Ao longo dos anos, o sonho de valsa passou por modificações em sua composição e embalagem, não com objetivo exclusivo no marketing e alavancagem de vendas do produto, mas com foco na redução da carga tributária, por meio do planejamento tributário.
O produto, que é carro chefe e responsável por uma boa fatia de faturamento do grupo Mondelez, passou por uma reclassificação fiscal, cuja mudança mais visível foi a embalagem, passando a “garantir o sabor, o aroma e a crocância do wafer recheado por mais tempo”.
Você não leu errado, o bombom passou a ser wafer e com isso, a tributação foi reduzida impactando de forma positiva no caixa da empresa, dado o volume de vendas.
Outro exemplo que passa despercebido pela maior parte dos consumidores são as sobremesas ou misturas lácteas, comercializadas por fast ́s food´s como Burguer King, MacDonald´s e Bob´s e que não podemos confundir com sorvete.
Embora curiosos, estes são apenas dois, de muitos exemplos de planejamentos tributários regulares utilizados pelas empresas brasileiras e que auxiliam na economia tributária, otimização operacional e desenvolvimento de novos negócios.
Um bom planejamento tributário além trabalhar com gaps e propor soluções executáveis a curto, médio e longo prazo, auxilia no crescimento sustentável da empresa, o que consequentemente gera benefícios para a sociedade, como a criação de empregos, renda e riqueza.
Além disso, o planejamento pode ser brindado com a análise e recuperação de tributos pagos a maior nas vias administrativas ou judiciais, o que mais acontece no nosso país, afinal, vivemos em um manicômio tributário.
Para que o leitor tenha ideia, em 2023 a estimativa de créditos tributários discutidos e devidos pela União só no Supremo Tribunal Federal (STF) é de 265 bilhões de reais. As maiores oportunidades de recuperação são para empresas do lucro presumido e real e atingem tributos federais, como o PIS e COFINS, IRPJ, CSLL.
Em tempos de incertezas políticas e econômicas, elaborar o planejamento tributário no início de 2023 com profissionais preparados, representará um ato de sabedoria e longevidade empresarial.
Afinal, o bom empresário não é apenas empreendedor, é um bom gestor e bom gestor sempre busca reduzir os custos e aumentar a lucratividade.
Efigenia Márlia Brasilino de Morais Cruz, associada de Carlos de Souza Advogados, atua na área de Direito Tributário.
Foto: Folha Vitória