O crescimento econômico e o desenvolvimento de um país são frequentemente associados ao aumento do PIB ou da renda per capita. Esses pontos são, de fato, indicadores de desenvolvimento, mas eles podem trazer conclusões rasas caso o período de tempo analisado seja curto. Temos que buscar o crescimento sólido a longo prazo e não viver de picos, pois dessa forma o país não fica a mercê de fatores exógenos que fogem ao seu controle.
Em 1956, Robert Merton Solow, economista estadunidense neokeynesiano que ficou conhecido por desenvolver um modelo de crescimento neoclássico, publicou seu posicionamento no artigo “A contribuição para teoria do crescimento econômico”. No texto, o autor propôs um modelo inovador, intitulado de “Solow-Swan model”, onde é apontado que o desenvolvimento econômico a longo prazo está associado ao:
- Crescimento da população;
- Poupança (capital);
- Progresso tecnológico.
Ao comparar diversos países levando em consideração esses três fatores, Solow então percebeu que o crescimento da população e poupança não correlacionavam os países que tinham similaridade nessas variáveis. Ele entendeu, portanto, que grande parte do desenvolvimento per capita e geral de um país vem do progresso tecnológico.
Educação: qual a melhor maneira de obter progresso tecnológico?
Investir em educação é a resposta, pois indivíduos com maior grau de instrução estão mais aptos a desenvolver novas tecnologias. Ademais, ajudam a criar um ecossistema onde as mentes mais brilhantes querem estar, criando um círculo virtuoso.
Samy Dana, Doutor em Administração e professor na Fundação Getúlio Vargas, no seu artigo “A importância da educação para o desenvolvimento econômico” endossa a minha ideia.
“Confrontando tais ideias com a realidade brasileira é possível entender por que é tão difícil alcançarmos crescimento econômico sustentável no longo prazo. A falta de investimentos na educação, aliada a péssima gestão no setor, cria pouquíssimos incentivos para a promoção de indivíduos intelectualmente notáveis. Em 2016, na prova do PISA, exame anualmente organizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para medir os níveis de educação dos países, o Brasil ficou em 63º em Ciências e em 66º em Matemática entre 70 países. Nos primeiros lugares figuram Cingapura, Japão e Finlândia, países que tiveram um crescimento econômico estável no longo prazo, aliado a um enorme desenvolvimento social”.
Falar em futuro é falar em tecnologia. E falar em tecnologia é falar em educação. Então, se quisermos sonhar com um Brasil forte no futuro, essa mudança passa impreterivelmente por investimentos fortes nesse setor.
Sendo assim, diante do atual estado burocrático e pesado, essa é a melhor alternativa para desenvolvermos o país. Precisamos valorizar as iniciativas e dar voz àqueles que levantam essa bandeira.
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