O ano de 2021 ficará marcado na história como o ano onde houve mais mudanças na forma que educamos nossos estudantes. Há séculos as salas de aula são do mesmo formato, dentro do mesmo modelo de ensino. De repente – literalmente – o mundo inteiro passou a estar remoto. Fomos forçados a uma mudança abrupta no nosso modus operandi.
De uma hora para a outra esse sistema de ensino secular foi quebrado a passou a ser realizado de maneira remota. Para atender as novas necessidades, passamos a utilizar algumas novas tecnologias, outras mais conhecidas, mas nunca, na história, fizemos essas aplicações em tamanha escala no setor educacional.
O começo da quarentena, apesar de todo o medo e preocupação, tinha um lado positivo: um novo horizonte para a esfera educacional. A tecnologia poderia em um futuro próximo permitir uma educação mais interativa, personalizada e em maior escala. O fato de estar sendo testada em escala global trazia a esperança de que novas formas mais otimizadas de ensino seriam aceleradas.
Olhamos muito para o futuro, mas o presente se mostrava muito duro. Sem tempo para se preparar, escolas, pais e os próprios alunos se viram perdidos em meio a tantas mudanças.
Os meses se passaram e a esperança de um retorno das aulas presenciais ainda em 2020 fez com que grande parte das escolas e alunos se agarrasse à esperança desse retorno. Isso, no entanto, fez com que não tivéssemos a resiliência e a disciplina para encarar e fazer dar certo novas formas de ensino que se desenhavam.
É importante frisar que não há vilões nesse processo. Houve um acidente da natureza, portanto ninguém estava preparado para uma mudança tão profunda. Além disso, com a pandemia, tivemos todos os ingredientes que dificultavam a execução desse novo processo.
O fim do ano e a esperança no surgimento de uma vacina, bem como a provável diminuição dos casos para 2021, faz com que pais, alunos e escolas tenham uma ansiedade muito grande por virar a página. Todos estão com a cabeça no próximo ano.
Nosso sistema de ensino e alunos não aguentam mais um ano nesse modelo remoto. O déficit de aprendizado é imensurável. A melhor opção talvez seja, de fato, nos prepararmos para 2021. Entretanto, devemos começar já.
Por mais que possamos ser otimistas em relação à vacina e a uma vida mais normal para 2021, não podemos arriscar o futuro dos nossos estudantes. O preço já está muito caro.
Devemos pensar desde já o que podemos fazer, independente do cenário, visando promover um retorno às atividades, ou pelo menos um retorno a um aproveitamento mais normal quanto ao ensino das crianças.
Avaliações presenciais
Uma ótima forma de começarmos a avaliar esse retorno é por meio das avaliações presenciais. Sabemos que há muita crítica sobre esse modelo. Eu, pessoalmente, não acredito que ele seja a solução para os nossos problemas. Mas nessa situação, ao retornarmos com as avaliações presenciais, poderemos criar um senso maior de responsabilidade dos alunos, uma maior organização do calendário acadêmico, bem como promover o retorno gradual à escola.
O compromisso com a avaliação acabará por forçar o estudos dos alunos. Mas mesmo sabendo das falhas desse sistema, hoje é o que podemos ter em vista para ir resgatando um pouco do que foi perdido em 2020.
Vale ressaltar o papel crucial que a escola terá nesse processo. Com muita empatia, as instituições de ensino precisarão entender que após tanto tempo, esse modelo poderá ser um choque para os alunos. Deixo claro, também, que nenhuma questão educacional se sobrepõe a questões de saúde. Por isso, devemos observar em qual estágio da pandemia estaremos no próximo ano.
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