O sono de milhares de adolescentes e jovens estudantes sofreu uma mudança considerável com a chegada dos aparelhos celulares modernos. Afinal, eles deixaram de ser apenas um meio de ligar e de receber ligações e passaram a ser uma extensão da vida das pessoas.
Uma grande rede de amigos, mensagens, fotos, eventos, jogos, vídeos, aplicativos e outras ferramentas cabem na palma da mão e o acesso é praticamente livre. Mas o problema disso tudo é o tempo.
Porque para dar conta de tudo isso, esses estudantes precisam de mais tempo conectados. Então, atravessam a noite conversando nos grupos, acessando jogos, assistindo a vídeos, abrindo salas de bate-papo e negligenciando um dos momentos mais importante do dia: a hora de dormir.
O nosso cérebro trabalha a noite processando a informação retida durante o dia e guardando as nossas memórias. Mas para isso não basta dormir, é preciso dormir bem.
No texto de hoje, os psicólogos da Eurekka vão te mostrar como o tempo e a qualidade do sono influenciam no rendimento dos estudantes e, claro, porque eles são tão importantes. Vamos lá?
Tipos de sono: Não-REM e REM
REM quer dizer Rapid Eye Movement que, traduzindo, significa movimento rápido dos olhos. Isso mesmo! Quando você dorme profundamente, os seus olhos se movimentam rapidamente e o seu cérebro trabalha um monte para deixar tudo organizado.
O sono não-REM é quando se está sonolento, fazendo uma transição do sono leve para o mais profundo. E como diz o nome, é a fase em que os movimentos dos olhos estão lentos.
Já o sono REM, é o momento em que acontece o descanso profundo e liberação de hormônios, além do repouso da mente. Nesta fase, é quando acontece uma intensa atividade cerebral e a fixação da memória.
As 3 fases do sono
Outra curiosidade é que você não dorme assim, de uma hora para outra não! O sono tem fases, portanto, você vai adormecendo devagarinho. Acompanhe:
- Fase 1: primeiras sensações de sono; uma batidinha na porta pode acordar você;
- Fase 2: dura entre 5 e 15 minutos, a atividade cardíaca diminui e os músculos relaxam;
- Fase 3: o corpo relaxa completamente.
Sono, Memória e disposição para estudar
Quando dormimos, a imunidade é reforçada, as células são renovadas, os radicais livres são neutralizados e a memória é consolidada. Inclusive, pesquisas revelaram que um indivíduo tem maior capacidade de conservação da memória após longos períodos de sono. E que, no dia seguinte, consegue fazer atividades de memória com maior facilidade.
Imagine você dormindo muito bem e o seu cérebro conseguindo fazer uma edição de todas as memórias do seu dia, colocando uma por uma no seu devido lugar. É isso que acontece. Agora, se você dorme mal, o seu cérebro não tem tempo de reter o conteúdo das suas memórias e, no dia seguinte, você terá dificuldade para tomar decisões, resolver problemas e estudar.
Você precisa entrar em sono profundo
Dormir mal impacta na capacidade de atenção, na recuperação da memória e na aprendizagem. Porque o objetivo do sono profundo é deixar o cérebro processar o grande número de experiências que vivenciamos durante o dia e armazenar as informações mais importantes na memória.
Imagine que você tenha assistido a seis períodos de aula na segunda-feira, foi à aula de Inglês à tarde e, para completar o primeiro dia útil da semana, deu uma revisada nos principais pensadores da Filosofia.
Mas você sabe como essas informações ficarão na sua memória? O seu cérebro processa tudo isso e guarda em um lugar especial. No entanto, se você não dorme e não descansa, a sua atividade cerebral não acontece.
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Higiene do sono: 7 dicas para melhorar a qualidade do sono de estudantes
A higiene do sono é um conjunto de hábitos saudáveis que proporcionam à pessoa uma noite de sono tranquila e energizante. E isso depende de mudanças na alimentação, do cuidado com o ambiente em que dorme e, principalmente, do acesso a telas de televisão, celular e outros, antes de dormir.
Os estudantes são estimulados a ficarem por muitas horas diante de computadores e telas de celulares. E pesquisas recentes comprovaram que esses hábitos prejudicam muito a qualidade e a quantidade do sono necessário para que os estudantes tirem o melhor proveito das atividades escolares.
