A bola está no meio da quadra, o juiz apita e o som ecoa. Chegou a hora de começar mais uma partida! Torcidas posicionadas, técnicos apreensivos. Não demora dez minutos, uma das jogadoras domina no pé, dribla uma, duas, três adversárias. Bem na boca do gol, ajeita a bola e pronto: gol! Ou melhor: gollllllllllllll – bem prolongado e animado, saindo da garganta dos torcedores que compareceram nesta terça-feira (17) na quadra do SESI de Jardim da Penha, em Vitória, sede dos jogos.
Foi assim que começou a partida entre SEB e Mundo Moderno. Os times dividiram o pódio dos Jogos Estudantis em 2018 e, esse ano, as alunas do Mundo Moderno querem levar o bicampeonato.
Mas muito além de levar ou não o título para casa, o que elas mais ressaltam é a inclusão das mulheres no futsal e futebol. Karina, 13 anos, começou no esporte bem pequena, com 9 anos de idade. Para ela, futsal é vida. “Futebol é um jogo de estratégia e é por isso que eu amo jogar! Acompanhei todos os jogos da copa do mundo feminina e acredito que nós mulheres estamos no caminho certo, para cada vez mais haver a nossa inclusão no esporte”.
Já a mascote do time Infantil do SEB, Joyce Pereira, de 11 anos, quer ser a nova Marta. “Eu comecei futsal há pouco tempo e amo o jogo. Quem sabe, com dedicação e oportunidades, posso virar uma atleta profissional como a Marta”, afirmou a aluna-atleta.
Para o técnico do time, Thiago Barcelos, 36 anos, o incentivo começa na escola. “Hoje, o futebol e futsal são esportes pra qualquer um, independente do sexo. Todos têm capacidade, basta se dedicar aos treinos. Muitas vezes é na escolinha que nascem os grandes talentos”. disse.
No caso da Vitória Müller e da Maria Eduarda Müller, 14 anos, não é só a aparência que é idêntica – já que são gêmeas – o gosto pelo esporte também!
A aluna-atleta, mascote do time do colégio Mundo Moderno , Eduarda Gomes Oliveira,12 anos, já sabe que apesar de futsal ser historicamente um esporte masculino, aos pouco isso tem mudado!
“Eu e minhas colegas também somos responsáveis por essa mudança. Eu amo futebol e futsal e não é porque sou menina que não vou praticar! Nossa geração já tá mudando isso”.
Conversamos com as alunas, uma delas cantou baixinho antes de entrar em quadra, a música que virou hino oficial das mulheres brasileiras na Copa da França.
”Qual é, qual é
Futebol não é pra mulher
Eu vou mostrar pra você, mané
Joga a bola no meu pé”
Bola no pé e muita raça, porque o esporte é para mulher SIM e os times femininos dos Jogos Estudantis estão aí, para provar que as menina fazem bonito!