Alunos da Ufes ajudam centenas de desempregados por meio da ação social “Currículo do Bem”

Apesar de todos os transtornos e restrições causados pela pandemia da Covid-19, a GDI Júnior, Empresa Júnior formada por estudantes dos cursos de Arquivologia e Biblioteconomia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), encontrou uma forma de ajudar centenas de desempregados espalhados pelo Brasil por meio da ação social chamada de “Currículo do Bem”.

A iniciativa consistiu na produção de currículos para profissionais que se encontravam desempregados. De acordo com Lívia Martins Machado, assessora de projetos da empresa, a ideia da ação surgiu durante uma prospecção, onde uma possível cliente tinha o desejo de contratar o serviço da GDI, porém, pelo fato de estar desempregada, não conseguiria custeá-lo.

“Tudo ocorreu quando estávamos fazendo uma prospecção, e a cliente tinha interesse nos nosso serviços, mas não tinha condições de prosseguir com o projeto pois estava desempregada. Então foi aí que pensamos ‘como podemos ajudar?’. Na semana seguinte, trouxemos essa ideia para a empresa em um formato de ação social. A partir daí, fizemos capacitação, pesquisas, estudamos mais sobre a situação de desemprego no país, para ficarmos mais por dentro do assunto”.

O “Currículo do Bem” durou apenas dois meses, entre junho e agosto deste ano. Para se ter uma ideia, no mês anterior ao início do projeto, mais de 21 mil pessoas ficaram desempregadas no Espírito Santo, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Impacto nacional

Engana-se quem acredita que o impacto do “Currículo do Bem” tenha se limitado ao Espírito Santo. Ao todo, a ação social produziu cerca de 350 currículos e atingiu 41 cidades de 11 estados brasileiros. Além disso, os integrantes do projeto prepararam um e-book com indicações de cursos gratuitos que foram enviados para os profissionais desempregados.

Uma das pessoas impactadas pelo “Currículo do Bem” foi a arquivista e jornalista Mariana de Almeida Peixoto e Silva. A profissional, que à época estava desempregada, conheceu o projeto por meio de divulgações nas redes sociais.

“Tive a oportunidade de conhecer a iniciativa ‘Currículo do Bem’ por meio de divulgação em meio televisivo e redes sociais. Nesse sentido, devido ao alto índice de desemprego, que, infelizmente, vem assolando a sociedade, quadro este que, infelizmente, faço parte. Então, ao conhecer a proposta da iniciativa, busquei maiores informações para saber como proceder. Entrei em contato com as responsáveis pelo projeto solicitando a criação de um currículo”, explicou.

De acordo com Mariana, o processo de produção do currículo foi eficaz e rápido, fato que faz com que ela tenha uma enorme gratidão a todos os membros da ação.

“Todo o processo de confecção ocorreu muito rápido. Em cinco dias eu recebi meu currículo redigido e atualizado. Sou muito grata por toda a atenção, carinho, cuidado e atendimento dispensados a mim pela GDI”.

Para os dez estudantes de Arquivologia e Biblioteconomia que deram vida ao “Currículo do Bem”, só restou gratidão e orgulho pelo trabalho desempenhado.

“Tenho certeza que para toda a EJ (Empresa Júnior) ficou um sentimento de gratidão, pois, em meio a uma pandemia, nós conseguimos fazer tudo o que fizemos. Ajudamos tantas pessoas, demos a elas a esperança de conseguir um trabalho”, revelou Lívia. 

Novo “Currículo do Bem”?

Com o enorme impacto na vida de centenas de profissionais de todo o Brasil, Lívia deixou no ar a possibilidade de uma retomada do projeto no futuro.

“Por enquanto, é algo que ainda não pensamos, porém, após o término da ação social, muitas pessoas continuaram a entrar em contato conosco. Portanto, sabemos que muitas pessoas ainda têm dificuldades quando o assunto é currículo. Pensando lá na frente, é um cenário otimista, sim. Então quem sabe não pode ser lançado o Currículo do Bem 2.0? (Risos)”, finalizou.

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