Ter fluência e conhecimento em inglês passou a ser ainda mais fundamental em um contexto altamente globalizado. O EF EPI 2020, estudo global da multinacional de educação EF, que avalia mais de 2 milhões de falantes de inglês não nativos em 100 países, constatou que a tecnologia está difundindo a língua inglesa, ou seja, gerando a democratização do inglês. O ensino a distância, viabilizado pela tecnologia, está permitindo que qualquer pessoa aprenda inglês, onde quer que ela esteja, a um preço competitivo. Embora esse potencial ainda não tenha sido plenamente percebido, o EF EPI encontrou correlações consistentes entre a proficiência de inglês e as assinaturas de banda larga, por exemplo.
No Brasil o acesso ao idioma melhorou, mas apesar do país ter subido seis posições no ranking em relação ao último ano, ele ainda ocupa a posição de 53º colocado no estudo, o que mostra a baixa proficiência da população. A Argentina, por exemplo, ocupa a 25º posição e representa o melhor índice de proficiência entre os países da América Latina. O ranking é liderado pela Holanda, país europeu.
Por mais que o índice de proficiência no nosso país seja baixo, nós sabemos da importância da democratização do inglês para atingir objetivos pessoais, como:
- Melhores oportunidades de trabalho;
- Chances de estudar no exterior;
- Poder viajar a lazer para outros países;
- Assistir filmes e séries sem legendas.
Democratização do inglês e o desenvolvimento do país
De acordo com o EF EPI, a comunidade empresarial latino-americana está cada vez mais ativa em sua demanda por falantes de inglês. Mas o que muitas pessoas ainda não refletiram é sobre a importância do conhecimento da língua inglesa para o desenvolvimento do país.
Se mais pessoas falam inglês, conseguimos ter mais troca de informações com pessoas do mundo todo. No caso, por exemplo, de empresas multinacionais, conseguimos negociar e apresentar projetos de maneira eficiente, pois o inglês é considerado a língua dos negócios. Sendo assim, seria fundamental para modernização da indústria e das companhias como um todo. Isso porque ampliaria o networking e aumentaria as possibilidades das empresas que têm intenção de expandir e/ou vender projetos para outros países. Falar a mesma língua que um parceiro de trabalho não é só uma necessidade técnica, mas também a base para a construção de confiança.
O economista Pankaj Ghemawat estima que países que compartilham um idioma comercializam 42% mais entre si do que fariam sem esse idioma em comum. Embora a tecnologia ajude cada vez mais em traduções de rotina, estamos muito longe de um mecanismo de linguagem que possa compreender as variantes culturais que os humanos costumam usar na comunicação cotidiana.
Outro ponto que merece destaque é que, se mais pessoas falam inglês, mais pessoas podem estudar fora do Brasil e trazer conhecimento para o país. E esse conhecimento não se limita a novas tecnologias e novos negócios. Quem consegue estudar fora traz uma enorme bagagem cultural. Imerso em uma nova cultura com costumes e pessoas diferentes, o cidadão aprende a ter mais tolerância com o outro, expandindo sua percepção do mundo. São características que ele adquire e vai utilizar aqui, no seu trabalho, na escola e com a família.
Domínio do inglês está ligado à conectividade global
O EF EPI encontrou uma correlação muito forte entre a conectividade global de um país e seu nível de proficiência em inglês. Após o contato com o mundo exterior, as pessoas costumam levantar questões sobre a sociedade em que vivem, envolvem-se mais profundamente com temas globais e, em muitos casos, exigem mudanças. Também existe uma correlação muito forte entre a proficiência em inglês e o Índice de Bom País, um indicador composto relacionado à contribuição atual de um país para a humanidade como um todo.
Diante desse cenário, como conscientizar o nosso país da importância de aprender inglês?
Essa conscientização precisa partir das autoridades. É necessário implementar reformas educacionais para ensinar o idioma de maneira mais eficiente e abrangente. Isso passa por promover mais acesso com parcerias com escolas de idiomas particulares, workshops, palestras com especialistas e incentivar o consumo de filmes, músicas e games na língua oficial. Governos, sistemas educacionais e empresas devem fazer parte desse movimento e contribuir para garantir que a língua inglesa e as oportunidades que ela oferece estejam abertas para todos os brasileiros, em todos os ambientes que façam parte do dia a dia de cada cidadão.
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*artigo escrito por Wagner Domingues, diretor de pessoas da EF English Live.
Estou neste ‘business’ há mais de 45 anos e concordo com o q vc disse. Mas, na minha opinião, existe um outro impedimento q geralmente não é mencionado e tem um papel importante nesta democratização: o preço do material didatico, especialmente nas franquias.Falo pq fui franqueada por 17 anos, me aposentei e hj trabalho p/ outra franquia. Tem PDF no Google sim, mas aí o aluno não tem acesso a outros materiais.E entendo q as editoras e cursos tem despesas ao elaborar estes materiais, mas ainda assim vejo nisso um grande obstáculo para esta democratizaçao , em particular em paises do 3 mundo.