacica.
Hello. And Bye.