É um fato, assim como em outras áreas do conhecimento, a motivação é muito importante para os estudos. Ela afeta a dedicação e a energia despendidas no processamento e armazenamento de informações dos alunos. Logo, quando motivados eles tendem a estar mais dispostos e interessados em aprender. Dessa forma, são capazes de desenvolver conexões cerebrais mais intensas.
A motivação é também um importante aliado para a memória, a nossa capacidade mental de codificar, armazenar e recuperar informação. Fortalece-la é imprescindível para o processo de aprendizagem, uma vez que facilita a absorção de novos conhecimentos.
Atualmente, estudos sobre a neurocognição mostram que eventos importantes levam a liberação prévia de dopamina no cérebro, e esse neurotransmissor permite que o ele se prepare para receber o que está por vir. Isso implica dizer que a dopamina atua diretamente na motivação, e com isso o cérebro se torna mais apto a realizar aquela atividade, que no caso dos estudos, promove uma ação direta no aprendizado e na concentração dos alunos.
Em outras palavras, experiências vivenciadas emocionalmente e com motivação, têm maior probabilidade de serem retidas ao longo do tempo. Isso porque a dopamina também promove o desenvolvimento de conexões mais fortes entre os neurônios envolvidos na formação do comportamento dos estudantes. Esse mecanismo ajuda a aumentar a probabilidade de se lembrar dessas experiências no futuro.
Outros fatores importantes no processo de aprendizagem
Somado a motivação, temos a atenção e o sono como importantes fatores na aprendizagem. A atenção é um componente necessário na criação de memórias, pois permite ao cérebro se concentrar em informações específicas e pertinentes, ignorando as distrações. Com isso, os alunos processam e armazenam os conteúdos de forma eficaz. No entanto, a falta de foco reduz drasticamente a quantidade de informações que podem ser armazenadas e, posteriormente, recuperadas.
Outro ponto de atenção, é o estado de alerta. Estar acordado e em estado de alerta maximiza a capacidade de processamento de informações e a criação de memória. Por outro lado, a capacidade do cérebro focar e processar informações pode ser comprometida por exaustão ou sonolência, o que dificulta o estabelecimento de memórias.
Para que o cérebro funcione da melhor forma durante o aprendizado, é preciso mantê-lo em alerta, para que ele entenda que aquilo que está sendo feito, é realmente importante. É neste momento que torna-se essencial a qualidade do sono dos nossos estudantes, ela é parte fundamental para fixar as informações, processadas e analisadas ao longo do dia na memória.
Vale ressaltar que temos visto ações que se preocupam com a compatibilidade do ciclo circadiano de crianças e adolescentes e o horário das aulas. O governo da Flórida, nos EUA, recentemente aprovou uma lei que proíbe, a partir de 2026, aulas do ensino básico começarem antes das 8h. Isso mostra uma preocupação com a qualidade e o impacto do sono na aprendizagem dos jovens.
Durante o sono, o cérebro passa por ciclos de atividade permitindo-nos examinar e fortalecer as conexões sinápticas. A partir daí a informação gerada por um neurônio passa para o outro. Fatores como a insônia podem ter consequências negativas e duradouras no desenvolvimento da memória, afetando a capacidade de retenção e recuperação de informações, além de levar à atrofia do hipocampo, região neuronal essencial para a formação da memória.
Estudos indicam que a qualidade do sono é fundamental não apenas no campo do conhecimento, mas na vida dos indivíduos e estudantes como um todo. Portanto, dormir bem torna-se crucial para a nossa memória se formar e consolidar da maneira eficaz.
O processo de aprendizagem envolve muitos fatores, logo estabelecer uma estratégia de estudos aliado a uma uma rotina saudável com cuidados a saúde física e mental, podem ajudar os estudantes na conquista de seus objetivos e, consequentemente, em um melhor resultado em reter conhecimento, seja na sala de aula ou nos exames para prestar vestibular.
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*artigo escrito por Lorenzo Tessari. Chief Operating Officer (COO) da Gama Ensino, startup de tecnologia desenvolvedora de um algoritmo proprietário que identifica os gaps de aprendizado dos alunos para o direcionamento dos seus estudos.