A preparação começa fora da quadra: uniforme de identificação, cartões amarelo e vermelho no bolso da blusa e nas mãos, o apito. Cabelo penteado e um batom para dar aquele toque feminino. Em quadra nesta quinta-feira (19), as partidas de futsal, assim como de outras modalidades, realizadas no SESI de Jardim da Penha, em Vitória, contaram com a presença de duas mulheres no time de arbitragem, todos inscritos na Federação Capixaba de Desporto Escolar (FECADE).
Beatriz Gomes e Rhaielly Portela comandaram várias partidas durante o dia, mas começaram com um jogo feminino de futsal, da categoria juvenil (sub-17), entre estudantes do Salesiano de Jardim Camburi e colégio Mundo Moderno. A responsabilidade era grande, já que tinham campeãs em quadra. Nos Jogos Estudantis 2018, quem levou o ouro na categoria juvenil foram as alunas-atletas do Mundo Moderno. As duas,encaram o desafio e fizeram bonito.
Paixão por Futsal
Foi a paixão pelo esportes que levou Beatriz a ser árbitra de futsal. Formada em educação física, ela descobriu que além de jogar também amava apitar. E foi assim que a carreira começou. Depois de investir na profissionalização, hoje ela é integrante ativa e segundo os colegas de arbitragem, uma das melhores profissionais do quadro de árbitros da Federação de Desportos Escolares.
Beatriz aproveita os Jogos Estudantis para passar toda experiência que tem aos jovens alunos-atletas. “Essa é a melhor parte dos Jogos que envolvem adolescentes e crianças, eles sabem ouvir as regras da partida, e muitas vezes quando não sabem alguma coisa, ficam sempre atentos para aprender”.
Para o delegado de partida, Onesimo Cunha, mulheres apitando usam melhor o bom senso e tem uma visão mais estratégica do jogo. “Acho que mulheres têm um olhar mais específico e mais atencioso. Elas se cobram mais que os homens, isso é muito fácil de ver em campo ou em quadra”.
Rumo aos campeonatos nacionais
Rhaielly Portela é árbitra auxiliar e começou apitar há quatro meses. Os sonhos dela são grandes. “Gosto muito do que faço e aprendo a cada dia. Meu objetivo é apitar jogos nacionais e porque não, os mundiais! Os sonhos estão aí para serem realizados, e com foco, consigo chegar lá”, afirmou.
Para os rapazes que dividem a quadra com a mulherada, trabalhar com árbitras é até melhor. Kesley Mendes é árbitro há oito anos e ressaltou a importância de trabalho com as meninas. “As meninas têm experiência e muita paciência. Gosto de trabalhar com profissionais que já jogaram e esse é o caso das meninas”, disse.