A pandemia de Covid-19 mexeu com muitos estudantes que estavam escolhendo qual carreira seguir, bem como estavam em busca de uma oportunidade profissional. Grande parte dos jovens projeta suas expectativas na formação acadêmica. Ademais, esses alunos buscam por estágios para desenvolver algumas competências profissionais. Mas para os jovens que ainda estão indecisos em qual caminho trilhar, a orientação profissional e de carreira é uma ferramenta que ajuda a desenvolver competências e decidir qual caminho seguir.
“Para evitar que o jovem se frustre por uma escolha inadequada ao seu perfil ou eliminar a possibilidade de desistência durante o curso, é preciso buscar identificar o que se precisa desenvolver durante os primeiros períodos do curso para ingressar no mercado de trabalho, ter o melhor aproveitamento das disciplinas e construir uma rede de relacionamento forte, criando uma conexão com o propósito do trabalho dentro do projeto maior, que é a vida”, explica Dâmaris Cristo, psicóloga e especialista em Desenvolvimento Pessoal & Carreira.
Raul Prosdócimo Souza, de 20 anos, buscou ajuda profissional para conquistar a tão sonhada vaga de estágio. Durante a orientação profissional, o estudante aprendeu a estruturar um currículo e utilizar o LinkedIn, além de outras ferramentas, para compreender os pontos fortes e fracos para se tornar um profissional de alto nível. Após cinco meses de mentoria, Raul já está participando de diversos processos seletivos.
“Foi um dos melhores investimentos que já fiz na minha recém carreira de trabalho. Pois adquiri ferramentas poderosas e conhecimentos que irão auxiliar em minha trajetória. Desenvolvi um currículo atrativo e compreendi quais atitudes são coerentes e incoerentes no mercado de trabalho, essenciais para àqueles que já querem começar com o pé direito em busca de uma carreira consolidada”, afirma o estudante.
Como se destacar no estágio mesmo trabalhando em home office
O jovem estudante que está buscando uma oportunidade profissional, além de ter uma boa performance acadêmica, também deve aprender todos os assuntos ligados à tecnologia. Isso porque as profissões serão impactadas em algum momento e as empresas estão cada vez mais digitais.
Na visão da especialista em carreiras Dâmaris Cristo, outros pontos que merecem atenção são:
- Flexibilidade para se adaptar às mudanças;
- Inteligência emocional e liderança;
- Capacidade de inovação;
- Pensamento crítico;
- Perfil empreendedor.
“É preciso criar um novo estilo de vida, não ter preguiça de aprender, desaprender e reaprender. É a nova tendência chamada ‘longlife learning’, que representa viver a vida em constante aprendizado”, complementa.
Outro caminho para os estudantes é buscar uma mentoria, com sessões que abordem temas específicos da orientação profissional e de carreira, com diálogos investigativos, testes, utilização de assessments, levantamentos de dados, entre outros.
“Primeiro, alinhamos as necessidades e expectativas do jovem, com foco na carreira desejada. Então partimos para as avaliações iniciais e buscamos informações, onde definimos o planejamento e definição de objetivos. A mentoria completa busca apoiar o estudante nas áreas de autoconhecimento, rede relacionamentos, senso de competências, planejamento, entre outros. Além disso, promove a transformação nos padrões de autocuidado e produtividade para um posicionamento bem sucedido no mundo do trabalho”, explica Dâmaris.
Orientação profissional: a pandemia está impactando no futuro da carreira dos jovens?
Um dos maiores desafios que a pandemia trouxe para a humanidade foi a falta de contato pessoal com outras pessoas, isolando muito profissionais em casa. Mas para quem está vivendo a primeira experiência profissional, o impacto pode ser ainda maior.
“O trabalho remoto limita esse aprendizado, restringe as interações, gera uma sensação de abandono. Ademais, pode criar um abismo entre os iniciantes e os profissionais mais experientes. Uma das necessidades humanas mais importantes, a de pertencimento, deixa de ser atendida”, complementa.
Muitos especialistas, no início da pandemia, já previam uma explosão de diagnósticos de transtornos psiquiátricos, em especial de depressão e ansiedade, com o aumento da solidão e do estresse. Redução de energia e cansaço acima do normal, déficit de atenção, diminuição da capacidade de concentração ou desinteresse por atividades que antes eram prazerosas, tristeza sem motivo, introspeção e reclusão são alguns dos sintomas que podem comprometer a saúde mental.
“Uma das características mais observadas nos jovens, que ainda estão em início de carreira, é a curiosidade e a vontade de realizar algo desafiador. Portanto, cuidar da saúde mental é algo que as empresas devem estar atentas, criando ações eficazes de prevenção e orientação destes jovens ainda em início de carreira. A ajuda de um profissional, preferencialmente a de psicólogo, é fundamental nesses momentos, pois o autocuidado faz toda a diferença entre a saúde e a doença”, finaliza a psicóloga.
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