A Instructure, criadora do Canvas, divulgou seu segundo relatório anual da pesquisa sobre os fatores que determinam o sucesso e o engajamento dos alunos do ensino superior. O relatório identifica as seis principais tendências em todo o mundo e destaca maior tendência na América Latina quanto ao uso da tecnologia no ensino superior (leia o relatório global).
Portanto, praticamente metade dos entrevistados afirma ter uma percepção positiva da aprendizagem online. A saúde mental dos alunos é cada vez mais importante para as instituições. Isso porque 92% delas considerando o bem-estar psicológico dos alunos como um fator socioeconômico que influencia significativamente o sucesso do estudante.
De acordo com o estudo, destacamos aqui as percepções representativas de cinco países da América Latina (LATAM), incluindo México, Colômbia, Peru, Chile e Brasil. Os números, dessa forma, indicam uma importante tendência no uso da tecnologia para a educação, em especial no ensino superior. Mas isso tudo apesar das limitações de infraestrutura e do acesso à internet.
- As instituições educacionais da LATAM são mais propensas ao uso de sistemas de gestão de aprendizagem para comunicação (83%) e para ministrar aulas (82%). No Brasil esses números são: uso para comunicação 86% e aulas on-line 80%, sendo este o maior índice da região;
- Na LATAM, 74% dos usuários do Sistema de Gestão de Aprendizagem relatam que acessam cursos por meio de aplicativos móveis. Em comparação com 61% na América do Norte (NORAM) e 63% na Europa/Oriente Médio (EMEA). (Com 71%, o Brasil tem o menor porcentual da região, mas o Peru tem a maior porcentagem com 83%);
- Na LATAM, 66% das instituições de ensino utilizam ferramentas tecnológicas para gerenciar aulas – mais do que nas outras regiões. E 69% usam sistemas de comunicação por vídeo para realizar conferências, enviar mensagens de texto e webinars, em comparação com 60% em EMEA;
- Com 40% de aderência, a LATAM lidera o uso de ambientes virtuais de aprendizagem. Isso em comparação com os 29% em EMEA e os 35% em NORAM;
- Entre os fatores para aumentar o engajamento e a motivação dos alunos, 50% dos entrevistados na LATAM consideram importante a integração com recursos de tecnologia educacional, em comparação com os 22% em EMEA e os 29% em NORAM.
Embora as notas continuem importantes, gestores, professores e alunos estão determinando o sucesso de forma mais holística e ajustando o apoio institucional de acordo com essa definição. As instituições também estão trabalhando ativamente para melhorar as competências digitais dos professores. Além disso, desenvolver cursos online para ajudar os alunos a terem sucesso em qualquer ambiente. Na LATAM, 95% dos alunos e 92% dos gestores acreditam que o acesso à tecnologia tem um alto impacto no sucesso dos alunos.
“Este estudo ilustra o forte impacto que a pandemia teve sobre as instituições e os alunos na América Latina. Mas também nos mostra uma região focada no uso da tecnologia para empoderar professores e alunos”, disse Steve Daly, CEO da Instructure.
E acrescenta. “Em particular, o uso de aplicativos móveis para acessar o conteúdo tem sido um poderoso motivador entre nossos clientes na região. Mas também estamos vendo mudanças em áreas como inovação pedagógica e transformação digital de universidades inteiras”.
O estudo também revelou as seis principais tendências de uma pesquisa com milhares de alunos, gestores e professores de 18 países. O que representa, portanto, uma mistura de instituições de ensino superior públicas e privadas com cursos de dois e quatro anos:
A preparação para a carreira (ainda) é a prioridade número um dos alunos
Preparar os alunos para a vida após a graduação é a principal preocupação. No entanto, gestores e alunos concordam que é nesse ponto que as instituições encontram mais dificuldades.
- 84% dos entrevistados definiram o sucesso do aluno como a preparação para o trabalho/carreira;
- 35% dos alunos e 33% dos gestores de todo o mundo classificam a preparação para a carreira como a área que mais precisa de melhorias;
- 83% dos entrevistados na América Latina consideram importante medir o sucesso do aluno para encontrar um emprego na área de estudo, em comparação com os 68% na NORAM e os 67% no EMEA. O Brasil tem o maior índice da região, 87%.
As instituições precisam pensar além do curso
Embora os alunos ainda definam “sucesso” principalmente como desempenho acadêmico, o corpo docente e os gestores estão procurando maneiras de apoiar o aluno como um todo, com o bem-estar psicológico e o acesso à saúde mental impactando positivamente o engajamento do aluno.
- 50% das instituições pesquisadas em 2021 oferecem serviços de aconselhamento presencial ou virtual, 33% realizam eventos de bem-estar no campus e 24% utilizam aplicativos de saúde mental. No Brasil, entretanto, 48% das instituições que participaram da pesquisa oferecem, no campus ou de maneira virtual, serviços de aconselhamento, 28% incluem eventos voltados à saúde em seu currículo e 16% utilizam aplicativos voltados à saúde mental;
- 92% dos entrevistados na LATAM consideram que o acesso aos recursos de saúde mental apresenta alto impacto no sucesso dos alunos, superando os 88% na NORAM e os 85% na EMEA. No Brasil este número representa 95% dos entrevistados, o maior número da região e a Colômbia possui o menor índice de 85%.
O envolvimento aluno-professor é fundamental (seja pessoalmente ou por meio da tecnologia)
O sucesso do aluno hoje requer disponibilidade de recursos tecnológicos, bem como conteúdo envolvente e um ensino de qualidade com o auxílio de professores proficientes em tecnologia.
Os quatro principais fatores acadêmicos para estimular o sucesso dos estudantes, citados por alunos e gestores, são a qualidade do corpo docente (91%), conteúdo/ensino envolvente (90%), tecnologia disponível, bem como instrução prática (ambos com 89%).
- 50% das instituições na LATAM oferecem programas de apoio aos alunos para aumentar seu comprometimento e motivação, em comparação com menos de 40% das instituições de outras regiões.
No Brasil, os principais fatores para o sucesso citados por estudantes e gestores são:
- Atividades práticas 98%;
- Oportunidade de estágio 98%;
- Disponibilidade tecnológica 97%;
- Oportunidades extracurriculares 97%;
- Nível intelectual dos professores 96%.
A aprendizagem online precisa ser projetada especificamente para o ambiente virtual
Com a incerteza sobre o futuro ainda pairando sobre o horizonte e a aprendizagem híbrida tornando-se o novo https://armodexperiment.com padrão, então criar experiências significativas e interativas entre professores e alunos e conectar os alunos uns aos outros será fundamental tanto para cursos híbridos, quanto remotos.
- 47% dos alunos preferem o aprendizado online e 46% possuem uma opinião positiva em relação ao aprendizado online;
- 60% dos gestores da América do Norte e 59% da América Latina julgam difícil manter os alunos envolvidos durante o aprendizado remoto, em comparação com os 49% em EMEA.
A democratização da educação começa com a igualdade no acesso à internet
A conectividade à internet é fundamental, mas o acesso à tecnologia significa mais do que apenas fornecer dispositivos e conectividade aos alunos.
- Os dois principais fatores socioeconômicos de 2021 que influenciam o sucesso dos alunos são o acesso à internet (92%) e o bem-estar psicológico (91%).
As disparidades socioeconômicas afetam o engajamento
Os níveis de renda e o acesso a recursos de aprendizagem e ferramentas tecnológicas continuam prejudicando alguns alunos, mas impactando fortemente o engajamento deles em sua experiência educacional.
- 79% dos entrevistados relataram que a renda familiar tem um impacto moderado ou grande no engajamento do aluno.
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