O ano passado foi decisivo para viradas de paradigmas. Há muitos anos se trabalha o viés da inovação em educação, da inserção das tecnologias no cotidiano do brasileiro, elementos definidos no plano das ideias. Já o plano material não contava com um modelo que deveria se reinventar em pouco tempo. Aprendemos com essas reorganizações, principalmente no âmbito educacional. O limite físico, já desestigmatizado pelo viés da globalização, seria ainda mais extrapolado.
A educação se tornou um desafio ainda maior, porque já enfrentava os empecilhos cotidianos para ser democrática. Paulo Freire já previa mudanças nos paradigmas sociais e acadêmicos. Ele afirmava que havia dois caminhos para serem analisados, considerando que em seu contexto de produção não havia um cenário pandêmico dessa magnitude, optar pelo passado ou pelo amanhã.
Quando a educação opta pela reprodução do passado, ela corrobora para as desigualdades. Ao optar pelo amanhã, a educação considera as narrativas, os sujeitos, a decolonialidade, a independência. A educação das massas favorece a sociedade como um todo, pois desaliena, integra e liberta. Talvez, por um viés ainda exploratório e mantenedor da desigualdade, ainda favorecemos modelos que são resquícios de um passado histórico doloroso. Para um mundo pós-pandêmico, pensar no amanhã é dar sentido para o mundo.
Sendo assim, a Liberta Educação surge. Ela surge do desejo de transformar a sociedade pela educação, a partir do entendimento de que a educação pode fazer parte de um projeto que promova a democracia e a inclusão pelo conhecimento. Há pessoas que, pelas experiências que carregam, tendem a querer transformações sociais, tendem a nutrir a vontade de democratizar acessos a recursos, pessoas que olham para o entorno e não se conformam com as desigualdades. Por desejo do destino, às vezes, acontece de essas pessoas, com os mesmos sonhos, se unirem para fazer as ideias acontecerem.
Liberta Educação e a busca por mudança
A Liberta Educação nasce dessa forma. Nasce do encontro de quatro professores que desejaram lutar pelas ideias, uniram-se pelo anseio de mudança, pela necessidade do cuidado, em busca de restaurar a fé na educação. O caminho para a constituição desse sonho é contínuo, por esse motivo, temos comemorado cada pequena conquista, porque somos fruto da comunidade que queremos potencializar. Toda conquista da Liberta é comunitária, inclusiva e democrática.
Como objetivo principal, a Liberta Educação sonha em democratizar a educação promovendo soluções educativas. Atuamos como professores por mais de 10 anos no mercado mineiro. Ao longo de nossa carreira, entendemos que o acesso à universidade é apenas um dos caminhos para tornar a educação mais democrática. Nesse sentido, alguns estudantes nem chegam a completar o ensino básico e não veem na educação um potencial de transformação.
Por isso, a Liberta Educação pretende inovar no mercado educacional, mapeando as necessidades populacionais, a fim de propor soluções que, pela educação, consiga permitir que as comunidades sejam interdependentes, autossuficientes, gerando autonomia, preservação da cultura local e sustentabilidade no sentido amplo do termo.
A história da Liberta Educação, portanto, se funde com a história de seus idealizadores, porque a eles foi permitido o sonho, ainda que com muitas dificuldades durante o percurso de suas vidas. Sendo assim, a Liberta Educação é o lugar de sonhar junto, o local, mesmo que não se limite a barreiras físicas, que irá contribuir para a concretização de ideias. O lugar de escutar a comunidade. O lugar para os libertes se encontrarem e saberem que podem ser transformadores, que podem transformar seus incômodos em ações que mudam o mundo.
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*artigo escrito por Raphaelle Silva, diretora geral da Liberta Educação.