A robótica está cada vez mais presente em sala de aula. No Brasil, vivemos um verdadeiro boom desse setor nos últimos anos. Mas essa “febre” não chegou sem motivo: construir projetos desenvolve diversas habilidades. Competências como raciocínio lógico, cooperação, resolução de problemas e abstrações são cruciais para os desafios do século XXI.
Quando ouvimos falar sobre esse tipo de atividade, é comum escutar sobre a melhora do desempenho dos alunos em disciplinas como física e matemática. De fato, essas são as matérias mais relacionáveis com a robótica. Justamente por participarem diretamente da elaboração dos protótipos. Contudo, seria possível sair dessa caixinha e explorar os benefícios da robótica para além das duas disciplinas?
Foi a partir desse questionamento que a startup Br.ino desenvolveu um método inovador para preparar professores de todo o país para os desafios educacionais da atualidade. O “Educador do Futuro” é uma formação on-line que ensina como utilizar robótica, cultura digital e metodologias criativas para transformar as aulas da edtech. Dentro da capacitação fala-se muito da robótica-meio ao invés da robótica-fim.
Robótica-meio vs robótica-fim
A robótica-fim traz o aprendizado de circuitos, programação e projetos de automação como o foco do ensino. Em outras palavras, o objetivo das aulas é garantir que alunos consigam aprender robótica e expandir seus horizontes dentro desse tópico.
Em contrapartida, a robótica-meio se define como uma ferramenta de aprendizagem. Ou seja, o foco do ensino não está em aprender mais sobre robótica, mas, sim, em utilizá-la para abordar outros conteúdos.
Portanto, imagine estudantes criando um painel fotovoltaico que se ajusta de acordo com a inclinação do sol para aprender mais sobre energias renováveis. Com esse projeto não aborda-se apenas a robótica, mas também engloba diversas outras disciplinas como o uso social da energia, o princípio físico para seu funcionamento e questões geográficas que afetam a eficiência do projeto.
Por que a robótica em sala de aula é importante?
Essa proposta revoluciona as possibilidades de ensino. Pense em um professor que, após pesquisar bastante sobre Aprendizagem Baseada em Projetos, decidiu aplicar essa metodologia tão popular em suas aulas. É muito comum, quando isso acontece, que algumas barreiras da educação tradicional ainda atrapalhem sua nova abordagem.
Por exemplo, os alunos, acostumados a desenvolver trabalhos práticos nos moldes do ensino tradicional, têm dificuldades de se expressar e acabam sempre desenvolvendo o mesmo protótipo: uma maquete, um vídeo, um cartaz…
Perceba que escolher a criação de um cartaz não é um problema. A questão está na limitação de criação, muitas vezes identificada na falta de diversidade em projetos.
Neste contexto, a robótica em sala de aula é uma poderosa ferramenta. Ela consegue integrar, de uma só vez, os conteúdos curriculares da disciplina, a cultura digital e o aprender fazendo. Pode-se criar protótipos interativos, que ilustram conhecimentos da matéria, inventar soluções para problemas relacionados ao tema e muito mais.
É possível, também, criar exposições inteligentes em aulas de artes, reproduzir batalhas históricas com maquetes interativas, soluções para problemas da escola que necessitem de conhecimentos sobre geometria ou química e desenvolver jogos que exercitem a gramática, por exemplo.
A robótica, portanto, se apresenta como uma linguagem, uma ferramenta de expressão. Ela traz a mágica da tecnologia, capaz de gerar aquele fascínio quase instantâneo, para um ambiente em que construir, testar e errar são oportunidades para aprender.
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