O mundo testemunha a retração econômica de diversos países em 2021, porém, se surpreendeu quando a Forbes divulgou a lista anual dos Bilionários do Mundo. A surpresa se dá pelo aumento de quase 500 nomes na lista das maiores fortunas, além da quantia de mais de 80% dos bilionários já listados ter aumentado no primeiro semestre de 2021. O que leva a um recorde histórico: de 2020 a 2021, surge um novo bilionário a cada 17 horas no mundo, totalizando quase 2800 pessoas com fortuna estimada em nove casas decimais após a vírgula.
Qual a explicação deste fenômeno?
Se o desemprego está em uma das maiores altas, e a economia dos países teve uma retração no PIB, qual a explicação desse aumento? Em conversa com a equipe do site de caça níqueis online, Betway, o economista e professor da Unicamp Eduardo Fagani explica que uma das maiores razões para esse aumento é, justamente, o formato do mercado atual.
Hoje, a geração da riqueza e renda não é originária da produção de mercadorias físicas. Em sua maioria, vem de especulação financeira, capital abstrato, universos ativos. O mercado está valorizando as ações e novas criptomoedas surgem a todo momento.
Esse tipo de “produção” reduz os gastos das produções tradicionais, aumentando a riqueza dos executivos e investidores presentes na lista.
Os maiores bilionários do mundo
O campeão das maiores fortunas do mundo ainda é Jeff Bezos, que ocupa a o topo do ranking há quatro anos consecutivos. O fundador da Amazon viu sua posição de primeiro lugar escapar por alguns meses, sendo ultrapassado por Elon Musk. O CEO da Tesla Motors deixou escapar a primeira posição, por conta da queda nas ações da Tesla.
Até o ano de 2017, o homem mais rico do mundo era Bill Gates, hoje na quarta posição, sendo ultrapassado naquele ano por Jeff Bezos.
Enquanto Jeff acumula uma fortuna estimada em US$ 195 bilhões, Musk acumula US$ 193 bilhões. Porém, Elon Musk pulou da 31ª posição do ranking de 2020 para a 2ª posição em 2021, deixando o excêntrico executivo em posição de destaque.
A lista é seguida pelo francês Bernard Arnault, dono de uma holding francesa de moda e varejo, com US$ 179 bilhões; Bill Gates, dono da Microsoft, com US$ 152 bilhões e Mark Zuckerberg, dono do Facebook, com US$ 133 bilhões.
O ranking mundial da Forbes de 2021 foi todo dominado por empresários de tecnologia, já que Warren Buffet ficou de fora do top 5 dos mais ricos do mundo pela primeira vez em mais de 20 anos.
Em 2020, apenas Jeff Bezos acumulava mais de 100 bilhões de dólares, em 2021 essa lista aumentou para 10 pessoas. Destas 10 pessoas, todas são homens com média de idade de 60 anos e 80% são de empresas de tecnologia.
Os bilionários brasileiros
Como afirma o dossiê dos bilionários realizado pela equipe da Betway, o Brasil esteve presente desde o primeiro ranking de bilionários da Forbes. No ano de 1987 eram 3 nomes entre os 140 bilionários do mundo todo. Em 2021, são 65 bilionários do Brasil.
Na primeira listagem da Forbes, os maiores bilionários eram Sebastião Camargo, Antônio Ermírio de Moraes e Roberto Marinho, criador da TV Globo. Hoje o brasileiro mais rico é Jorge Paulo Lemann que acumula uma fortuna de 16.9 bilhões de dólares e foi investidor de empresas gigantes como as Lojas Americanas.
Em segundo lugar no ranking dos bilionários brasileiros está Eduardo Luiz Saverin, cofundador do Facebook, juntamente com Mark Zuckerberg. Com apenas 39 anos, é um dos brasileiros mais jovens da lista, com fortuna avaliada em 14.6 bilhões de dólares.
Ocupando a terceira e quarta posição, estão um dos acionistas principais do grupo Ambev (antiga Antarctica e Brahma, que hoje formam a AB InBev, maior fabricante de cervejas de todo o mundo) e do Branco Garantia.
Na terceira posição, Marcel Hermann Telles acumula 11.5 bilhões de dólares, enquanto Jorge Moll Filho possui US$ 11.3 bilhões, ficando assim com a quarta posição. A quinta posição fica com Carlos Alberto Sicupira (e sua família) acumulam US$ 8.7 bilhões.
A divisão geográfica da fortuna
Embora os Estados Unidos ainda seja o país com o maior número de bilionários, a China apresentou aumento impressionante se comparado a 2020. São 242 novos nomes na lista de mais ricos do mundo, significando um aumento de 53%, enquanto os Estados Unidos tiveram 110 novos nomes a mais na lista.
Para deixar essa disputa ainda mais calorosa, Nova York perdeu o posto de cidade com mais bilionários para Pequim, capital da China. Na sequência, vem o Japão, Alemanha e Reino Unido, nos tops 5, conforme levantamento da Betway. O Brasil aparece na 14ª posição.
Vale destacar que a fortuna de Jeff Bezos supera o PIB em 136 países, como aponta o levantamento.