Um firme consenso em meio às incertezas da pandemia é o de que a aprendizagem não pode parar. O esforço em dar continuidade às aulas mesmo após as suspensões mudaram definitivamente o foco para o ensino mediado pela tecnologia. O Brasil tem o expressivo número de 50 milhões de estudantes matriculados em todos os níveis de ensino. Sendo assim, muitas instituições de ensino aceleraram ou deram prosseguimento ao uso de soluções modernas para enfrentar um cenário desafiador.
De acordo com levantamento do Centro de Inovação para Educação Brasileira (Cieb), a demanda por aplicativos de ensino cresceu 130% no início da pandemia. É um excelente sinal da procura pela inovação voltada para a área, e de oportunidades para os negócios que desenvolvem soluções. Por outro lado, nem todas as escolas passarão por transformações imediatamente e na mesma intensidade. É certo que todas já aprenderam que o espaço de aprendizagem foi ampliado com a chegada das aulas virtuais. Uma das grandes tarefas das instituições de ensino é integrar seus princípios pedagógicos e a gestão escolar a soluções e estruturas apropriadas, e agora a tecnologia ocupa um lugar-chave dessa equação.
E o mercado tecnológico já se adaptou para as necessidades educacionais. Segundo pesquisa da Cieb, houve crescimento de 23% no número de edtechs no Brasil, no início da pandemia. Das quase 500 empresas de tecnologia educacional, mais de 70% oferecem programas voltados ao ensino básico. A venda e locação de equipamentos também refletiu essa adaptação. De acordo com estimativa da IDC Brasil, o mercado de tablets e notebooks deve ter alta de 71% na procura, principalmente, para as demandas de educação.
O uso de equipamentos acessíveis para fins educacionais é uma tendência não apenas no Brasil. Os Chromebooks, computadores com sistema operacional do Google, venderam 13,1% em relação a 2019, chegando à marca de 302,6 milhões de unidades vendidas em 2020 no mundo, pela primeira vez ultrapassando as vendas de PCs da Apple (Mac OS). Conhecidos pelas configurações simples, são bastante associados às soluções do Google for Education conhecidos mundo a fora.
Com a necessidade de manter o distanciamento social e a tendência do ensino híbrido, soluções desenhadas para a área educacional impulsionam o investimento em parceiros de locação de hardware de TI, conhecido como Hardware as a Service (HaaS), que desenvolvem pacotes de equipamentos e softwares para o setor.
Redes de ensino e escolas têm a oportunidade de encontrar soluções com suítes e ferramentas acessíveis e de fácil implantação para gerenciar e adicionar conteúdos em diferentes acessos, como notebooks e tablets, para poderem dar aulas presencial ou virtualmente, sem perder o fio condutor dos processos e das atividades escolares. A estrutura de suporte, manutenção e logística completam as ofertas desses serviços. Isso é ainda mais oportuno nesse período de isolamento e paralelo à irreversível transformação digital das escolas.
Na esteira da chegada das tecnologias ao mundo escolar, as mudanças impactam bastante a vida dos professores e a gestão. Com maior conectividade e o uso de dispositivos e programas, as escolas têm em mãos uma base de dados dos alunos mais ampla. Portanto, isso permite orientar processos de maneira mais eficaz e aperfeiçoar de estratégias pedagógicas. Dados de aprendizados dos alunos permitem à escola fazer um diagnóstico mais rápido, acompanhar erros e acertos, planejar e orientar recursos com mais precisão. É um novo momento para trabalhar aulas colaborativas, mais criativas para alunos mais “tecnológicos”.
Diante de uma extensa gama de soluções tecnológicas voltadas para a educação, a seleção das melhores opções depende dos objetivos, do porte e do público de cada instituição. O que aconteceu durante o ano de 2020 serve de exemplo. Dessa forma, todas essas mudanças integram uma dinâmica maior, de transformação nas perspectivas de aprendizado. Articulados, escola, gestores e professores podem aproveitar a flexibilidade tecnológica para que os estudantes desenvolvam mais autonomia e se dediquem a experiências mais desafiadoras e criativas.
A transformação digital das escolas acelerou sua jornada e existe um mercado preparado, e cada vez mais especializado, para atender essa demanda. O mundo caminha para uma economia digital. E é sabido que existe outra jornada para enfrentar barreiras para se adequar a mudanças, sobretudo na realidade brasileira. A tecnologia não afasta os estudantes do convívio e dos desafios do mundo real, mas ela é a nova via para a transformação constante dos novos tempos.
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*artigo escrito por Marcelo Cabral, Head de Growth & Performance da Agasus, referência nacional em locação de hardware para TI pelo modelo Hardware as a Service (HaaS).