Libertadores: capixabas estão ansiosos para a partida entre Flamengo x Palmeiras

O topo da América é logo ali! Mais precisamente dia 27 de novembro, às 17 horas, no estádio Centenário, em Montevidéu, Uruguai. O embate histórico da final da Libertadores da América entre Flamengo e Palmeiras, que vai consagrar o novo tricampeão (os dois times são bicampeões), está causando ansiedade entre flamenguistas e palmeirenses capixabas. Uns vão assistir ao vivo, em Montevidéu; outros já separaram suas camisas, planejaram churrasco e prometeram pagar promessas.

O economista Fabrício Carletti já está com malas prontas para assistir a mais uma final de Libertadores no estádio – em 2019, ele viu, no campo, a virada do Flamengo em cima do River Plate por 2 a 1, em Lima, no Peru. Sobre a conquista de 2019, ele fala: “Estava no estádio, em Lima. Confesso que não lembro muito do segundo gol… todos estavam querendo saber como seria a prorrogação, muita gente chorando, se abraçando, eufóricos ainda pelo primeiro gol. Teve um senhor do meu lado que passou mal de pressão… aquilo lá foi uma loucura”, lembrou.

Fabrício Carletti, economista

Fabrício explica como surgiu seu amor pelo Flamengo. “Meu pai é tricolor, porém, eu tenho dois tios flamenguistas que ficavam me incentivando quando eu era criança. E aquele amor pelo time foi crescendo aos poucos. Flamengo é minha paixão, meu amor eterno. Difícil explicar!”

Para o dia 27, ele fala: “Frio na barriga, mas com confiança! Minha maior loucura? Tinha feito uma promessa na 2ª rodada da Libertadores de 2019: se o Fla fosse campeão, eu pintaria o cabelo de loiro. Flamengo campeão, promessa cumprida”, diz o rubro-negro, que aposta no 3×1, com gol do Michael no final, para sacramentar o título.

Outro que também está com malas prontas é o acadêmico em Direito Renan Lyra. Rubro-negro nato, ele conta que saiu da maternidade vestindo as cores do time carioca e guarda na memória a primeira vez que viu o Flamengo levantar uma taça, no título Carioca de 2004, com a vitória em cima do Vasco, 3×1, com Hat Trick do Jean.

Renan Lyra, acadêmico em Direito

Renan também relembra o título mais recente, da Libertadores de 2019. “Estava em Vila Velha, com a Embaixada Oficial do Clube, FLA Vila Velha. Foi um dos melhores dias da minha vida! Desde o primeiro instante acreditei no Bi e sabia que seriamos campeões. Lembro do segundo tempo, quando o Flamengo estava perdendo, mas, ainda sim, tinha a certeza do título… Até que veio a virada… Aí foi aquela explosão de choro e alegria e saímos bicampeões da Libertadores”, lembrou.

E, dessa vez, ele disse que quer ver o título de perto. “Pegarei um avião aqui de Vitória para Porto Alegre no dia 24 de novembro e, no dia 25, vou com uma caravana aqui do Espírito Santo rumo a Montevidéu e ao tricampeonato da Copa Libertadores. Expectativas altíssimas! Os dias vão passando e a ficha vai caindo. Acho que a maior loucura foi minha ida para a semifinal da Libertadores, em 2019. Consegui um ingresso com quase o triplo do valor correto, paguei… Todos me chamaram de doido e depois do jogo, já sabe o resultado: 5×0 e um dia para nunca esquecer”, contou.

A estudante Crystal Miranda não vai para Montevidéu, mas já tem planos para o dia 27: assistir ao lado de amigos.

Crystal Miranda, estudante

“Nasci Flamengo… Meu pai era um flamenguista fanático, tanto que nasci em 81, ano do mundial. Montevidéu não vai rolar dessa vez… Seria um sonho! Vamos acompanhar e torcer pelo nosso mengão aqui na terrinha mesmo, entre amigos e torcedores, com uma festa que, tenho certeza, será inesquecível, na escola de samba Mocidade Unida da Glória (MUG)”. Crystal relembra suas loucuras pelo Flamengo e fala que quase não dorme pensando na final.

“As expectativas são as melhores. O coração está à mil e a ansiedade mexendo demais com todos nós. Conquistaremos mais essa Libertadores com raça, amor e paixão… Já fiz várias loucuras, como viajar em cima da hora para os jogos no Maracanã. Em 2019, fui a todos os jogos da Libertadores no Maraca e vivi uma das maiores emoções da minha vida naquele ano”, contou.

