Sempre achei fascinante acompanhar o processo de aprendizagem dos alunos. E a tecnologia tem deixado tudo isso ainda mais interessante para mim – e para eles também. Novos recursos desenvolvidos e produzidos sob medida para apoiar o processo de ensino-aprendizagem já se mostraram eficientes. E, então, importantes aliados no que diz respeito a aprendizagem ativa, aumento de atenção, engajamento com as atividades e com os colegas, feedbacks personalizados e realimentação motivacional, entre outros aspectos fundamentais. Dentro dessa perspectiva ao processo de ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa e Matemática destacam-se as Mesas Educacionais.
As Mesas Educacionais são tecnologias educacionais integradas por hardware (módulo eletrônico, estrutura física e sistema de processamento), softwares (atividades interativas multimídia) e materiais concretos (blocos codificados e marcadores para realidade aumentada).
Essa ferramenta oferece a crianças da educação infantil e alunos dos anos iniciais do ensino fundamental ambientes virtuais ricamente ilustrados. Sendo assim, eles podem “navegar” com seus colegas e construir caminhos que os levem a dominar o sistema de escrita, a compreensão de conceitos matemáticos e a desenvolver habilidades e competências necessárias para atuação na sociedade.
As Mesas Educacionais são um exemplo entre muitos que eu poderia lembrar de como a tecnologia favorece a educação. Mas por acompanhar de perto esta ferramenta e por tudo o que ela possibilita para alunos e professores, me sinto extremamente à vontade para reafirmar a sua eficiência em sala de aula.
Obviamente, antes de optar por uma tecnologia A ou B, é essencial que os gestores conheçam bem suas reais dores, as necessidades de suas instituições, a aptidão dos professores para usarem novas ferramentas. E, ademais, analisem criteriosamente todas as tecnologias que pretendem implantar em suas redes. Inclusive, a partir de pesquisas, depoimentos de alunos, pais e professores e impactos e benefícios pedagógicos que elas podem promover em cada caso.
Mesas Educacionais
Um aspecto específico que me encanta nas Mesas Educacionais é o configurador. Esse é um recurso voltado ao professor no qual ele pode incluir e editar:
- Atividades;
- Textos;
- Palavras;
- Imagens;
- Sons;
- Vídeos.
Assim, a mesa favorece a aprendizagem baseada em projetos integrados e estudos interdisciplinares, envolvendo todas as áreas do conhecimento. Além disso, propicia diferentes estratégias pedagógicas, temas e situações-problema reais que vão além dos muros da escola.
Inovadoras e efetivas, as Mesas Educacionais também promovem o trabalho colaborativo, já que até seis alunos podem utilizá-las ao mesmo tempo. Tanto essa estrutura física como suas atividades interativas multimídia favorecem que, a todo momento, os alunos troquem ideias uns com os outros.
Posso afirmar com propriedade o quão incrível é vê-los testando suas hipóteses, ajudando os outros, trabalhando em grupo, organizando e manipulando os materiais, bem como respeitando a opinião dos colegas e desenvolvendo sua autonomia. Dessa forma, perdem a vergonha de expor seus pensamentos, trocam ideias e tornam-se protagonistas de seu processo de aprendizagem.
De forma ampla, defendo que a tecnologia educacional é uma grande aliada da acessibilidade, e as Mesas Educacionais não são exceção à regra. Pelo contrário. Elas promovem a inclusão digital e social de pessoas com deficiência, visando a aprendizagem, autonomia, independência e qualidade de vida.
Tanto é que estão contempladas no Guia de Tecnologias do MEC também na categoria de educação especial. Os recursos de acessibilidade contemplados na mesa – como traduções em LIBRAS, lupa, identificação dos blocos em Braille, navegação adaptada do teclado e sistema de regulagem da altura – possibilitam a participação de alunos e professores com deficiência em todas as atividades propostas, além de promover o desenvolvimento pessoal e social, elementos fundamentais para garantir sucesso nas etapas posteriores da escolarização.
Sou uma grande defensora do papel insubstituível dos professores – que, a meu ver, são atores fundamentais no processo de ensino. Mas a tecnologia veio para somar, melhorar e democratizar.
Quando o professor visualiza o valor pedagógico de certa tecnologia e aprende (técnica e pedagogicamente) a utilizá-la, integrando tal recurso à sua prática pedagógica, os resultados são muito mais positivos e efetivos. Portanto, não à toa, as Mesas Educacionais estão presentes em mais de 40 países. Elas já foram objeto de pesquisas de diversas instituições de renome, utilizadas por mais de 1,6 milhão de crianças, 44,6 mil professores e 7,5 mil escolas.
Acompanhar esse processo de descoberta dos alunos tem sido maravilhoso. Ver a felicidade deles quando conseguem realizar uma atividade e comemoram junto com seus colegas é algo fascinante para mim como pedagoga. Por isso, termino como comecei: Uma educação inovadora e inclusiva precisa de ferramentas tecnológicas como as Mesas Educacionais.
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*artigo escrito por Melissa Rackel Rosa. Gerente de Projetos do Educacional – Ecossistema de Tecnologia e Inovação.