Confira 7 micropassos que podem ser dados para que o sono dos estudantes melhorem e, consequentemente, impactem positivamente os estudos:
- Durma sempre nos mesmos horários (ter horário para dormir e acordar);
- Evite as telas antes de dormir;
- Evite estimulantes;
- Tome sol;
- Não fique na cama o dia inteiro;
- Forme uma equipe de “apoio ao sono” com seus colegas de aula;
- Faça exercícios regularmente.
Durma sempre nos mesmos horários (ter horário para dormir e acordar)
O sono deve ser regulado, ou seja, a pessoa precisa construir uma rotina: durma e acorde sempre no mesmo horário. Afinal, quando você varia muito esses horários, seu cérebro fica perdido e não consegue reconhecer o momento de dormir.
Evite as telas antes de dormir
Qualquer tipo de luz, principalmente as fortes e brancas, deve ser evitado antes de dormir. No caso das telas, se possível, desligue. Se for o celular, por exemplo, procure estabelecer um horário para encerrar as suas atividades e, na hora de deitar, deixe o aparelho de celular longe da cabeceira.
Evite estimulantes
As duas horas que antecedem o momento de dormir devem ser desaceleradas. Portanto, evite qualquer atividade que possa deixá-lo agitado.
A alimentação pesada, o exercício físico, barulho intenso, telas de televisão, celulares e luzes brancas são estimulantes e devem ser evitados neste período.
Lembre-se de que você precisa sinalizar para o cérebro que a hora do sono está chegando. Portanto, crie um clima de relaxamento!
Tome sol
O sol ajuda o cérebro a entender a diferença entre dia e noite. Ou seja, através de sensores o cérebro entende que é dia e que, de dia, a gente se agita, trabalha, estuda e não dorme.
Quando o sol se põe, nosso cérebro ativa outras funções que sinalizam a diminuição dos nossos sinais vitais. Como por exemplo, o ritmo cardíaco, respiratório, digestivo e excretor, até chegar ao sono.
Não fique na cama o dia inteiro
O quarto é o ambiente da casa reservado para dormir e você deve ensinar isso ao seu cérebro. Se você passa a fazer várias atividades como: comer, estudar e assistir à televisão, todos na cama, o seu cérebro fica mal acostumado.
Então, quando você entrar no quarto para dormir, elimine todos os gatilhos que possam prejudicar o seu descanso.
Forme uma equipe de “apoio ao sono” com seus colegas de aula
Combine com seus colegas algumas regras de higiene do sono e forme um tipo de grupo de cobrança. Quando um estiver desrespeitando alguma regra, o outro chama atenção. Ou, quando estiver na hora de dar “boa noite” e começar a relaxar, façam isso juntos.
Faça exercícios regularmente
Gaste suas energias! É comprovado que a atividade física aumenta em 37% ou mais o período de sono das pessoas com insônia crônica. No entanto, devemos tomar cuidado para não praticar exercícios perto da hora de dormir.
Afinal, a prática de exercícios físicos estimula a liberação de adrenalina, o que te deixará agitado.
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Quantas horas de sono um estudante deve ter por dia para conseguir estudar?
Para cada faixa etária, há uma exigência de descanso profundo do corpo e o ideal seria que os alunos cumprissem. Então, fique ligado!
- Idade escolar (6 – 13 anos): 9 a 11 horas por dia;
- Adolescentes (14 – 17 anos): 8 a 10 horas por dia;
- Jovem adulto (18 – 25 anos): 7 a 9 horas por dia.
A relação do sono com ansiedade e depressão
A relação do sono com a ansiedade ou a depressão é bilateral. Ou seja, tem dois lados. Isso quer dizer que a privação de sono pode gerar ansiedade e depressão. Do mesmo modo que a ansiedade e a depressão também podem gerar problemas na quantidade e qualidade do sono.
Além disso, a privação de sono pode causar outras dificuldades psicológicas como o estresse, a irritação e o pensamento acelerado. Isso porque o seu corpo não teve a chance de descansar e se preparar para o que virá adiante. É como carregar a bateria do seu celular: se ela estiver muito baixa ou nula, o aparelho não tem energia para funcionar.
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