O empresário Éliton Perini, relembra os grandes títulos: “São tantas histórias envolvendo o Mengão!!!! Em 81 eu não tinha televisão. Morava em Santa Teresa e fui assistir à final do mundial em um clube de interior. No local estava tocando Pink Floyd e foi em uma televisão pequena que vi o Flamengo ser campeão mundial. Foi muito marcante para mim. Outra história foi em 87, ano que o Flamengo foi campeão da Copa União: meu pai e mãe estavam se separando e na esperança deles voltarem, levei os dois para assistirem ao jogo contra o Internacional. Fomos os três. Meu pai não gosta de futebol, minha mãe é flamenguista por minha causa. Chovia muito e depois do gol do Bebeto, olhei para o lado e vi meu pai rodando a camisa, feliz e cantando. A parte triste foi a queda das pessoas na arquibancada em um Maracanã lotado como nunca. Outro fato que me recordo bem foi em 2013, na final da Copa do Brasil. Eu estava em um hotel sozinho todo uniformizado e quando eu desci para o hall, só tinha torcedor do Athlético Parananese e quando olhei para o lado estava o Neto, ex- jogador do Corinthians (e hoje apresentador). Ele foi simpático e me chamou para sentar com ele. No fim das contas ele me deu carona para o estádio no carro da Band. Trocamos telefone e na volta, ele me ligou e perguntou se queria voltar com ele aí eu disse: ‘ Só depois de eu dar a volta olímpica’. E ele me esperou”, contou Eliton aos risos.

Neto e Eliton

Palmeirenses

Se, pelo lado carioca, os flamenguistas fazem as apostas, os palmeirenses também já sonham com o título. Campeão da Libertadores em 2020, o servidor púbico Roger Louis é presidente do Chiqueiro Capixaba, consulado do Palmeiras em Vitória. “Sou Mineiroxaba. Nasci em Minas Gerais, mas resido no Espírito Santo há vida toda. Me tornei palmeirense devido a um tio, tricolor carioca. Eu ia passar os finais de semana na casa dele e, lá, só pegava a Band. E, no início da década de 90, a Band era realmente um canal de esporte e só falava de futebol. E o destaque era o futebol de São Paulo. Como eu gostava muito de futebol, ficava assistindo os jogos e meu tio falava comigo sobre o Palmeiras. Dizia que em SP ele torcia para o Palmeiras. Me contava a história… enfim, escolhi o verde e branco do Parque Antárctica para ser meu time do coração.”

Roger Louis, presidente do Chiqueiro Capixaba

Roger é engajado em unir os palmeirenses aqui no Espírito Santo e, para a final, é só energia positiva. “As expectativas são grandes. Palmeiras é um time de chegada. Sabe disputar finais. O Flamengo é favorito, mas nós somos o Palmeiras. Embora sejamos o maior campeão do Brasil, com uma história centenária, linda e vitoriosa, a mídia sempre nos desmerece, sempre tenta nos apequenar. Mas, não tem problema! Não chegamos em finais como favoritos, mas saímos de finais como campeões! Foi assim em 2012, 2015 e em 2020.”

Esse ano, o palmeirense vai assistir o jogo em São Paulo, ao lado da torcida. “Decidimos colocar um ônibus na estrada e ir para SP, nos juntar aos milhares de palmeirenses que lá estarão, vindos de todos os cantos do País”, contou ele, que já viajou vários países, dormiu em aeroportos e já teve até 114 camisas do time do coração.

Sandro Marota, empresário, e sua esposa

De malas prontas pra ver o verdão em Montevidéu, está o empresário Sandro Marota. “Desde quando me conheço por gente, sempre gostei do Palmeiras. Aos 8 anos, meu tio me levou ao estádio, Antigo Palestra Itália, e acabou sendo amor à primeira vista… Sou de São Paulo e moro em Vitória há 16 anos, e o amor só foi crescendo.” E, para o Uruguai, ele diz: “A expectativa é enorme, bastante ansioso para chegar logo o dia. Chega dezembro, mas não chega o dia do jogo (risos). Estamos indo assistir o jogo no Uruguai, eu e mais dois amigos de Vitória.”

O representante de vendas palmeirense Demétrius Mendonça, que nasceu em 94, conta que o pai é vascaíno doente e a mãe, flamenguista. Sempre ganhou camisas e presentes desses clubes cariocas. “Todo mundo querendo que eu fosse um desses times… Na época, tinha aquele time da Parmalat e eu lembro vagamente da Libertadores de 99, com jogadores que me chamavam muita atenção. Passava muito o Palmeiras na televisão, nessa época. Fui assistindo a Libertadores de 99 que escolhi ser Palmeiras.”

Demétrius Mendonça, representante de vendas

E Demétrius não esconde a ansiedade. Último campeão da Libertadores, ele espera seu time repita o feito e, mais uma vez, levante a taça. “A expectativa é muito grande porque é a possibilidade de ser tricampeão da Libertadores. Duas vezes seguidas campeão é uma coisa muito grande! Ainda mais pelo peso do adversário, né? Porque, nos últimos tempos, o Flamengo e o Palmeiras aumentaram muito essa rivalidade.” E ele finaliza: “Meu palpite é ganharmos com dois gols. Não vai ser um jogo fácil, pois os dois times estão muito pressionados pra ganhar.”

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