Dentro do Coliseu, em plena Roma Antiga, estudantes podem ver de perto a multidão que se espalha pelas arquibancadas lotadas enquanto acompanham os eventos do dia. A cena pode parecer estranha, mas é uma das possibilidades geradas pelo metaverso para os processos de ensino e aprendizagem de conteúdos, da Educação Infantil ao Ensino Superior.
Embora seja muito interessante, esse mundo quase mágico ainda está distante da realidade da maior parte dos estudantes do Brasil e do resto do mundo. Segundo Luciana Allan, doutora em Educação pela USP, ainda vai levar um tempo até que o ambiente acadêmico brasileiro possa contar com esses recursos.
“Antes de pensarmos no metaverso, é preciso entender que ainda não temos tecnologias que permitam usufruir de todas as possibilidades que ele traz. Portanto, são necessários equipamentos sofisticados, o que não é uma realidade no Brasil”, explica Luciana.
Atualmente, o uso de recursos tecnológicos já é feito em diversas áreas da Educação. Uma delas é a chamada gamificação, ou seja, o ensino por meio de jogos eletrônicos. A coordenadora de conteúdo digital do Sistema de Ensino Aprende Brasil, Giselle Corso, afirma que esse tipo de aplicação é vital para chamar a atenção dos alunos.
“Os jogos são uma linguagem com a qual os estuantes já estão acostumados. Então se trata apenas de saber usá-la para atingir os objetivos pedagógicos daquele conteúdo específico”, explica Giselle.
O Sistema de Ensino Aprende Brasil, voltado à rede pública municipal de ensino, já tem dois jogos disponíveis gratuitamente para crianças de escolas públicas e particulares de todo o Brasil. Trata-se do “Charadas do Corpo Humano” e o “Eu sou DJ. Além disso, as crianças também têm acesso a conteúdos de realidade aumentada em muitos componentes curriculares.
Afinal, o que é metaverso?
É um ambiente imersivo, em que as pessoas vestem um “avatar”, uma espécie de personagem, e interagem com esse ambiente e com as atividades que estão ocorrendo ali, de acordo com Luciana Allan. Dessa forma seria possível inserir o aluno em cenas como a do Coliseu. Ou, até mesmo, em uma sala de cirurgia, onde, junto a seus colegas, seria possível participar de uma operação. Esses são apenas alguns exemplos de formas de aprendizados.
“As possibilidades são muitas. É possível prover acesso à informação, permitir que as crianças tenham acesso a recursos diferenciados, criar trilhas personalizadas para cada momento, criar oportunidades de interação e colaboração”, complementa a doutora em Educação.
Mas enquanto isso não ocorre e os meios necessários não estão disponíveis para todos, uma boa opção é repensar os conteúdos trabalhados. Isso tudo com o intuito de promover experiências práticas que ajudem os estudantes a absorver o que está sendo ensinado.
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