O setor educacional talvez seja um dos mais atingidos em meio a essa crise que estamos vivendo. Fomos anestesiados ao longo de 2020, digerindo mês após mês os impactos e expectativas geradas pela pandemia e pelas medidas de restrição. Sem um horizonte claro , na esperança de voltar ao normal, escolas e faculdades se adaptaram à nova realidade, mas mantiveram a esperança de uma retomada que não ocorreu.
A falta de clareza e a pressão em meio à crise vivida trouxe um sentimento de ano perdido e de “empurrar” as principais decisões para 2021 à medida que não tínhamos tempo hábil para recompor em 2020.
Com um ano inteiro pela frente, com a esperança cada dia mais tácita em uma vacina que possa acelerar o fim da pandemia, todo o setor educacional já projeta a retomada da melhor maneira possível. É hora, portanto, de aproveitar os aprendizados, as melhorias e avançar para 2021.
O primeiro ponto para sermos otimistas vem da inserção de modelos de aprendizagem híbrida e digital, que permite escalar mais algumas formas de ensino. O setor privado sai na frente, pois com melhor infraestrutura e maior poder aquisitivo de seus alunos vai conseguir implementar mudanças mais rápidas. Mas há pontos muito valiosos também para o setor público. Isso porque toda a classe política criou consciência para o problema que é a infraestrutura digital na esfera pública. Dessa forma, ações começam a emergir nesse sentido, o que deve acelerar nos próximos anos.
Nova BNCC e Fundeb: impacto positivo no setor educacional
A nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que seria consolidada em 2020, moderniza o nosso currículo e melhora nossa formação, deverá ser implementada ao longo dos próximos dois anos. Toda a experiência vivida na quarentena vai permitir às escolas avaliarem melhor como compor a sua base curricular.
O Fundeb foi aprovado no apagar das luzes. Ele é a espinha dorsal do financiamento da educação básica pública no Brasil. Trata-se de um conjunto de fundos contábeis dos 26 Estados e do Distrito Federal, que reúne parcelas de impostos estaduais e municipais e recebe uma complementação da União equivalente, atualmente, a 10% da contribuição total do Distrito Federal, dos Estados e Municípios de todo o país.
Com o dinheiro do Fundeb são pagos os professores, transporte escolar, material didático, construção de novas escolas e sua manutenção, que vão de creche até escolas do ensino médio. Com uma boa gestão, a distribuição de recursos às escolas públicas deverá melhorar significativamente.
Além disso, temos fatores subjetivos que despertam mais otimismo. A proximidade dos pais com a educação dos filhos que estavam em casa trouxe à tona a necessidade de um maior envolvimento dos responsáveis. Além disso, uma maior propriedade para questionar ou para avaliar as bases curriculares que os filhos estão submetidos.
A reação bem individual a esse momento também nos mostrou a necessidade de ter um olhar individual para cada um de nossos alunos.
Com a devida segurança, as aulas devem voltar como era antes em algum momento do primeiro semestre. Pais, alunos, escolas e professores estão ansiosos por essa volta. Portanto, é uma grande oportunidade para todas as pessoas do setor começarem a escrever uma nova história no setor educacional, o mais importante do país.
Veja mais conteúdos sobre educação e tecnologia no EducaTech.